O Sepultura ganhou forma em minha cabeça e meus ouvidos das mais diversas formas: em 1985, meu tio Ari era presidente do Olímpico Clube e decidiu, junto com o grande Dudu Monteiro de Paula, trazer o show de uma banda de metal repleto de garotos. Eu não sabia direito quem era, mas era o Sepultura.
Meu tio passou em casa, disse: “tu não gosta de rock? Vamos ali comigo.”. Vi o cenário ser montado. Mas não fui ao show, pena. Em 1989 uma professora de religião chegou para mim e mais dois amigos e entregou um folder simples que dizia que bandas não deveríamos ouvir e o porquê. Entre elas, a banda mineira dos irmaos Cavalera.
Em 1991, na minha fase mais metal, comprei “Arise”. E em seguida ouvi em uma fita dezenas de vezes o excelente “Chaos AD”. Até que um dia qualquer de 1996, lá para maio. Algum dos meus amigos de Escola Técnica trouxe o novo disco da banda: “Roots”. Admiração instantânea.

E o “Sepulta” tinha todos os elementos necessários para isso: o melhor baterista vivo do mundo do rock, Iggor. Um vocalista ensandecido e com letras variadas, Max. Um baixista centrado e com momentos inusitados, Paulo. E um guitarrista em seu melhor momento, principalmente nos solos inesquecíveis, Andreas.
Junte a isso a percussão – pesadíssima – do Olodum, liderada pelo multi-instrumentista Carlinhos Brown, tanto em “Roots Blody Roots” quanto em “Ratamahatta” ou “Breed Apart”; ou a participação de diversos artista em vocal e cordas, entre eles o mestre de mil vozes Mike Patton e o vocalista do Korn, Jonathan Davis, na hoje clássica “Lookway” e você tem o melhor disco de metal já realizado até hoje.
E olha que gosto e muito de “And Justice For All...” do Metallica. Mas em “Roots” você percebe que este é um passo a frente para todo um estilo de se fazer música. Foi o momento certo e o início para que bandas, como a também pesada e de percussão marcante Chico Science e Nação Zumbi, tomassem os ouvidos de roqueiros de todo o planeta de assalto.
Hoje é audível o que a banda propôs. Seja nos discos dos seguidores do, hoje, extinto Nu Metal, como Korn, Deftones e Coal Chamber. Chegando até a uma banda repleta de percussão, DJ e lances diferentes, como propõe o Slipknot.

Este é “Roots” que completou 15 anos de lançamento no último dia 12 de março e é tão nacional quanto estes ícones citados. Um clássico.
6 comentários:
Com o Roots, na época senti que o Sepultura tinha alcançado seu auge. Os vocais do Max estão animais nesse cd. Lembro que comparava com os vocais do Phill Anselmo, que era o melhor na minha visão da época. Lembro que ao ouvir o Roots pensei comigo: O Max chegou no nível do Phill. Ai, o Sepultura desandou..... Que pena.
Tocou no assunto que eu não abordei Cassi. Tanto o de que Max realmente está a todos os pulmões neste CD, assim como a banda desandou depois disso - apesar de ter tido a sensação de que o Soulfly poderia sim ter ido muito além, já uqe max realmente estava em um momento inspirado.
Um disco para se apresentar para as próximas gerações, quando um deles afirmar: sua geração não tinha peso.
Ah, é espertão, então ouve isso. E aí passamos o CD. Heheh!
A qualidade da gravação é linda. Lembro que quando eu comprei este álbum, tinha 15 anos, é meu amigo o tempo passa, sou 30tona agora. Este CD ficou rodando um bom tempo no meu disc man. O Roots pra mim é tão novo quanto o Arise,que é o meu favorito,ouço muito até hoje. Este álbum me lembra também o "fim" do Sepultura, quando o Max saiu e deu aquela merda toda. Tu não imagina o quanto eu chorei e o quanto fiquei mal. Nunca vi o Max tocar ao vivo com o Sepultura, sou maior frustrada por causa disso...e agora somente torço pra que o Cavalera Conspiracy toque por estas bandas, sei que não é a mesma coisa, mas...
viajei no tempo agora...ótima época! Valeu!
Pô Jê, fizeste-me lembrar que na mesma época em que o Sepultura anunciou a separação, dia triste por si só, também foi o mesmo em que Chico Science faleceu naquele acidente. E eu, assim como o Marcos e o Cassi aí em cima, vimos o Cavalera Conspiracy no SWU ano passado, deu pra matar a saudade dos tempos de Roots!
RATAMAHATTA...
[...] Zé do Caixão, Zumbi, Lampião [...]
Estás na putaria né? Diga pra mim que você vai a cidade? Abraços, por trás, ui?!
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