!!Dia de São DVD... ou dicas de DVD, quer dizer: mais ou menos isso!! por Rod Castro!

20 de set. de 2007

Em DVDs as novidades não foram poucas, algumas confesso me decepcionaram e outras me fizeram ter novas perspectivas sobre o trabalho realizado fora do “eixo do mal”, mais conhecido como Hollywood. Cabe aqui falar que dos quatro filmes que comento a partir do próximo parágrafo, apenas a metade deles – o primeiro e o quarto - chegaram as nossas grandes telas e ficaram em cartaz em poucos menos de duas semanas.

Então selecione o idioma e suas subtitles, agradeçam a Deus por está excelente invenção, passe na locadora mais próxima, sente na poltrona ou cama e aperte o play!
Alpha Dog – Li uma crítica sobre este DVD de um dos caras que mais admiro: Rubens Ewald Filho. E discordo completamente do que ele postou em sua coluna de lançamentos do site uol. O filme é raso, em nenhum momento choca, a afinidade sua por qualquer um dos personagens principais é nula e a direção do filme é nada mais que o normal.

Não há nada que lhe aça perder a calma ou até mesmo se sentir perturbado. Muito pelo contrário: o filme termina e você não tem o mínimo de vontade de parar para pensar no que lhe foi mostrado. Não há revolta, surpresa ou coisa parecida. Tirando uma ou duas atuações – Justin Timberlake até que convence, mas só! – um Bruce Willis canastrão e uma Sharon Stone maquiada ao final do filme, nada é aproveitável. Raso como um pires! Nota 4,0!


Árido Movie – Sai ano e entra ano, chego ao seguinte pensamento: quem precisa de Rede Globo? Mesmo com todos os comentários de pessoas que assistem televisão e pensam que ela e cinema são a mesma linguagem – atenção: não é! – a sétima arte consegue entregar, vez por outra, um filme bem realizado e com alguns diferenciais.

Este é o caso de Árido Movie, filme de estrada totalmente filmado no nordeste e que conta com atuações muito boas do grupo de amigos – viciados em maconha e donos dos melhores diálogos de todo o filme - liderados por Selton Mello – muito gordo! E do índio feito pelo sempre excelente José Dumont, o coxo e trambiqueiro Salustiano feito pelo competente Matheus Nachtergaele e a revelação Suyane Moreira – cearense - no papel da índia Wedja, personagem pivô de toda a trama.

O final dá uma quebrada, meio que existencialista, senão até surrealista, mas o início meio e boa parte do fim compensam e muito. Nota 8,0!

C.R.A.Z.Y. – o nome do filme e até mesmo a forma como ele foi vendido – como comédia – pode dar uma noção errada do que ele tem a oferecer. A temática é difícil de realmente segmentar, pois fala de muitas coisas e sempre se utiliza de formas inusitadas de contar.

Formato que remete ao mesmo utilizado no francês “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain”, cheio de lembranças contadas de forma fantasiosa e com personagem principal dando o seu referencial do que realmente lhe aconteceu em sua biografia desde a infância a fase adulta.

Destaque para atuação do personagem principal, tanto como criança quanto adolescente, assim como o irmão mais velho e o patriarca a família maluca, que só ao final da trama que você entende o porquê do título do filme. Único problema para que o filme não mereça uma nota melhor do que a que eu vou dar agora: se arrasta um pouco no seu final, mas merece sua atenção. Nota 8,5!
Hollywoodland – Sabe quando você tem uma grande sacada e ao se embrenhar no que pode ser interessante para o desenvolvimento dela acaba metendo os pés pelas mãos? Não? Então o exemplo reside aqui: Hollywoodlad.

Filme mais ou menos que conta com bons atores – Diane Lane, Bob Hoskins, Adrien Brody e Robin Tunney – que tenta explorar a morte inexplicável de um dos maiores ícones do início das adaptações de revistas em quadrinhos no mundo: o Superman do seriado radiofônico e televisivo George Reeves – que pasmem, tem boa interpretação feita por Ben Affleck.

