!!Bom apetite (e repita!)... ou O mais novo prato da Pixar é saboroso demais!! por Rodrigo Castro

11 de jul. de 2007

Você que vai ao cinema todos os fins de semana, faminto por um bom filme, deve pensar ao final de mais uma degustação, quando os letreiros sobem, que deve haver uma receita para se fazer um bom filme, certo? Algo como:

“Junte aquele grande astro a um apetitoso roteiro original, mexa bem em um estúdio ‘quente’, chame um grande ‘chef’ – se possível daqueles que acrescentam ingredientes exóticos ao prato – e sirva em uma grande sala de exibição... digo: sirva em uma grande travessa, ainda esfumaçando, para chamar mais atenção.”.

Engraçado que há pessoas dentro dos grandes estúdios que pensam exatamente desta forma e acabam por tratarem seus filmes como produtos que serão consumidos por mentes famintas (por pipocas?).

Ao mesmo tempo, existem outros restaurantes... digo, estúdios que primam pelo sabor de suas receitas. E aqui se faça justiça: a Pixar é um deles e a cada filme exibido, seus cuidados são redobrados, fazendo de tudo para que o caldo não desande ou entorne.

São desta grande empresa, que foi comprada pela Disney depois de tantos problemas nos últimos anos, filmes como: “Toy Story” (1, 2 e brevemente 3), “Monstros S/A”, “Procurando Nemo”, “Os Incríveis”, “Carros” e o mais recente (e excelente) “Ratatouille”.

Sim: eles correram um enorme risco ao por um título em francês, já que o “mundo” fala inglês. Sim, eles acertaram a mão mais uma vez e extrapolaram no colorido, nas caras, nas sombras, nas texturas, no roteiro, nas idéias criativas, no contexto, nos personagens interessantes. Enfim: tudo.

De tal forma que este cliente não só come o prato com gosto como declara após a refeição que este é o seu melhor prato ao lado do saboroso e inusitado “Os Incríveis”.

Aqui cabe até uma comparação, algo que abomino, mas como estamos falando de pratos e gostos, acho que cabe: se você fosse a um restaurante de animações e colocassem na mesma mesa os dois pedidos mais requisitados do ano (“Ratatouille” e “Shrek Terceiro”), o filme do ratinho Remy pareceria com um prato requintado servido com pompas, enquanto o filme do ogro remeteria a uma fria sopa de ervilhas sem graça.

Antes que os fãs do Burro, Gato de Botas e das “grandes sacadas com a mitologia dos contos de fada” queiram comer meus fígado com cebolas, afirmo: o filme da Pixar é dez, enquanto que o da Dreamworks merece no máximo um 7 – isso graças ao excelente trabalho realizado pelos profissionais de computação gráfica do estúdio.

Como comida boa tem que ser experimentada ainda quente, não fique aí parado: corra para o cinema mais próximo, ponha um guardanapo em seu colo ou prenda seu babador e se lambuze sem preocupações. “Ratatouille” é a sugestão em animação do dia, do mês, quiçá do ano.

Ah: chegue mais cedo para a sessão, há uma entrada primorosa: “Quase Abduzido”. Nota 9,5!

!!Três vezes um... ou: a trinca mais esperada do ano só tem um ás!! por Rodrigo Castro

10 de jul. de 2007

Eu sei caro leitor que nunca mais postei nenhum dos meus artigos sobre cinema. Aliás, faz um tempo que não tenho a oportunidade de por meu raciocínio sobre um filme assistido em frases entremeadas por vírgulas e pontos, sejam eles seguidos, em dupla, acompanhado de vírgulas ou até mesmo parágrafo.

Mas não pense você que não assisti a mais nenhum filme neste período, ou que parei de ver filmes de qualidade e por isso abdiquei de postar alguns artigos. Longe disso. Neste tempo assisti aos três filmes “mais esperados de 2007” – “Homem Aranha 3”, “Piratas do Caribe: no fim do mundo” e “Shrek o terceiro”. E todos, tirando os “Piratas”, me decepcionaram e muito.


