Tinha tudo para dar certo, afinal, todos estavam
apresentados. Mas há um certo momento do novo filme da Marvel que passou do
limite. Explico: o fala-fala que antecede a primeira transformação do Hulk é
chato, monótono e senão fosse pelo próprio Hulk em ação, este trecho inteiro do
filme seria ruim.
Dito isto, afirmo: o filme é bom, mas é só isso, bom.
Excelente, insuperável, magnífico? Não. Bom? Sim, muito. Mas não é uma
obra-prima e nem se aproxima do que a Fox conseguiu com os filhos do átomo em
“X-Men: Primeira Classe”.
Juntar os principais heróis da Marvel foi algo pensado por
dois monstros sagrados da empresa: Stan Lee e Jack Kirby, o sempre esquecido
Kirby. E em sua primeira aventura, os heróis tinham que combater as artimanhas
de Loki, o meio-irmão maligno de Thor.
No filme não é diferente. Loki vem a Terra para arquitetar
uma dominação, que será realizada por uma raça alienígena – a qual o invejoso
deve ter conhecido durante seu “exílio”, fato ocorrido no filme “Thor” – o que
fazer em uma hora dessas? Fácil: Nick Fury e seus agentes da Shield saem pelo
mundo reunindo os principais heróis daquele universo, gente como Viúva Negra,
Homem de Ferro, Hulk, Capitão América, Thor e Gavião-Arqueiro.
Falar mais que isso, sobre a trama em si, seria estragar o
momento em que você se dispõe a enfrentar as imensas filas, que bom, para
assistir a aventura pipoca, que tem seus bons momentos e alguns maus, como
veremos abaixo.
Avante Vingadores! – a parte boa:
Joss Whedon: o diretor e roteirista do filme, arrebenta em
muitos aspectos. Principalmente nos diálogos feitos para Tony Stark, assim como
os de Bruce Banner, e as boas cenas de ação.
Tony Stark/Homem de Ferro: a Marvel deve repensar muito ao produzir
o próximo filme da franquia do cabeça de lata. Não incluir o diretor Joss
Whedon seria um erro capital. E mais uma vez Robert Downey Jr. Dá um show a
parte em sua interpretação, transformando, por muitas vezes, Tony no principal
personagem do filme;
Hulk: nada de conflitos mentais, como no filme de Ang Lee,
muito menos papo cabeça para reforçar a pessoa de Banner, como Edward Norton tanto desejou fazer em sua
versão do Golias Verde para os cinemas. O Hulk deste filme é um gorila, que
bate, esmaga, dificilmente fala e é uma artilharia inteira, como Stark fala a
Loki;
Viúva Negra: se alguém tinha dúvidas de que Scarlett Johanson
era a mulher certa para o papel, tal nuvem se dissipa em menos de 20 minutos de
filme. É praticamente impossível que a Marvel não faça um filme solo com a
personagem;
Loki: ele foi o melhor momento do filme do Thor e mais uma
vez se faz presente. Além da boa trama que o cerca, é impossível não notar a boa
interpretação do inglês Tom Hidleston, deve ser presença obrigatória no próximo
filme dos Asgardianos.
Momento Thanos – a pior parte:
O blá, blá, blá infinito na Shield: sério, em certos
momentos eu pensei que tinha saído da sala de cinema e estivesse em casa,
pronto para ver uma daquelas discussões em família que sempre permeia uma “boa”
novela que passa lá na “Plin-plin”. Momento desnecessário, longo, e que se
retirado do filme faria o público se interessar mais na trama, além de
economizar tempo;
Thor: por Odin, cada filme do Universo Marvel que estreia e
que tem a presença do Deus do Trovão comprova o óbvio: a empatia e até mesmo
talento de Chris Hemsworth são inexistentes. Pena que o ator selecionado para
ser o mesmo personagem (Alexander Skarsgard) se contundiu;
Os alienígenas: este é o principal erro do filme. Como a
Marvel inclui os Skrulls – a mais conhecida raça de alienígenas do seu universo
- no contrato com a Fox, ao vender os direitos de Quarteto Fantástico? Resultado:
uma mistura de Skrulls com os alienígenas de “Distrito 9” tomam conta da tela e
não rendem metade do que deveriam;
Pronto, pondo os pingos nos is, sigamos a conclusão deste
artigo: “Vingadores” é bom, bem melhor que os filmes de “Thor” e do “Capitão
América”, mas poderia ter sido melhor.
As cenas de ação são sensacionais, incluindo aí aquela sem
cortes em um incrível plano sequência feito em tela verde. Prepare a pipoca,
mas aguarde por “Batman” para assistir ao melhor filme de Heróis do ano.
Confie!
Nota 8,0.