A volta por cima: “Centurião” de Neil Marshall

14 de fev. de 2011

Como será ter feito uma carreira como editor e um dia ter a oportunidade de rodar algo seu? Como será rodar esse filme e ser aclamado como um diretor diferente? Como será ter a oportunidade de rodar algo maior, com mais recursos financeiros e acertar mais que a mão e praticamente dar um reboot em filmes de terror em um cenário reduzido?

Estas eram as perguntas que me fazia após assistir ao excelente “Abismo do Medo”, de Neil Marshall, em um cinema de Manaus, no ano de 2006. Depois de um filme bom como esse, era claro que ele repetiria a dose em outro, com mais recursos ainda. Até o aspecto reboot estava incluso no projeto recém anunciado – que retomava aquele estilo de filme com perseguição de carros em um futuro devastado, como a série “Mad Max” – “O Juízo Final”.

Naquele momento em que tudo culminava para o total conhecimento da pessoa de Marshall, tanto pelos conhecedores de cinema, quanto pelo público, ele mete os pés pelas mãos e comete um filme muito, muito ruim mesmo.

Como se reerguer? Pelo que conhecemos dele, da forma que acertou anteriormente: pegando um gênero cinematográfico e dando um toque diferenciado. Que tal então um filme sobre romanos e bárbaros? Boa pedida. Melhor ainda, que tal chamar para o elenco principal um ator que roubou a cena em uma produção de um diretor renomado – Michael Fassbender (o “James Bond” de “Bastardos Inglórios”) – e uma modelo que se tornou atriz e roubou a cena do ator principal em uma cine série – Olga Kurylenko (a Bond Girl de “Quantum of Solace”)?

Este é “Centurião”, um bom filme. Com personagens sólidos, figurino perfeito, locações escolhidas a dedo e uma trama fácil de ser entendida, ainda mais depois da invasão promovida por Ridley Scott em “O Gladiador” e muitas outras histórias já contadas com embates entre povos bárbaros e impérios renomados, como em “Coração Valente”.

A história de um Centurião (Fassbender) que se livra do povo bárbaro, junta-se a sua legião, novamente participa de uma batalha e acaba sendo perseguido pelo povo que o havia aprisionado antes é muito bem contada. Em suma, é um filme de perseguição, rodado em tempos antigos, com bons diálogos e boas brigas. Que venha o próximo projeto. A pergunta que fica:

Será que Marshall tentará algo com o segmento monstros? Seria interessante. Nota 8,5

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