!!Alguns filmes: Robin Hood. O Príncipe da Pérsia, Homem de Ferro 2!! Por Rod Castro!

29 de jun. de 2010

Desapareci. É tempo de campanha política e de muitos jingles – a profissão de publicitário acaba com a opção intelectual de escrever algumas coisas por aqui, mas é isso mesmo – por isso acabo falando de filmes que já saíram de cartaz, mas que os achei interessantes, vamos lá?

Robin Hood (de Ridley Scott)

Nestes anos 2000, Ridley não fez o sucesso esperado. E isso é muito ruim, pois estamos falando de um cara que fez filmes sensacionais, ou no mínimo bons, como “Alien”, “Blade Runner”, “Chuva Negra”.

Tudo bem, ele trouxe o épico de volta, com “Gladiador”, também fez um filme de guerra diferente dos demais “Falcão Negro em Perigo”, divertiu-se com o subestimado “Vigaristas”, contou uma história de espionagem em tempos de terrorismo “Rede de intrigas”, mas...
Cometeu “As Cruzadas”, “Hanibal” e “Um Ano Bom”. Filmes esquecíveis e que não poderia ter sujado sua carreira. Fazer... Em “Robin Hood” Ridley se recupera dos atos falhos, faz um filme mais histórico do que aventureiro e por isso só, pode estar dando adeus ao cinemão.

Este “Robin Hood” aposta em quem foi o herói antes de se tornar a lenda. Assim: acompanhamos sua ida para as Cruzadas, podemos presenciar a sua devoção ao rei Coração de Leão e presenciamos uma batalha grandiosa, repleto de areia, como só Ridley e sua equipe sabem fazer.
A partir daí, o filme descamba um pouco para o que já conhecemos, mas novamente enredado na história real: Robin volta para casa e descobre que o rei rouba o povo, ele está distituído de sua herança, forma um bando para fazer pequenos assaltos e por fim, lidera um bando contra os principais invasores de sua Inglaterra – em outra cena de encher os olhos.

Destaque para a ótima atuação de Max Von Sydow, como pai de Cate Blanchett. Bom filme, nota 7,5.

“O Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo” (de Mike Newell)

“Príncipe da Pérsia” é aquele tipo de filme que você assiste com um belo sorriso no rosto. Os motivos: tem um bom elenco, a aventura está no ponto certo, há humor, boa concepção de história e até uma virada na trama arriscada, mas certeira por parte do diretor britânico Newell.

O filme mostra as aventuras de Dastan (Jake Gyllenhaal, que arranca suspiros das moças) – garoto pobre que é adotado pelo rei da Pérsia. Tempos depois, ele e os seus dois irmãos lideram, cada qual ao seu jeito, as invasões propostas pelo pai e arquitetadas pelo tio (Ben Kingsley, parecendo se divertir com tudo).

Um dos locais invadidos possui um tesouro de grande poder: uma adaga que controla o tempo – você pode voltar no tempo e refazer o que tinha feito. Daí pra frente, tem de tudo: combates bem bolados, romance com tiradas de humor interessantes, viradas na trama que você já sabia que iam acontecer e por fim, a tal mudança de tom no filme que já falei lá em cima e que surpreendentemente deixou a platéia feliz – pelo menos a da minha sessão.

Bom filme, deve fazer boa arrecadação e com certeza se tornar mais uma franquia com a marca Disney, como Piratas do Caribe. Nota 7,5.

“Homem de Ferro 2” (de Jon Favreau)

Tony Stark existe. Ele é Robert Downey Jr. Isso é mais que uma afirmação. É uma constatação. Se Downey tivesse nascido há mais de 45 anos, ele com certeza teria sido uma inspiração para Stan Lee ter criado a figura de Stark.

A fanfarronice, unida ao charme, somada ao humor sarcástico e a figura de um homem que também sabe tomar decisões importantes na mesma proporção em que pisa na bola – como todo gênio o faz na vida real – é algo corriqueiro na vida do astro e de seu personagem.

Mas é bem visível que este “Homem de Ferro 2” está um pouco acima do seu antecessor. Os vilões estão mais presentes e em certos momentos acabam roubado a cena: o Ivan Vanko de Mickey Rourke é visivelmente perigoso e estrategista, assim como o Justin Hammer de Sam Rockwell é genial e presunçoso – coisas comuns a Stark e seu mundo.