Para que você entenda onde o diretor tentou cutucar, basta dizer que George nunca foi lá grandes coisas em Hollywood até que o homem de aço lhe fosse delegado – ele vivia se gabando para agentes e pessoas que havia participado de “...E o Vento Levou”, mas ninguém lembrava muito bem de seu papel. Antes dessa escolha por parte dos produtores da série – que era um enorme sucesso nos EUA – ele, em ma festa, conheceu a esposa de um dos sócios da MGM um dos maiores estúdios de Hollywood da época – papel de Bob Hoskins - que é encarnada pela bela Diane Lane.

Pois bem, um belo dia o ator aparece morto – ponto de partida do filme – em seu quarto e em um dia em que sua esposa – Robin Tunney que pegou uma geladeira por parte dos grandes estúdios e na minha cabeça sem o mínimo de razão - e um casal de amigos ficaram conversando em sua sala de estar.

E daí você me pergunta: “E o narigudo? O que ele faz no filme?”. E eu respondo: Adrien é o detetive que investiga a "verdadeira casa mortis" do ator adorado pelas crianças daquele tempo. E você questiona novamente: “O filme parece bom!”. E até concordo. Mas definitivamente o diretor Allen Coulter e o roteirista Paul Bernbaum acabaram por transformar esta boa trama em uma trama paralela ao que para eles realmente interessa: a vida conturbada do detetive Louis Simon (Brody) e aí pecam demais.
A premissa era boa. As atuações, a montagem, a direção de arte idem e só. Nota 6,0!

!!Veja... não é a revista, mané! São dicas de filmes!! por Rod Castro!

Não! Esta é a reposta para a pergunta que mais me é feita nos últimos dois meses. A pergunta: “Parou de ver filmes? Tanto no cinema quanto no DVD?”. O que complementa a resposta dada logo na primeira linha e única palavra, é que o trabalho está me tomando mais tempo do que antigamente.

Sendo assim, aqui vai uma lista total de filmes que vi nestes últimos três meses – somente os que eu assisti de forma inédita, hein? Os que revi, foram muitos e daria mais uma boa lista – não foram poucos. Mas vamos dar nomes aos bois? Então segue!


O Extermínio 2 – Bom filme. A temática não é a mesma do primeiro filme, que praticamente cria um final na mente de quem o assiste, mas não se resolve em imagem. Os zumbis estão mais carniceiros – literalmente – os enquadramentos são mais bem explorados, a intensidade de sustos por minutos continua presente e o principal: nada de gente fazendo “uuooooooo”ou andando de forma lenta, uma seqüência de abertura impressionante, uma estréia em direção muito boa – o espanhol - e uma continuação com boas perspectivas em aberto. Nota 8,0!


Transformers – Eu elogiei Michael Bay. Falei há pouco tempo que finalmente ele havia cometido o seu primeiro filme – “A Ilha” – tendo deixado de lado os videoclips, como “Armagedon” e “Pearl Harbor”. Mas ele conseguiu e pior, com apoio de um dos maiores mestres do cinema atual, Steven Spielberg.

O filme é ruim? Não. Mas é tudo o que deveria ser? Nops. E a culpa? Bay, com certeza! Tudo bem que o desenho animado não tinha bons roteiros ou até boas resoluções de tramas, mas o ritmo acelerado, com roteiro ralo – pior até que alguns filmes que passam na Sessão da Tarde – e uma moça que sofre de paralisia facial na região do lábio inferior, toda vez que a câmera consegue focar seu rosto em vez das suas curvas, transformou esta nova franquia cinematográfica em um sucesso de bilheteria e mais um fracasso como filme. Ou seja: um típico filme de Bay!

O vídeo clip do Smashing Pumpkings, digo o filme dos robôs que se transformam em máquinas, ganha sim nos seguintes aspectos: Shia Labeouff – carisma em alta – trilha sonora bem escolhida, efeitos fabulosos – quando Bay não faz movimentos bruscos – e lutas malucas acompanhadas do efeito de transformação e baques de babar! Nota 6,0!

