!!É o fim... ou: “Paranóia”, “Bee Movie”, “Fast Food Nation” e “A Bússola...”!! por Rod Castro

13 de fev. de 2008

Porque o fim? Simples, esses 4 filmes acima citados foram os últimos a serem conferidos ainda em 2007. Logicamente que outros também foram vistos no mesmo tempo, mas eram clássicos – como o soberbo “Inferno No. 17” do mestre Billy Wilder – e a filosofia de postar o que foi assistido não cobria os clássicos, algo que não será repetido em 2008, garanto.

Para você ter noção de quantos filmes foram assistidos, inéditos hein?, foram mais de 40 DVDs e mais de 50 filmes vistos no cinema – admito que foi pouco perto de outros anos. Mas vamos ao que interessa? Simbá!


“Paranóia”

Na minha época, havia uma dupla de atores juvenis que arrebentavam e eles tinham muito mais do que o primeiro nome em comum, eles tinham carisma. O nome de ambos? Corey Haim e Corey Fieldman (o eterno “Bocão” dos “Goonies”).

Esses dois branquelos fizeram sucesso com dos filmes, o primeiro mais o menos - “Licença para dirigir” senão me falha a memória – e outro muito bacana, que foi dirigido pelo Joel Schumacher e tinha como vilão principal o Kieffer Sutherland (hoje conhecido como Jack Bauer da série “24 Horas”).

Pois bem, hoje existe um cara que vale pelos dois e possui muito mais competência e carisma: Shia LaBeouff. O moleque, só 22 anos, tem gabarito e vem fazendo um sucesso emendado noutro, confere: “As Panteras 2”, “Eu, Robô”, “Constantine”, “Bobby”, “Paranóia”, “Ta Dando Onda” – ele fez a voz do principal personagem e “Transformers”.

Tudo isso em menos de 4 anos e nesse ano ainda estréia o seu papel mais importante dentre todos já feitos: o filho do Indiana Jones no mais novo filme da série. Mas falemos de “Paranóia”. O filme é interessante e mama em dois filmes já clássicos: “Janela Indiscreta” (do mestre Hitchcock) e “Dublê de Corpo” de Brian De Palma (copiador de idéias do mestre do suspense).

Assim, temos um bom acidente no início do filme em que o personagem principal – Shia – acaba perdendo o seu pai. Esse trauma o transforma no esquisito da sala de aula e um belo dia em que o nome do seu pai é tocado por um professor de forma engraçada, o moleque o responde com um murro.

Pena pela agressão? Uma “algema para o pé” que detecta que o garoto está em casa – cumprindo sua prisão domiciliar. Ele acaba por se utilizar da sua luneta, nunca antes usada, para matar o tempo e acaba se apaixonando pela sua nova vizinha e presenciando uma cena que pode ter sido um assassinato de verdade – cometido por um vizinho sinistro.

O que realmente dá um ar especial ao filme é o trabalho de LaBeouff. Ele está bem em todas as cenas e convence como adolescente problema. Melhor ainda: mostra ser daqueles atores que não se vicia em expressões ou cacoetes para encenar novos personagens.

Divertido. Nota 6,5!


“Bee Movie”

Assistir a uma animação hoje em dia é no mínimo uma situação divertida. Primeiro porque o clima na sala é animado, as pessoas estão ali para rir e ao mesmo tempo se espantar com a realidade proferida por camadas e mais camadas de modernos programas de computador que buscam a realidade através de pixels.

Segundo porque a criançada sempre está presente – tirando Bewoulf – e as frases de efeito ganham mais lembrança em sua mente após a sessão pelas repetições imediatas realizadas pelos pequenos. Dispense a chatice de ser um cara que vai ver filme de crianças e quer silêncio e se prepare para alguns “Uéeenss” que é diversão, quase sempre, garantida.

E a terceira e mais bacana explicação é: hoje, animação – por ser feita em computação gráfica em 3D – parou de ser algo somente para crianças. Pelo contrario: a quantidade de grupos de amigos adultos presentes nas salas de exibição desse segmento é cada vez maior – existe gente que até leva o sobrinho ou o irmão mais novo para convencer os outros que está ali por causa do infante, mas não: foi e quer se divertir sim.

