“O policial tem medo, policial tem família, amigo. É por isso que nessa cidade todo policial tem que escolher: ou se corrompe, ou se omite ou vai pra guerra.”Tenho 29 anos. Desses, acho que mais de 25 se passaram com pelo menos dez visitas aos cinemas a cada 4 meses. Vi de tudo nesse período, desde os filmes dos Trapalhões – principalmente na época em que Zacarias e Mussum ainda eram vivos (tempo bom que não volta mais!) – até as mais complexas obras do cinema racional, que vi com tremenda atenção.
E nunca, afirmo com total convicção: nunca vi um filme com tamanho extremismo como o “fenômeno” do atual cinema nacional “Tropa de Elite”. Antes que você comece a pestanejar do outro lado da tela, faço a seguinte pergunta: para um advogado exercer sua função, existiria somente três caminhos? Seriam eles: a justiça, a corrupção ou a omissão? Caso você fosse um publicitário, para por em prática seus conhecimentos, você teria somente três caminhos: mentir, prometer ou comunicar?
A vida não é tão simples como um regime de doutrina planeja estabelecer. Pelo contrario, sistemas não se resumem a possibilidades tão mínimas quanto a percepção de um cão adestrado que atende a cada comando dado. Há variáveis por todos os caminhos e a cada escolha feita. Desde a carreira até mesmo como se relacionar com os problemas que nos cercam.
Afirmo o parágrafo acima por uma simples questão que move todo esse filme: o diretor – o qual me recuso a mencionar o nome - vendeu sua obra, logo no início da divulgação da idéia, como algo baseado em fatos reais. Aí está o seu calcanhar de Aquiles. Como uma pessoa vende uma realidade deturpada do dia-a-dia de uma corporação policial que se dedica a combater o crime de forma diferenciada das demais, se baseando somente nos relatos de policiais que fazem parte da mesma?
“O que me fode é o sujeito que nasce com oportunidade e acaba entrando nessa vida.”
Onde está à contra parte de quem convive com os mesmos policiais dessa tal Tropa de Elite e que não são nem os traficantes, ou os policiais militares corruptos? E por favor, não me venha falar dos filhinhos de papai que só servem para ser traficante de universidade ou para serem intitulados como maconheiros bitolados que estudam nas melhores escolas do país e que tiveram oportunidade na vida, mas não souberam aproveitar – por isso o “Nice”mento pode descer a mão a vontade.
O problema que faz com que este filme não seja levado em consideração por quem pelo menos uma vez na vida já subiu um morro de noite para estudar – não para comprar um baseado e ser esbofeteado – é que ele é totalmente voltado para um só tipo de realidade: mostrar que ser extremista, seja de qual lado você for, é o melhor caminho.
“O homem com a farda preta entra na favela é para matar, nunca para morrer.”
Uma vez, vi um documentário em que um dos chefões da SS (a Tropa de Elite do Hitler) era interrogado sobre o porquê do reich gostar tanto que seus discursos encenados em imensos ginásios fossem reproduzidos nos cinemas da Alemanha e do mundo. Ele respondeu: “no cinema, o grau de concentração do espectador é muito grande. Além disso, a tela é imensa, o que multiplica o impacto da mensagem e o som é estridente ao ponto de ecoar nas mais escondidas idéias de seu córtex.”.
É nessa parte que eu pergunto: quantas pessoas que não consomem drogas, como eu, não ficaram feliz em ver “Nice”mento meter a mão na cara do playboy maconheirinho, que (mais extremista que isso impossível, como se variáveis como políticos corruptos, financiadores e contrabandistas não fizessem parte desse grupo) é o principal culpado pelo trafico reinar no Rio de Janeiro?
Quantas outras pessoas não acharam bonito (e até mesmo se espantaram com) a forma espartana de como os aspirantes a soldados do Bope são treinados, como verdadeiros guerreiros sedentos por dar fim aos corruptos – até mesmo os que freqüentam o curso de treinamento – e aos vilões espalhados pelos morros formado unicamente por traficantes – é amigo, aquelas pessoas se abaixando com seus filhos voltando da escola, enquanto o “Caveirão” entra na favela (imagens que passam nas reportagens que mostram as verdadeiras ações do Bope no Rio de Janeiro) dando tiro a torto e a direita devem ser ilusão (i) de ótica, minha e sua.
