!!15 anos do melhor disco de metal que já ouvi: Roots!!

13 de abr. de 2011



O Sepultura ganhou forma em minha cabeça e meus ouvidos das mais diversas formas: em 1985, meu tio Ari era presidente do Olímpico Clube e decidiu, junto com o grande Dudu Monteiro de Paula, trazer o show de uma banda de metal repleto de garotos. Eu não sabia direito quem era, mas era o Sepultura.

Meu tio passou em casa, disse: “tu não gosta de rock? Vamos ali comigo.”. Vi o cenário ser montado. Mas não fui ao show, pena. Em 1989 uma professora de religião chegou para mim e mais dois amigos e entregou um folder simples que dizia que bandas não deveríamos ouvir e o porquê. Entre elas, a banda mineira dos irmaos Cavalera.

Em 1991, na minha fase mais metal, comprei “Arise”. E em seguida ouvi em uma fita dezenas de vezes o excelente “Chaos AD”. Até que um dia qualquer de 1996, lá para maio. Algum dos meus amigos de Escola Técnica trouxe o novo disco da banda: “Roots”. Admiração instantânea.

Misturar metal com batuque não era novidade para quem ouvia o Sepultura. Perceber que eles estavam atrás de elementos regionais e nacionalistas para engrandecer o repertorio da banda também era uma característica crescente. Mas “Roots” era muito, mas muito mais que isso. Era uma nova visão do metal. Era um novo estilo de se pensar música pesada.

E o “Sepulta” tinha todos os elementos necessários para isso: o melhor baterista vivo do mundo do rock, Iggor. Um vocalista ensandecido e com letras variadas, Max. Um baixista centrado e com momentos inusitados, Paulo. E um guitarrista em seu melhor momento, principalmente nos solos inesquecíveis, Andreas.

Junte a isso a percussão – pesadíssima – do Olodum, liderada pelo multi-instrumentista Carlinhos Brown, tanto em “Roots Blody Roots” quanto em “Ratamahatta” ou “Breed Apart”; ou a participação de diversos artista em vocal e cordas, entre eles o mestre de mil vozes Mike Patton e o vocalista do Korn, Jonathan Davis, na hoje clássica “Lookway” e você tem o melhor disco de metal já realizado até hoje.

E olha que gosto e muito de “And Justice For All...” do Metallica. Mas em “Roots” você percebe que este é um passo a frente para todo um estilo de se fazer música. Foi o momento certo e o início para que bandas, como a também pesada e de percussão marcante Chico Science e Nação Zumbi, tomassem os ouvidos de roqueiros de todo o planeta de assalto. 

Hoje é audível o que a banda propôs. Seja nos discos dos seguidores do, hoje, extinto Nu Metal, como Korn, Deftones e Coal Chamber. Chegando até a uma banda repleta de percussão, DJ e lances diferentes, como propõe o Slipknot.

Veloz como Lampião e seu bando. Aterrorizante como Zé do Caixão em seus filmes. E revolucionário como Zumbi foi. 

Este é “Roots” que completou 15 anos de lançamento no último dia 12 de março e é tão nacional quanto estes ícones citados. Um clássico.

6 comentários:

Cassiano disse...

Com o Roots, na época senti que o Sepultura tinha alcançado seu auge. Os vocais do Max estão animais nesse cd. Lembro que comparava com os vocais do Phill Anselmo, que era o melhor na minha visão da época. Lembro que ao ouvir o Roots pensei comigo: O Max chegou no nível do Phill. Ai, o Sepultura desandou..... Que pena.

Rod Castro disse...

Tocou no assunto que eu não abordei Cassi. Tanto o de que Max realmente está a todos os pulmões neste CD, assim como a banda desandou depois disso - apesar de ter tido a sensação de que o Soulfly poderia sim ter ido muito além, já uqe max realmente estava em um momento inspirado.

Um disco para se apresentar para as próximas gerações, quando um deles afirmar: sua geração não tinha peso.

Ah, é espertão, então ouve isso. E aí passamos o CD. Heheh!

Unknown disse...

A qualidade da gravação é linda. Lembro que quando eu comprei este álbum, tinha 15 anos, é meu amigo o tempo passa, sou 30tona agora. Este CD ficou rodando um bom tempo no meu disc man. O Roots pra mim é tão novo quanto o Arise,que é o meu favorito,ouço muito até hoje. Este álbum me lembra também o "fim" do Sepultura, quando o Max saiu e deu aquela merda toda. Tu não imagina o quanto eu chorei e o quanto fiquei mal. Nunca vi o Max tocar ao vivo com o Sepultura, sou maior frustrada por causa disso...e agora somente torço pra que o Cavalera Conspiracy toque por estas bandas, sei que não é a mesma coisa, mas...
viajei no tempo agora...ótima época! Valeu!

Rod Castro disse...

Pô Jê, fizeste-me lembrar que na mesma época em que o Sepultura anunciou a separação, dia triste por si só, também foi o mesmo em que Chico Science faleceu naquele acidente. E eu, assim como o Marcos e o Cassi aí em cima, vimos o Cavalera Conspiracy no SWU ano passado, deu pra matar a saudade dos tempos de Roots!

Apollo Marcelo disse...

RATAMAHATTA...


[...] Zé do Caixão, Zumbi, Lampião [...]

Rod Castro disse...

Estás na putaria né? Diga pra mim que você vai a cidade? Abraços, por trás, ui?!