!!Uma foto e um xeque-mate... ou meu Adeus a Bergman e Antonionni!! por Rod Castro

12 de set. de 2007

Tempo. O senhor do destino, tanto o meu quanto o seu. Hoje consigo entender, ou melhor, ter total compreensão – através da vivencia mesmo - do que um episódio da maravilhosa saga de Kevin Arnold, um dia mostrou: você não tem domínio do tempo, pelo contrário, com o passar dele, quem dita as regras da sua vida são os segundos, os minutos e as horas.

Falo isso porque 2007 está conseguido me escapar a cada hora, dia, semana e as vezes até nos meses. E por quê? Tanto faz, ele passa, você tenta agarrar pelos ponteiros, mas ele se esvai, como a água que cai do chuveiro e que você quando é garoto tenta pegar, mas ela escapa. Simples e escorregadio.

Mas o que o instante tem haver com cinema? Muito. Mas e o instante real, não o imaginário que se ilumina na tela, tem haver com a percepção dos segundos? Depende do seu ponto de vista. Muitas vezes quando o filme é bom você não consegue medir quanto tempo passou. Tamanha é a imersão da sua mente em algo diferente, novo e que tem muito a lhe entregar.

Talvez aqui resida a maior relação do tempo com o espectador e o cinema: quanto mais sua mente absorve e se entrega, mais você descobre e vê. E em 2007 o que mais tenho feito é rever. Desde os filmes mais geniais aos mais capengas. Tudo por uma busca: a de tentar reaver o tempo em que me entregava de fato a ilusão que uma sala escura tinha sobre a minha pessoa, mente e imaginação.

Uma busca difícil de ser seguida pelos mais diversos fatores: hoje há mais conhecimento e discernimento em nossos cérebros quanto à sétima arte; temos uma máquina informativa – a Internet – que a cada dia nos deixa mais informado sobre o filme que ainda não foi visto, as vezes nem rodado, e que não se importa em falar a respeito dos outros filmes (bons) que já foram realizados; e principalmente, nossas mentes estão menos soltas. Parecem ter chegado a um porto da realidade em que não se permitem mais burlar as leis do mundo “real”.

E isso é bom? Sim e não. Sim, porque a índole de quem assiste o tempo inteiro policia o que está sendo passado, tentando colher algo de interessante e não, porque sinceramente falando: há muito lixo sendo feito e o pior, há mais aceitação do público por este tipo de material. Seria reflexo dos tempos? Ou seria uma fórmula mágica registrada na parte norte de nosso continente e seguido à risca por pseudos-artistas que sofrem da incrível vontade de “ganhar cada vez mais dinheiro”?

Sinal dos tempos? Ou final dos tempos? Sem compreensão e sem a menor possibilidade de me estender por mais dois parágrafos, pois sejamos sinceros, a maioria das pessoas que lêem um escrito na internet ou até mesmo em um jornal hoje em dia, “não tem tempo para isso”. Deixo essa dúvida em sua mente.

Assim como o mestre sueco Ingmar Bergman – autor de um dos melhores filmes que já assisti (“Persona” também conhecido no Brasil como “Quando duas mulheres pecam”) e o incrível diretor italiano Michelangelo Antonionni (do intrigante “Depois daquele beijo”). Ambos falecidos no último mês.

Com eles vão embora à inspiração e obras que estão ao seu inteiro dispor e tempo para serem descobertas e até mesmo redescobertas. Mas aqui um aviso para os apressadinhos: reserve algumas horas – não, os filmes não são demorados, a degustação mental sim – pois todas as emoções vividas a cada instante merecem os seus mais sinceros sentimentos. Pois sensações são eternas.
A esperança, a dor, a genialidade, a preocupação com o verdadeiro eu e o olhar único se esvaem deixando saudades, mas graças ao DVD estão prontas para desafiarem você, como a morte um dia desafiou a um homem, a qualquer hora e em qualquer tempo.