Qualidades? O filme tem três:
As cenas de ação – que muito nego pensa que é mérito total do diretor sem nome, mas que é fruto do treinamento dado pelo mesmo diretor de cenas de ação de alguns filmes do Ridley Scott (que dizem ter aplicado o curso em duas semanas e foi mandado embora, assim que todo mundo aprendeu tudo o que tinha de aprender);
O Wagner Moura, pelo qual tenho grande admiração e que fez realmente bem seu trabalho, mas sinceramente é uma pena que o grande público tenha conhecido o seu trabalho nesse ano de 2007 por este filme e por um trabalho mais ou menos em uma novela de grande emissora – se você quer um bom referencial do que este excelente baiano é capaz de fazer, assista ao estupendo “Cidade Baixa”, com Lázaro Ramos.
E o marketing feito nacionalmente pela equipe do filme que se utilizou de uma falha interna para tentar justificar um possível fracasso nas telas grandes, afirmando que como o filme havia sido pirateado, dificilmente teria o resultado tão esperado. Mais outro equivoco por parte do “não falo o nome dele de jeito e maneira” diretor do filme. Já que o mesmo se tornou o mais assistido do ano.
Tirando essas, sinceramente? Não aposto em nada ali. E antes do fim, duas coisas: quanto ao parágrafo anterior, o diretor - esse sim eu escrevo o nome e até em caixa alta – FERNANDO MEIRELLES afirmou em uma entrevista que seria maravilhoso se o seu “Cidade de Deus” tivesse sido copiado (pirateado, sniff, sniff!), pois o público teria com certeza ido mais vezes ao cinema para vê-lo com maior qualidade.
“Eles (os fascista) afirmavam que apenas um governo ditatorial fortemente nacionalista poderia resolver a crise que havia se instalado na Itália.”
História, Conceitos e Procedimentos de Ricardo Dreguer e Eliete Toledo
E por último: filmes influenciam sim. E é uma pena que em um país tão miscigenado como o nosso e tão cheio de junções, em pleno o século XXI, exiba um filme que prega as diferenças e a perseguição aos estereótipos como algo importante - senão vai pro “saco”.
Ainda bem que Hitler e Mussolini estão mortos, senão aplaudiriam de pé, dariam cinco estrelas ou ainda apoiariam uma candidatura para o Oscar.
Sem nota, pois sou um fanfarrão.
Lembrando: aqui estão as minhas melhores do ano, semuma ordem real - mas porque ficou bom nessa ordem - de execução e com meus sinceros agradecimentos ao meu capeiro: Marcos Magalhães...
Ah! O CD só rola no formato MP3 - o bom é que vem acompanhado de mais 7 discos que eu acho que você deve ouvir!





O filme tem bons diálogos – todos quando um ator de peso serve de “escada” para Ryan Phillips – boas cenas – como a final em que é montado um esquema especial para a prisão do agente traidor – e questionamentos antigos, mas que ainda servem de argumentos graças à administração Bush no comando do império ianque.
Vale a construção dos personagens, outra característica marcante na filmografia do ator, assim como a boa e sempre firme direção de atores e as cenas que retratam o surrealismo que é estar preso na cadeia sul coreana para mulheres.
Como fazer um excelente filme?
Vai dar tudo certo. Pois não deu. História: um antigo informante americano (Clooney em versão “pose”) que morava na Alemanha, antes da Segunda Guerra Mundial, é convocado para assumir a direção de um jornal local. O motorista (Maguire em versão “olhos exagerados”) encarregado de levá-lo a todos os lugares é um camarada bem safado e faz parte de todos os esquemas sujos que comandam a nova Berlim.
Adoro aquelas capas de DVDs com dizeres entre aspas com algo bem vendável. Do tipo: “O filme mais polêmico do ano nos EUA!”. Será que isso realmente funciona para um filme que vai falar sobre o artista plástico Andy Warhol – criador do conceito Pop Arte e da frase “No futuro todos terão seus quinze minutos de fama”, entre outras?
Filme interessante, mas com final abrupto. Nota 6,5!

E o “Julgamento do Diabo” o que tem haver com isso? Simples: Alec Baldwin certo dia recebeu um roteiro de uma comédia de humor negro, achou-o interessante e resolveu bancar as filmagens – como Cruise de vez em quando se arrisca. E? E o filme é ruim que dói. Nem os atributos abaixo do queixo de Jennifer Love Hewitt e o talento de Anthony Hopkins salvam.
