!!Antes sou do que em má companhia? Ou... Nós/Sou de Marcelo Camelo!! Por Rod Castro

17 de nov. de 2008

Sou fã dos Los Hermanos. Tive a chance de conhecer a banda pessoalmente e fui desarmado pelo jeito simples do seu guitarrista e meu xará Rodrigo Amarantes em um estúdio de uma rádio de Manaus. E olha que isso era na época do hit “difamador” “Ana Júlia” – a maldita canção do Hermanos que tocou tanto na rádio que eles a evitaram até darem um tempo, recentemente.
Tempos depois ouvi ao excelente “Bloco do Eu Sozinho” e revi meu conceito sobre os Hermanos.

Ali tinha tudo, menos uma bandinha de rock cheia de hits, pelo contrário, tinha substancia em letra e conteúdo em sonoridade. Camelo tinha o lado bossa nova MPB na medida certa, enquanto Rodrigo esparramava suas influências em seu jeito despojado de cantar e seus simples arranjos.

O tempo passou e os Hermanos soltaram o clássico “Ventura” e consolidaram tudo o que haviam criado até então com o também já clássico, porque pode ser o último disco da banda, “4”. E assim que os 4 componentes deram um tempo, os dois mais criativos rumaram para o que já se esperava: Rodrigo puxou a frente de um grupo de músicos e mandou ver no disco dos descompromissados Orquestra Imperial, enquanto Camelo fazia mais composições de encomenda para artistas mais pop e migrava para o seu primeiro trabalho solo: Sou/Nós.

O disco é diferente do que ele fazia nos Hermanos? Não. Parece com o que eles faziam? Também não. Camelo parece aquele cara que dorme e acorda com uma idéia, põe no papel e no outro dia grava. Daqueles compositores que ouve por horas suas influências e descobre o que quer ou pelo menos vê no trabalho do outro o que pode fazer melhor ainda.

Tirando a música que ele canta com a Malu Magalhães (“Janta”) – peguei ojeriza a moça, mas não confunda com antipatia pré-meditada – o restante do disco é o que já se esperava: tem marchinha (“Copacabana”), música triste a’la Hermanos (“Doce Solidão”, com direito a um assobio filho da mãe, “Liberdade” com um acordeom sensacional e a melancólica “Téo e a Gaivota”), pop na medida certa (“Mais Tarde”), som latino com influência nordestina (“Menina Bordada”, “Tudo Passa” e “Vida Doce”), instrumental (a calma “Passeando”). E depois disso tudo, o veredito?

Sinceramente? Não há uma música sequer que consigo lembrar desse CD, isso é bem ruim. Ainda mais com um letrista como esse. Nota 6,5. Nessa semana posto o que achei do trabalho do outro Hermano: Rodrigo Amarantes com o batera brazuca Fabrício dos Strokes, o “Little Joy”.

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