Sim, a terceira aventura de Peter Parker é a mais fraca. Totalmente sem história e dona de uma falta de respeito incomensurável para com um personagem importante dos quadrinhos e até mesmo do cinema, o Homem Aranha, ora bolas. Pena, pois as duas primeiras partes são sensacionais.







“Shrek o terceiro” comete o mesmo erro do teioso e apresenta uma história mal trabalhada, além de contar com seqüências escatológicas, as quais nunca tinham sido utilizadas em demasia por todos os filmes da série. A culpa pode ser do diretor estreante, do diretor das primeiras partes que escreveu o argumento desta nova empreitada ou até mesmo dos donos da franquia que viram a chance de jogar mais uma seqüência de sua cine série nas telas, ou seria no lixo?




O interessante mesmo, é que das três continuações, a que menos importava, para este escriba – não tenho sequer um DVD desta série em minha coleção – era a liderada pelo capitão Jack Sparrow, de Johny Depp. E o mais engraçado é que dessa trinca, a que merece mais destaque é exatamente a dos ladrões dos mares.
Após por os olhos nestes filmes, ficam alguns pontos que merecem ser levados em consideração e devem ser discutidos nas onversas sobre cinema:

1 - Não é porque duas séries de três filmes dão certo – como “O Poderoso Chefão” e “O Senhor dos Anéis” - que você, cineasta, tem a obrigação de realizar uma seqüência de mais dois filmes para aquele seu primor de idéia original. Ainda mais se esta brilhanteidéia , a continuação, surgiu em uma sala repleta de engravatados.

2 - Se há algo que as trilogias clássicas, já citadas, realmente acertaram a mão foi: ambas primaram pelo respeito ao texto realizado originalmente. Ou seja: deixaram de lado alguns detalhes e deram importância ao que realmente dá fluxo a história, o enredo.

3 – Caso você tenha arrecadado muito dinheiro com a primeira idéia, não comemore tanto e se conscientize de que tal feito se deu porque o que importava era: oferecer um filme na medida para os comedores de pipoca e para os entendedores da arte.

Resumindo: realizadores, ponham lógica e respeito em sua trilogia que vocês chegam lá (e bem).

!!O melhor CD do ano... ou: 'Our Love To Admire' do Interpol!! por Rodrigo Castro

5 de jul. de 2007

Dezembro de 2004. Ouvindo um CD tenho o seguinte pensamento: “Ainda bem que eles não tocam na rádio ou muito menos fazem sucesso. Isso estraga, pior ainda: desfaz o artista em algo mais palatável, desrespeitando seus fãs e pondo vírgulas após seus trabalhos em vez de reticências.”.

Pois bem, três anos e muitas reticências depois o Interpol, quarteto americano que agora é um quinteto (o tecladista está fixo), assinou contrato com uma grande gravadora e após alguns meses enclausurados em um estúdio de Nova Iorque põe em todas as lojas do mundo o seu novo CD, “Our Love To Admire”.

Ainda refém do primeiro parágrafo, pensei com os meus botões que este disco seria mais comercial. Após o anúncio do acordo então, minha imaginação fértil deu abertura para a seguinte cena:

Em uma grande sala de reunião, com suas paredes repletas de discos de ouro e diamante de artistas mais conhecidos, sentados a frente de uma grande mesa estão vários homens, todos engravatados e sérios. No fim desta longa mesa estão os cinco integrantes do Interpol. Da cabeceira, lá distante, sai a voz do senhor que parece ser o rei do pedaço.

Ele começa: “Sabe como é: você faz o que quer quando não tem uma grande estrutura por trás e agora os tempos são outros. Assim, aquele ‘estilão’ de vocês, com roupas escuras, cabelos da década de setenta e referências a bandas que só um dentre cem adolescentes conhece, podem esquecer!”.

