E quase sempre quem fala isso é uma pessoa que tira sarro de si mesma, porque os mesmos atores, diretores e pessoal técnico que ele “desrespeita” ao afirmar que o cinema brasileiro não presta, são pessoas que saíram de um meio que o mesmo espectador tanto adora: a TV.
Se hoje Selton Mello é o queridinho do cinema nacional e o artista do diferente, vale lembrar que ele e seu irmão, o Dalton, nasceram e se desenvolveram como atores/dubladores/artistas, nas novelas globais – e não eram novelinhas não, eram verdadeiras líderes de audiência da “Plin-plin”.
De lá ele surgiu, ali ele cresceu e hoje brilha nas salas escuras espalhadas pelo país inteiro. Tá certo: tem menos audiência ou reconhecimento do que tinha em tela menor, mas com certeza está bem mais feliz por ter seu “verdadeiro” trabalho sendo realizado com primor, talvez até mesmo eternizado, em película.
E o cinema brasileiro não é mais aquele terror de pornô chanchada, ou filmes “cabeça”, do tipo “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”. Pelo contrário, todos os anos pelo menos cinco ou seis bons, senão excelentes filmes chamam não só atenção do público, como são elogiados em páginas e mais páginas pela crítica.
E hoje, falaremos de três filmes nacionais – um apenas estreou em Manaus – que apenas conferi agora em DVD. Vamos lá?

É um filme difícil, que retrata a separação de um casal – Ricca e Alice Braga. Têm bom ritmo, boa edição, viagens interessantes, mostra São Paulo de uma forma singular e perturbatória – como pode-se ver também no excelente “São Paulo S/A”. Mas o resultado final não é dos melhores. Nota 7,0!

As atuações e alguns diálogos continuam verdadeiros como fora na série e até mesmo em “Cidade de Deus” – que originou os episódios na televisão. Mas sinceramente, poderia e deveria, ter rendido muito mais. Nota 7,5!

“Os Matadores”, “Ação Entre Amigos”, o excelente “O Invasor” e “Crime Delicado”.
Nesse interessante “Cão Sem Dono” Brant explora a vida de dois personagens totalmente livres de compromissos com a vida – ele é tradutor de textos russos para o português, enquanto ela parece ser uma modelo com possibilidades na carreira, mas nada mais que isso – que ficam vagando a vida um do outro, como dois cães sem dono – apesar de o filme sempre enquadrar o cachorrinho pego pelo tradutor, como um ser sem rumo também.
Cheio de bons diálogos, alguns visivelmente fruto de improviso do elenco – como as cenas feitas na casa do motoboy (melhor personagem do filme) e as “reuniões de família” de Ciro – tem linguagem linear (diferente de outros trabalhos de Brant) e prima pelo naturalismo. Bom filme, nota 8,0.
2 comentários:
Fala mano... Estou cheio de filme americano. Quando o filme americano é bom, durmo logo no começo, quando ele é muito bom, durmo no final, agora quando ele muito fraco, só durmo (risos). Filme produzido no Brasil, tem uns que me surpreende, mais na maioria tenho pesadelos.Sabe, mano, gosto de filme alternatvo, produção fora de Hollywood. Tenho um roteiro interessante, dois redatores numa agencia de propaganda vivem uma relação de amor e ódio. Já tenho até o nome do filme "Volta pra mim". Valeu mano...
Hehehehehe, esse ser que escreveu essas belas e tortas linhas acima é o cara mais engraçado que conheci em minha vida. Nome: Elson, sobrenome: Mano.
Fico feliz de você ter dado um pulo pra cá e epero que volte sempre, concordo com os filmes americanos e digo mais: eu dou pause, ou as vezes penso: perdi quantas horas da minha vida?
Quanto ao nosso filme, discordo da parte de ódio da relação, até porque, teremos "panacas" que pensaram que não nos gostamos, hehehehehehe!!
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