O restante dos personagens está cada vez mais, se fundamentando no universo Marvel em tela grande. A Pepper Potts de Gwyneth Paltrow está charmosa e faz cenas hilariantes com Stark e o motorista e fiel braço direito do empresário, Happy Hogan – Jon Fevreau, diretor do filme – está em duas cenas de ação imperdíveis do filme (o ataque na pista de Mônaco e a invasão ao prédio de Hammer).

A trama é a continuação do que foi feito no primeiro filme: Stark se torna publicamente o Homem de Ferro e assim acaba chamando atenção de rivais da indústria de armamento, ao mesmo tempo, ele acaba sendo questionado pelo Senado Americano sobre a venda e compra de suas indústrias, e por fim, sua armadura está tomando conta do seu corpo.

A trama é simples. Mas deixa ganchos para serem explorados nas futuras continuações: Viúva Negra (Scarlett Johansson nasceu para ser Natasha, affe), futura Vingadora, assim como Stark, pode ser seu novo braço direito contra espionagens; Nick Fury (Samuel l. Jackson se divertindo a valer) já mostra que Stark deveria usar seu conhecimento e o Homem de Ferro a favor de causas maiores; e Hammer, mais uma grande interpretação do sempre subestimado Sam Rockwell, deve dar o revide nos próximos filmes – como o que está acontecendo nos quadrinhos do Ferroso que saem aqui no Brasil.

Bom filme, agora é esperar por Thor! Nota 8,5!

Imperdíveis para a sua biblioteca: O Pequeno Livro do Rock e Como a Geração do Sexo-Drogas-e-Rock-And-Roll salvou Hollywood, por Rod Castro

1 de jun. de 2010

“Poucas vezes li algo tão bom!”

Falei isso quando acabei um desses livros. Reafirmei quando terminei de ler o segundo. A frase, que foi a mesma, não é comum em minha vida de consumidor de livros e gibis, mas tem um significado interessante para quem ler.

O primeiro já havia sido indicado há alguns anos, quando li em algum lugar que um dos melhores repórteres da Premiere e da Vanity Fair, Peter Biskind, havia realizado uma compilação de matérias que retratava os bastidores de uma geração de cineastas americanos.

O release, este acima, não chega aos pés do que realmente é “Como a Geração do Sexo-Drogas-e-Rock And Roll salvou Hollywood”.

Este, talvez, seja um dos livros mais importantes sobre os cineastas que estudaram cinema nos EUA e decidiram fazer seus filmes. Tudo, praticamente tudo mesmo, que se soube sobre como foram realizados importantes filmes da década de 70 e 80, está aqui.

Mas que geração é essa? Uma formada por Martin Scorsese, Brian De Palma, o falecido Dennis Hopper, Steven Spielberg, George Lucas, Peter Bogdanovich, William Friedkin, Mike Nichols e Warren Beatty, entre outros.

A formatação, totalmente voltada para o desencadeamento cronológico dos acontecimentos – o autor se baseia nos anos em que os filmes foram entregues - faz com que alguns desses personagens entrem e saiam das histórias uns dos outros com uma freqüência assustadoramente deliciosa.

Ao final da leitura, a pergunta que mais me fazia era: quantos processos Biskind deve ter enfrentado, porque, mesmo sendo próximo de todos esses artistas, é impossível que ele tenha publicado tal livro sem levar uma dura desses, hoje, senhores de Hollywood.

Não vale a pena destacar uma história somente. Este é daqueles livros que tem o seu poder baseado no todo, principalmente pelo desvendamento, e que merece ser lido de cabo a rabo com um belo sorriso no rosto. Também entra praquela categoria única da sua biblioteca: “deve ser relido daqui alguns anos”.

Compre!

Já o “Pequeno Livro do Rock” é uma sublime aberração, por vários motivos. O principal é: como a simplicidade pode ser tão complexa? Como com uma única página, um redator/desenhista, conseguiu suprimir a história de anos da música mais louca do planeta sem perder fatos importantes do rock?

A explicação que me vem à mente: ele se divertiu e muito. A pegada de divisão das páginas por fatos viscerais, misturados com fatos reais, repletos de referencias ao comportamento do autor enquanto evoluía como ser humano e consumidor de rock é de uma primazia instantânea.

Daqueles gibis que você pega para dar uma olhada só pra conferir depois, mas que após ler as duas primeiras páginas, cria aderência criativa na ponta dos seus dedos e faz da curiosidade o prazeroso hábito de ler, compulsivamente.

Ambos merecem nota dez e o mais importante: tem que ser consumidos por pessoas como você que aparece aqui no A Sétima!