O chefão se engasga ao final da frase, como se fosse uma praga enviada por Ian Curtis e após tomar um copo de água Perrier, completa: “Em resumo, nada de climas estranhos nas músicas, letras ácidas e “diferentes”. Ah, e escrevam aí, antes de entrar naquele estúdio de gravações: ‘Alegria, amor e sons mais dançantes’.”.


Ok, isso é imaginação. Algo intocável. Minha tranqüilidade, só foi retomada após o lançamento do primeiro single, no final de Abril, “Heinrich Maneuver”. Está tudo lá: baixo centrado, bateria cadenciada, guitarras esquisitas, teclado base e um vocal retirado de uma banda cover do Joy Division.

Respirei fundo, ri meio que sem graça, por meus questionamentos de que se o comercial tiraria o lugar do independente. E agora, em luz baixa e voz sussurrante digo para você o que esperar de “Our Love To Admire” e suas onze canções. Caso queira ler roendo as unhas, fique a vontade, mas antes pressione a setinha do cursor para baixo.

O Interpol mudou sim. Apesar de “Heinrich” mostrar o contrário, a banda sofreu grande mudança em seu som. O estilo é o mesmo, algumas linhas de baixo e ritmos de bateria continuam como os de discos anteriores, mas após ouvir muitas vezes este novo álbum, afirmo que há uma mudança significativa e, suspirem agora, é para melhor.

Aqui um parêntese: 2007 está sendo um excelente ano para o lançamento de trabalhos de bandas de rock. E com certeza uma das melhores, entre poucas hoje em dia, não podia ficar de fora deste movimento. De todos os álbuns que me chegaram aos ouvidos, até o momento, e não foram poucos, “Our Love To Admire” é o melhor.

Há pelo menos seis músicas que merecem sua atenção. Todas com certeza devem marcar presença em um best of – isso agora é realidade na história do quinteto graças ao contrato com a major, certo? Assim como um ‘acústico’ e um disco ‘ao vivo em algum estádio’ – mas precisam ser absorvidas por você e seu bom gosto musical neste instante, são elas:

“Pioneer on The Falls” – Abre o disco e mostra porque afirmo que a banda mudou. Um misto de trilha sonora (o teclado foi roubado da trilha do “Poderoso Chefão”) com sons descompromissados. A melhor canção lenta já feita por eles. Antes de pestanejar ouça.

“No I in Threesome” – Um primor de canção. Pode soar esquisito para você, mas é uma música que pode ser tocada tanto em uma festa de colegial - bem na hora em que o cara apaixonado caminha para se declarar a amada e vê seu objeto de desejo ser “roubado” pelo valentão – quanto em uma praia – de preferência no pôr do sol e com o mar de ressaca.

“Heinrich Maneuver”- É o Interpol das antigas e sobrecarregado de atitude musical. As “freadas” propositais de bateria e baixo são de fundamental diferença para que não seja “mais do mesmo”. Duvido você não cantarolar por aí “Today, my heart swings”, após ouvi-la.

“Pace Is The Trick” – Linda. Ao mesmo tempo suave, grave, bela e brutal. Parece passar por todos os elementos e características de estilo que a banda tem a oferecer em sua essência. Se concentre na linha de baixo e entenda porque Carlos D é um dos melhores de sua geração.

“Mammoth” – Parece o que já foi feito, mas não é. Entendeu? Baixo e bateria afiados, riffs bem postos, vocal estranho e sons de órgão tirados de um filme de Tim Burton. Mas a “paradinha” com fundo de teclado e guitarra destoante rouba tudo e a transforma em uma nova canção.

“All Fired Up” – Se o Franz Ferdinand tivesse coragem para soar mais adulto e seu vocalista pegasse uma gripe ou gostasse de cinema Noir, eles ainda teriam que ralar muito para se aproximar deste som. Muito mesmo. E isso não é um demérito aos escoceses. Podia até tocar em rádio, será? Nops.