Alguns anos se passaram e, após ser indicado ao Oscar como ator principal este ano, Gosling conseguiu novamente: fez uma escolha de personagem que remete a sombra projetada por Norton sobre sua carreira. Explico: com “Crime de Mestre” Ryan praticamente fez dois filmes do seu perseguido exemplo de categoria em um só.
No filme, o personagem de Gosling é um advogado jovem (como o de Ed em “O Povo Contra Larry Flint”) e ambicioso, que se envolve em um caso intrigante no qual um engenheiro (Anthony Hopkins) assassinou sua infiel esposa e por razões, inicialmente não explicadas, acaba por se entregar a polícia.
Bem, antes que haja a condenação por total persuasão dos meus argumentos, recomendo que você vá à locadora mais próxima, alugue os filmes acima citados - assista primeiro os do Ed - e aperte o play do seu aparelho de DVD após colocar o disquinho de o “Crime de Mestre”. 
Parece clichê não é mesmo? Senão até mesmo pouco criativo. Mas aqui cabe outra lista, pois estamos falando de Dany Boyle, o homem que: em seu primeiro trabalho fez um dos filmes mais inteligentes e subestimados do início dos anos 90 (“Cova Rasa” – uma pena que ainda não o tenham lançado em DVD em terra brasillis); em seguida rodou um dos mais pop filmes e que até hoje é adorado por jovens desajustados e até mesmo os certinhos (“Trainspotting”); teve coragem de em seu primeiro trabalho por um grande estúdio, realizar uma comedia de humor negro que não se preocupava com as bilheterias (“Por Uma Vida Menos Ordinária”); e por fim, um homem que após ser rejeitado ao realizar um filme mais ou menos (“A Praia” e que muitos dizem que a Fox teve mais culpa do que ele e o Leoardo DiCaprio juntos), voltou para a sua terra natal e refez o status quo de um dos gêneros mais queridos do cinema, que havia se tornado piada com o passar dos anos (“O Extermínio”).
Ainda na pesquisa vi que o filme contava com elenco não tão estelar na época, mas competente ao extremo e visivelmente diferenciado, como: Chris Cooper – vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante daquele ano por “Adaptação” – a alemã Franka Potente (do viciante “Corra Lola, Corra”) e um desconhecido Clive Owen que ganharia fama a partir desse trabalho.
Dois anos se passam e eis que um dos maiores diretores da atualidade e que havia rodado somente um filme para cinema até aquele momento – o excelente e recomendável “Domingo Sangrento” - assume a cadeira de comando do projeto Bourne, Paul Greengrass.
Confira, divirta-se aos montes e tomará que os produtores estejam mentindo quanto à possibilidade de não se realizar uma continuação. Nota 8,0!!
Bem, se você se chama Nicolas Cage ou Julianne Moore, as chances de você assinar um contrato para fazer uma bobagem, acredite: é imensa. Sério, este dois excelentes atores que já foram indicados e até mesmo vencedores de prêmios importantes do cinema, parecem ter um certo imã de atração para fazer lixo de vez em quando.
Fato 02: Will sempre convida alguém que renda mais do que ele em cena para fazer os seus rivais. Exemplos: em "O Âncora – A Lenda de Ron Burgundy" - filme em que ele encarna uma espécie de Cid Moreira de uma emissora de San Diego - seu personagem é desafiado pela repórter encarnada por Christina Applegate (quando ela está em cena ele some).
Já em “Ricky Bobby – A Toda Velocidade”, ele interpreta um campeão de Nascar que vê um novo adversário ganhar o maior número de provas ao mesmo tempo em que rouba todo o seu prestígio com a mídia especializada. Neste papel de rival quem arrebenta é o comediante inglês Sacha Baron Cohen, mais conhecido do público por seu personagem “Borat”.



Alpha Dog – Li uma crítica sobre este DVD de um dos caras que mais admiro: Rubens Ewald Filho. E discordo completamente do que ele postou em sua coluna de lançamentos do site uol. O filme é raso, em nenhum momento choca, a afinidade sua por qualquer um dos personagens principais é nula e a direção do filme é nada mais que o normal.








