!!A escuridão dá lugar ao azul, ou: novo disco do Alice In Chains!! Por Rod Castro!

23 de set. de 2009

Antes de ouvir o novo disco do Alice In Chains eu pediria somente três coisas do ouvinte: esqueça que Laney Staley – vocalista fundador – faleceu há 7 anos; lembre dos melhores momentos que a banda mais pesada a surgir no movimento grunge, em seus três discos de inéditas e o trabalho mais conhecido, o disco Acústico; e por último, a primeira música desse novo disco que você deve ouvir é a última faixa, a mesma que dá título ao trabalho.

Faça isso. Ou melhor, lembre das duas primeiras recordações enquanto ouve a faixa tão recomendada. Pode ter certeza, as viúvas de Laney – sou uma delas – esquecem tudo o que de ruim ocorreu e a chance de uma segunda oportunidade para este novo trabalho sem o inesquecível vocalista ganha em esperança.

Além de bonita, repleta de significados – o luto dá vez à esperança – esta faixa com certeza estaria em qualquer um dos CDs antes lançados pela formação original do Alice e se bobear seria um grande momento em qualquer show da formação original. Fica melhor ainda quando o ouvinte descobre que o piano tocado ao fundo foi belamente realizado por Elthon John.

Mas antes que você tenha a impressão de que o peso, de que os riffs, os vocais duplos, as palavras cantadas de forma lenta e melódica, unidas ao compasso bem preparado de bateria e baixo se perderam por este novo trabalho da banda - que não gravava nada novo desde o falecimento do vocalista – eu dou a certeza: está tudo lá.

Parece que os remanescentes – não, nada de sobreviventes – apenas deram uma volta por aí, aqueel tipo de sumisso que a banda dá após uma longa turnê e surge com um trabalho mais avassalador que o anterior, e voltaram com uma gana de fazer o melhor disco deles, desde o clássico “Dirt”.

Todas as músicas são no mínimo boas. Desde a primeira faixa (“All Secrets Known”), a típica faixa AIC: lenta, mas pesada, com riffs decoráveis, solo de guitarra como se fazia nos anos 70 e refrão memorável. A segunda (“Check My Brain”) poderia ser uma das várias faixas pesadas do primeiro disco, crua e ao mesmo tempo positiva.

Um dos melhores momentos é quando o novo vocalista - William DuVall - mostra do que é capaz e põe a voz do guitarrista e eterno líder da banda, Jerry Cantrell (talvez o guitarrista mais injustiçado de sua geração) para ser seu backing em “Last Of My Kind” e “Private Hell”. Lembra, mas não lembra, entende?, o vocal de Laney. E isso é bom, pois mostra que a banda tem um futuro de verdade e não viverá somente do seu glorioso passado.

Mas talvez o medo de Jerry e demais parceiros, o de perderem o vocalista novamente, fez com que o guitarrista assumisse o vocal em quase todas as canções, isso é bom. Cantrell canta muito, compõe como poucos e na maioria das vezes, prefere fazer dupla, esta característica do AIC permeia quase todo o disco e rende outros três excelentes momentos: “Looking In A View” (a melhor canção do disco), “Acid Bubble” e “Leason Learned”.

Em um ano feliz para os roqueiros – a volta do Faith No More, o disco maduro do Arctic Monkeys, a homenagem bem feita do Muse ao som do Queen e a banda formada pelo vocalista do Queens Of Stone Age+o baixista do Led Zeppelin e+o baterista e vocalista do Foo Fighters – “Black Gives Away To Blue” está entre os melhores lançamentos do ano com folga perante os demais e merece uma cópia original na sua estante dos melhores de 2009. Nota 9,0!!!

Um comentário:

markeetoo disse...

esse disco é animal! Gostei de ver o AIC voltando. Layne é Layne mas o brother aí segurou a onda legal. Aprovado!!!