!!Mais um bom filme de Eastwood: Além da Vida!! Por Rod Castro

14 de fev. de 2011

“Os Imperdoáveis”, “Menina de Ouro”, “Gran Torino” e “Invictus”. Estes são os meus filmes favoritos com a direção de Clint Eastwood. Há bons filmes no meio do caminho, mas estes são melhores. O que realmente me deixa feliz, como cinéfilo, é saber que “um cara que era tido como um matador de bandidos a La Charlie Bronson”, na verdade é um dos melhores diretores de cinema destes últimos anos e mais: entrega pelo menos um bom filme por ano.

Se ano passado ele entregou o melhor filme de esportes que eu vi, “Invictus”, neste ele já engata outro bom filme, sobre um tema de domínio público e com um ar apurado, como só ele sabe fazer: “Além da Vida”. As qualidades do “tempo do ator” como muitos gostam de ressaltar em críticas e comentários, é respeitado ao extremo e em três situações diferentes.

A primeira é a de uma apresentadora francesa de um programa de entrevistas. Ela estava presente no país que sofreu muitos danos com o Tsunami. A cena em si é maravilhosa: a surpresa, a transformação nos rostos e as situações vistas na tela – o que realmente ocorre por debaixo da onda – são memoráveis, apesar de o efeito soar um pouco falso.

A segunda situação é a de um “ex recebedor de espíritos”. Vivido com simplicidade e naturalidade pelo competente Matt Damon – que parece, cada vez mais, escolher a dedo os projetos em que porá sua cara. O dom, que para ele é uma maldição – talvez não? – é algo que ele não quer mais ter ou exercitar. Essa recusa é visível no olhar e no posicionamento físico do ator – o dom do personagem é exercido pelo toque de mão.

A terceira situação é a mais bem resolvida e possui o melhor personagem da trama: um garoto que possui um irmão gêmeo e o perde – a cena da perda é muito bem pensada e ganha carga emocional por ser realística. Esse garoto conseguirá unir as histórias já contadas e levantará um olhar necessário e sempre barrado nos filmes sobre espiritismo ou almas: a desconfiança quanto ao que os sensitivos vêem ou sentem – as cenas-teste do garoto são o alívio cômico.

Contar mais do que isso é estragar situações. E a calma com que Clint conduz o filme pode deixar algumas pessoas desconfortáveis. Mas a experiência é muito boa e tem cenas lindas que ficarão na memória de quem assiste ao filme. Nota 8,5.

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