!!Acervo quebra-galho para os feriados... ou: “O Aprendiz”, “O Suspeito da Rua Arlington” e “O Império do Besteirol Contra Ataca” por Rod Castro!

15 de fev. de 2008

Inicio de ano, quando você trampa numa empresa bacana, é época de revisitar os filmes que você saiu comprando no referencial – assistiu um dia e achou sensacional ou ouviu alguém falar bem – e que estava em promoção em uma locadora de Manaus.

Tudo bem, de vez em quando o comprador fica bravo por um arranhão aqui, uma capa meio detonada ali – a pressa em comprar não deixa você avaliar os danos de anos de aluguel - mas no total, o saldo é muito positivo.

E assim no início do ano, enquanto um monte de amigos meus de profissão labutavam, eu estava em casa revendo alguns filmes. Vamos ao review?

“O Aprendiz”

Faz poucos dias que postei aqui um mini-artigo sobre duas perdas recentes do cinema e que eram excelentes promessas: Brad Renfro e Heath Ledger. Joves, talentosos, potenciais enormes e que infelizmente se foram – causas diferentes, mas em ambas as mortes se fazia presente a mesma palavra: droga.

Renfro já havia feito um filme aqui outro ali, quando em 1997, Bryan Singer – o mesmo diretor do intrigante “Os Suspeitos”, “X-Men I e II” e “O Retorno de Superman” – o escolheu para ser o ator principal de uma adaptação de um conto do mestre Stephen King – mesmo autor de “O Iluminado”, “Carrie, a Estranha”, “A Espera de um Milagre” e “Um Sonho de Liberdade”.

O filme é muito bem feito e tem cenas marcantes. A maestria de Synger some graças ao embate do personagem de Renfro com o seu coadjuvante: Ian McKellen – é o Gandalf e o Magneto em pessoa. E cão engolindo cão. Fera guerreando com fera. Línguas afiadas com golpes, e olhares, fulminantes.

A história é muito bem fundamentada - um garoto que se interessa pelo nazismo em uma aula de história, ao fazer uma pesquisa em uma biblioteca, descobre que um dos seus vizinhos foi um nazista que desapareceu e conseguiu abrigo nos EUA – e possui cenas maravilhosas, como quando o personagem de McKellen põe sua farda ou quando Renfro – já no final – espanta o seu professor.

Vale a pena ser visto e com certeza figurar entre os bons dramas de sua coleção. Nota 8,0.

“O Suspeito da Rua Arlington”

2 anos antes de Bin Laden ser conhecido por reles mortais como eu e você, um americano que dava aula sobre terrorismo e que teve sua esposa morta por fazendeiros em um mal entendido, tinha a convicção de que um casal de vizinhos da sua rua, a dita Rua Arlington do título, não eram tão bonzinhos assim e podiam ser participantes de uma célula terrorista.

Não, eles não eram do IRA, nem do ETA ou muito menos palestinos, pelo contrário: eram americanos comuns e que seguiam todas as premissas do famoso jeito americano de ser. E o que levaria este especialista em terrorismo – Jeff Bridges – a suspeitar de pessoas tão boas?

Seriam as plantas de grandes edifícios e shoppings da cidade espalhadas por todo o escritório do senhor Oliver – papel muito bem feito por Tim Robbins? Ou seria aquele olhar doce, mas esquisito dado pela esposa de Oliver, a senhora Cherryl Lang – mais um trabalho estupendo de Joan Cusack – que de tão doce chega a assustar?

Talvez tudo comece com um inesperado garoto, com os dedos amputados, que é socorrido pelo personagem de Bridges e acabe de forma mais inesperada ainda – senão explosiva – em algum lugar repleto de pessoas e com o personagem de Jeff participando de um ato de forma involuntária.

Onde está o perigo? Pode estar bem ao seu lado. Nota 8,5.

“O Império do Besteirol Contra Ataca”

Você já assistiu a estes filmes: “O Balconista”, “Barrados no Shopping”, “Procura-se Amy”, e “Dogma”? Sim? Além de ser um cara sortudo – para este seu escriba falta ver o primeiro filme listado – você tem bom gosto ou andou lá por casa emprestando uns DVDs.

É uma pena que no Brasil existam uns desgraçados da censura que se juntam aos engravatados dos distribuidores e cunhem nomes imbecis para filmes que eles desconhecem e “O Império do Besteirol...” é um desses. Com esse maravilhoso título o filme acabou sendo vendido nos cinemas, quando foi exibido, como mais um daqueles filmes ignóbeis para adolescentes.

Tudo bem, é o pior filme de Kevin Smith até então. Mas ainda assim está longe de ser uma porcaria do nível dos filmes dos irmãos Wayans (daquela porcaria de “Todo Mundo em Pânico”). O filme na verdade é mais uma miscelânea de referenciais nerds que tem como protagonistas pela primeira vez os sempre coadjuvantes Jay e Silent Bob.

Duas coisas que merecem sua atenção: tente desvendar quem são as garotas que fazem o grupo de ladras que dão carona para Jay e Silent – tem mulher famosa e adorada hoje em dia por fãs de “Heroes” (mais conhecido por estas bandas como cópia mal feita de Watchmen) – e desvende quem está por trás do vilão que enfrenta os dois em uma das últimas cenas do filme – dica: ele já fez a voz do coringa nos novos desenhos do Batman e também foi o L... S... de Guerra nas Estrelas (isso se você já reconheceu quem é a freira que dá carona para J & SB).

Bom, engraçado e perfeito para aliviar a tensão do dia-a-dia. Nota 8,0

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