E as demais cinco canções – “Scale”, “Rest My Chemistry”, “Who Do you Think?”, “Wrecking Ball” e “Lighthouse” – que compõem o disco não fazem feio, longe disso. Merecem ser conferidas, com o mesmo entusiasmo das demais.

O Interpol conseguiu: assinou com uma grande gravadora, impôs seu estilo e entregou aos fãs e ao público em geral o seu melhor disco, compre, roube, empreste... enfim: tenha!

Nota: 9,5

!!Watchmen acertando seus ponteiros!!

3 de jul. de 2007

Já falei, no mesmo dia em que postei as primeiras confirmações do Tim07, que a melhor revista em quadrinhos de super heróis já feita, “Watchmen”, deve invadir os cinemas do mundo em marco ou abril de 2008 e pelas competentes mãos do diretor Zack Snyder (mesmo de “300” que mês que vem sai em DVD).
A novidade agora é que Snyder começou a fechar seu elenco, dentre tantas confirmações piratas, uma parece ter sido acertada e ainda não divulgada: Clive Owen no papel do comediante – o que põe em descrédito a notícia de que Thomas Jane (o ator de o “Justiceiro”) seria este personagem em carne, osso e interpretação.

Será que com essa “confirmação” de Owen, as demais escalações já faladas na semana passada também caem por água abaixo?

Eram elas:

Jason Patrick como Dr. Manhattan (papel que muitos dizem ter sido rejeitado por Keanu Reeves)

Kate Winslet como Silk Spectre (papel que escapuliu das mãos de Jennifer Connely)

Patrick Wilson como Coruja (papel que nasceu para ser feito por John Cusack, mas que não seria mal feito por Patrick, vide sua interpretação em “Dirty Candy”)

Jud Law, como Ozymandias (este teve mais atores cotados entre todos: Tom Cruise – recusou por tempo, mas queria; Brad Pitt – dizem que ele não abriu mão da grana e isso pesou; e o próprio Jud Law, que sempre quis e ninguém parece desmentir)

E Jackie Earle Haley como Rorschach (que Ewan McGregor e Edward Norton sempre quiseram fazer, mas que parece rumar para as mãos de Gerard Butler – o Leônidas de “300” – que segundo o mesmo cara que afirmou que Clive, está com contrato assinado e deve ser anunciado em breve).

Na boa? Saindo e sendo bem feito, estou mais que satisfeito. E parece que vai ser assim. A maior alegria mesmo eu teria se a Panini ou os caras da Pixel se aproveitassem do lançamento do filme para publicar Watchmen Absolute Edition, a maior e melhor encadernação já feita desta obra.

!!Mais gente para um Tim Festival inesquecível!!

Faz um tempinho, bem depois que foram anunciadas as vindas de Julitte Lewis & The Licks, the Killers e Arctic Monkeys para o Tim Festival 2007, fiz um post em que dizia que Bjork viria, e veio, que Radiohead também não faltaria , faltam apenas detalhes (a mixagem do novo disco). Agora digo o nome de mais 5 atrações que devem surgir na lista final até o final deste mês, senta que vale a pena:

Amy Winehouse (nem eu esperava)
Kaiser Chiefs – pena que lançaram um disco meiote Klaxons – pelo amor de Deus, isso é uma benção!
Scissor Sisters – o Erasure moderno, só que com uma mulher nos vocais
e... tan-tan-tan-tan: LCD Soundsystem!!

Faça as contas: estes 5 acima se juntam aos 4 já confirmados e adicione mais 4 atrações nacionais (MOPTOP, Mombojó, Cachorro Grande e Cansei de Ser Sexy (de volta as terras tupiniquins) e você tem simplesmente o melhor festival de Rock dos últimos anos e em pleno o Brasil!


Parabéns a organização do evento! Só falta o ingresso custar menos de duzentos paus, como sempre o é.