“Bee Movie” é mais um filme em computação que tenta comparar a vida de animais/insetos/monstros com a nossa. E isso sempre rende situações engraçadas, além de coloridos – aquela primeira visão do “mar” de “Procurando Nemo” ainda me espanta. E nesse “Bee Movie” a colméia e sua estrutura amarelada e alaranjada com alguns elementos em preto não fica atrás.

No filme você acompanha a vida de uma abelhinha que está louca para deixar a comunidade em que vive para conhecer a vida entre os humanos. Ela consegue, mas pisa na bola ao revelar para uma linda humana que as abelhas falam.

Simples assim e repleta de boas situações/piadas, esta animação tira o estresse do dia-a-dia e deixa seu programa dois até mais interessante. Bom Movie. 8,0!

“Fast Food Nation”

Hollywood com alguns talentos por trás das câmeras de hoje em dia para reviver algo que no passado já lhe rendia uns trocados: segmentar diretores.

Explico: quando se fala “Mestre do Suspense”, você automaticamente pensa em Alfred Hitchcock. Quando se fala em “do mesmo diretor de ‘Os Sinais e Sexto Sentido” você pensa em M. Night Shyamalan – e já espera por um filme com final surpresa. Mas o que fazer com um cara que não se deixa “disciplinar” pelos estúdios?

Pior ainda: o que fazer com um macaco que pula de um galho para o poste e do poste para a rede, como se fosse algo natural e sem o mínimo medo de levar pelo menos um choque? Resposta: dá se mais liberdade ainda para ele.

Richard Linklater e um desses diretores/autores de hoje em dia – outros que residem na mesma categoria: Spike Jonze, Alfonso Cuarón, Chris Nolan - e que a cada projeto apresentado, consegue se desvincular por completo do anterior.

Assim ele fez a loucura descompromissada e juvenil “Jovens, Loucos e Rebeldes”, foi romântico e ao mesmo tempo inovador com “Antes do Amanhecer”, bancou as experiências de forma e formato com “Walking Life”, se divertiu e acertou em cheio com “Escola de Rock”, retornou mais inovador e maduro com “Antes do Pôr-do-Sol” (continuação de “Antes do Amanhecer”), e bancou brigas com profissionais de equipe e até mesmo estúdio ao fazer o totalmente em rotoscopia (desenhando por cima das imagens dos personagens) em “O Homem Duplo”.

E agora chega às locadoras o muito bom “Fast Food Nation”. Ao contrario do que você possa pensar, Linklatter leva o conceito de mostrar o que realmente está por trás de uma das maiores marcas do estilo americano de viver – o tal fast food – a realísticas situações nunca antes vista com tremenda crueza em tela grande, ou pequena no caso do DVD.

Esqueça o documentário ‘engraçado’ “Supersize Me”, a sujeira está na ficção “Fast Food Nation” e aproveite e prenda a respiração na cena do abate das vacas e do preparo do hambúrguer. Nota 8,5.


“A Bússola de Ouro”

Não entendi porque muitas pessoas não gostaram de “A Bússola de Ouro”, alguns diziam que o filme se arrastava – discordo ainda mais pela edição “moderna e rápida” – que a história não tinha pé nem cabeça e muito menos fim – mas é uma fantasia e a primeira parte de uma trilogia diabos!

O filme conta uma realidade paralela a nossa em que uma grande instituição – na verdade uma alegoria para não falar Igreja Católica – dita o que todos os cidadãos devem fazer. Nesse mesmo mundo as pessoas, desde crianças a adultos possuem uma concretização de suas principais características em forma de bicho – chamados de Deamons.

É nesse mundo que uma pequena garota – a excelente Dakota Blue Richards - descobre que seu tio – Daniel Craig – uma espécie de cientista dessa realidade, entende como se transportar de um mundo para outro – seria o nosso mundo?

Misteriosamente o conselho da instituição se reúne para aplicar um golpe no tio da garota e ele astuciosamente some de vista, deixando para ela uma bússola dourada.

A partir daqui passamos a ver um mundo “fantasioso real” – feito através de excelentes e nada exagerados efeitos especiais, como: incríveis ursos falantes e guerreiros; bruxas que voam e possuem poderes – e lados – diferentes do que costumeiramente aparecem na telona; e balões/dirigíveis fantásticos, entre outros.

Nicole Kidman, Daniel Craig, Sam Shepard, Kathy Bates e até mesmo Christopher Lee, são deixados de lado, apenas fazendo parte da história, que você tem eu conferir e esperar pela conclusão em breve. Nota 8,0.

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