!!Gibis para ficarem na estante: Coringa!! por Rod Castro

13 de jul. de 2009



Depois de muuuuuito tempo, eis que volto com algumas dicas de gibis que se encontram à venda na internet, na Saraiva ou em alguma banca próxima da sua casa – algo cada vez mais raro nas grandes cidades, pelo menos não como antigamente o era.

Coringa – De Brian Azzarello e Lee Bermejo (Panini Comics):

Brian Azzarrello produziu uma excelente série em quadrinhos que merece meu respeito e uma olhadinha sua: 100 Balas. Ao lado do argentino Eduardo Riso, o autor conta várias histórias de pessoas que são aboradadas por um agente misterioso – nem da CIA, nem do FBI – que cruza os seus caminhos com uma arma que não pode ter suas balas rastreadas.

Ou seja: você sofreu ao ver seu filho morto na mão de um bandido e está louco por vingança, mas não deseja ser preso? Sem problemas: o agente surge a sua frente, lhe entrega a arma e aquele bastardo some da existência, pelas suas mãos. 100 Balas já terminou nos EUA e no Brasil parece estar abandonada graças a falência da melhor editora de quadrinhos já surgidas nesses últimos anos, a Pixel Magazine.

Outro bom trabalho do carequinha que é marido da excelente artista Jill Thompson – trabalhou muitas vezes com o mestre Neil Gaiman – é a sua passagem pelo mais safado dos personagens já criados por Alan Moore, Constantine, na revista Hellblazer.

É com essa pecha de “original” que o cerca, que Azzarello aterrizou nas terras dos heróis. Dessa passagem saiu um trabalho interessante na série regular do Batman – com seu parceiro de 100 Balas nos desenhos (recomendo) – uma péssima sequência a frente da série regular do Superman - ao lado do desenhista mais popular dos quadrinhos, Jim Lee (corra desse lixo pelo amor de Deus) – e um trabalho menos popular e bem mais oportunista, já que o último filme do batman estabeleceu uma nova mística para o Coringa.

Assim chegamos a Coringa. Minissérie comandada por Azzarelo e desenhada pelo excelente capista Lee Bermejo. Azzarello tenta colher frutos em uma árvore já tantas vezes explorada dentro dos 70 anos de lenda do homem morcego: o Coringa foi liberado do Asilo Arkham – se você puder comprar Asilo Arkham, uma série dos anos 80/90 escrita por Grant Morrinson, você terá uma noção exata de como isso já foi melhor explorado – e ira transformar a cidade em um inferno.

É isso que você verá nessa história, por três pontos de vista diferentes: a dos adversários do Morcegão, a do próprio Coringa – deturpada de sua características habituais dos quadrinhos e bem mais próxima do que foi mostrado no filme em que Heath Ledger o encarnou - e a de um capanga recém lançado ao circo de crimes de Gothan.

Por essa diversidade de foco, a história acaba crescendo em partes importantes, mas empaca em momentos chave. O final pareceu mais bem resolvido do que o contexto, principalmente pelo fato de Batman aparecer com roupas do início de sua carreira, localizando o fã e inveterado comprador de quadrinhos em algum lugar em que realmente tudo aquilo poderia ocorrer e sob aqueles aspectos.

Enfim, se for comprar algo com a assinatura de Azzarello compre 100 Balas. Esse Coringa foi interessante, mas nada mais do que isso e pior: mamou na nova lenda criada pelo cinema, mas sem a mesma desenvoltura. Nota 6,5!

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