
Tudo bem, de vez em quando o comprador fica bravo por um arranhão aqui, uma capa meio detonada ali – a pressa em comprar não deixa você avaliar os danos de anos de aluguel - mas no total, o saldo é muito positivo.
“O Aprendiz”
Faz poucos dias que postei aqui um mini-artigo sobre duas perdas recentes do cinema e que eram excelentes promessas: Brad Renfro e Heath Ledger. Joves, talentosos, potenciais enormes e que infelizmente se foram – causas diferentes, mas em ambas as mortes se fazia presente a mesma palavra: droga.
Renfro já havia feito um filme aqui outro ali, quando em 1997, Bryan Singer – o mesmo diretor do intrigante “Os Suspeitos”, “X-Men I e II” e “O Retorno de Superman” – o escolheu para ser o ator principal de uma adaptação de um conto do mestre Stephen King – mesmo autor de “O Iluminado”, “Carrie, a Estranha”, “A Espera de um Milagre” e “Um Sonho de Liberdade”.
O filme é muito bem feito e tem cenas marcantes. A maestria de Synger some graças ao embate do personagem de Renfro com o seu coadjuvante: Ian McKellen – é o Gandalf e o Magneto em pessoa. E cão engolindo cão. Fera guerreando com fera. Línguas afiadas com golpes, e olhares, fulminantes.
A história é muito bem fundamentada - um garoto que se interessa pelo nazismo em uma aula de história, ao fazer uma pesquisa em uma biblioteca, descobre que um dos seus vizinhos foi um nazista que desapareceu e conseguiu abrigo nos EUA – e possui cenas maravilhosas, como quando o personagem de McKellen põe sua farda ou quando Renfro – já no final – espanta o seu professor.
Vale a pena ser visto e com certeza figurar entre os bons dramas de sua coleção. Nota 8,0.
“O Suspeito da Rua Arlington”
2 anos antes de Bin Laden ser conhecido por reles mortais como eu e você, um americano que dava aula sobre terrorismo e que teve sua esposa morta por fazendeiros em um mal entendido, tinha a convicção de que um casal de vizinhos da sua rua, a dita Rua Arlington do título, não eram tão bonzinhos assim e podiam ser participantes de uma célula terrorista.
Não, eles não eram do IRA, nem do ETA ou muito menos palestinos, pelo contrário: eram americanos comuns e que seguiam todas as premissas do famoso jeito americano de ser. E o que levaria este especialista em terrorismo – Jeff Bridges – a suspeitar de pessoas tão boas?
Seriam as plantas de grandes edifícios e shoppings da cidade espalhadas por todo o escritório do senhor Oliver – papel muito bem feito por Tim Robbins? Ou seria aquele olhar doce, mas esquisito dado pela esposa de Oliver, a senhora Cherryl Lang – mais um trabalho estupendo de Joan Cusack – que de tão doce chega a assustar?
Talvez tudo comece com um inesperado garoto, com os dedos amputados, que é socorrido pelo personagem de Bridges e acabe de forma mais inesperada ainda – senão explosiva – em algum lugar repleto de pessoas e com o personagem de Jeff participando de um ato de forma involuntária.
Onde está o perigo? Pode estar bem ao seu lado. Nota 8,5.
“O Império do Besteirol Contra Ataca”
Você já assistiu a estes filmes: “O Balconista”, “Barrados no Shopping”, “Procura-se Amy”, e “Dogma”? Sim? Além de ser um cara sortudo – para este seu escriba falta ver o primeiro filme listado – você tem bom gosto ou andou lá por casa emprestando uns DVDs.
É uma pena que no Brasil existam uns desgraçados da censura que se juntam aos engravatados dos distribuidores e cunhem nomes imbecis para filmes que eles desconhecem e “O Império do Besteirol...” é um desses. Com esse maravilhoso título o filme acabou sendo vendido nos cinemas, quando foi exibido, como mais um daqueles filmes ignóbeis para adolescentes.
Tudo bem, é o pior filme de Kevin Smith até então. Mas ainda assim está longe de ser uma porcaria do nível dos filmes dos irmãos Wayans (daquela porcaria de “Todo Mundo em Pânico”). O filme na verdade é mais uma miscelânea de referenciais nerds que tem como protagonistas pela primeira vez os sempre coadjuvantes Jay e Silent Bob.
Duas coisas que merecem sua atenção: tente desvendar quem são as garotas que fazem o grupo de ladras que dão carona para Jay e Silent – tem mulher famosa e adorada hoje em dia por fãs de “Heroes” (mais conhecido por estas bandas como cópia mal feita de Watchmen) – e desvende quem está por trás do vilão que enfrenta os dois em uma das últimas cenas do filme – dica: ele já fez a voz do coringa nos novos desenhos do Batman e também foi o L... S... de Guerra nas Estrelas (isso se você já reconheceu quem é a freira que dá carona para J & SB).
Bom, engraçado e perfeito para aliviar a tensão do dia-a-dia. Nota 8,0
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