!!Bravura domesticada... ou "The Sun & The Moon" o novo CD do The Bravery!! por Rodrigo Castro

21 de jun. de 2007



“Dois”. Respondi ainda entreolhando os lançamentos de CDs que estavam a minha frente em uma ordem totalmente fora da alfabética, em uma loja de departamentos em Manaus. Meu amigo que estava ao meu lado e que há poucos minutos me perguntara: “Quantos discos você está louco para ouvir em 2007?”, ficou estático com a minha resposta.

“Caraca, tem um monte de banda lançando discos este ano e boa parte delas estão entre as suas favoritas... e você me vem com um seco ‘dois’? Agora eu fiquei encucado, quais são?”. Parei de ver o que estava atrás, até mesmo porque é um absurdo como os CDs ficam fora da ordem nas lojas do ramo, olhei para o lado, meio que frustrado e ao mesmo tempo feliz, e mandei: “Os novos do Interpol e do Bravery.”.

Ele deu uma travada e antes mesmo de começar a falar algo contra minhas expectativas o interrompi e retruquei: “Só e nenhuma palavra... ou banda a mais.”. Meu amigo sorriu, deu de ombros e o tempo então passou. Passou. E o dia de ouvir um desses aguardados lançamentos chegou, pois em minhas mãos reside o novo disco dos Bravos cinco branquelos que formam o “The Bravery”. Vamos à resenha? Então segue o barco...

Bem, entre 2004 e 2005 houve uma invasão sonora nas rádios e em tudo que é mídia. Esta tal revolução tinha como base sons que remetiam aos que eram realizados na década de oitenta. Entre essas bandas temos gente, hoje, grande e que leva multidões aos clubes e estádios de todo o mundo, como Franz Ferdinand, The Killers, Jet e Kaiser Chiefs.

E há também algumas pequenas e que em alguns momentos, em minha opinião, soam bem melhores que as “conhecidas”, como os excelentes Interpol, Klaxons e Editors, os bons Bloc Party, She Wants Revenge e o muito bom The Bravery. E o dia de todas elas vai chegar.

“São Paulo, tempo frio. Pessoas, milhares de pessoas nas ruas. Uma delas tem em seu bolso um CD player e nele toca o demo de uma banda interessante, que remete ao bom som feito pelo Duran Duran e o The Cure nos anos oitenta.”

Este seria um bom parágrafo para falar como ouvi a mistura de referencias chamada Bravery. Acredite: mesmo sem a finalização de mixagem, com o som “cru”, eles soavam melhores que muito artistas que passam meses, senão anos, enfurnados em grandes estúdios e produzem caca. E com direito a turnês gigantescas e divulgação das gravadoras.

Poucos meses depois desta situação citada há dois parágrafos, o demo virou “primeiro disco” e às dez canções que o compunham mais uma foi adicionada. E o resultado? Melhor ainda. O baixo preciso, a bateria dançante, o vocal muito parecido com o de Robert Smith ou Simon LeBon – quando esses cantavam pra valer - e hits para distribuir nas melhores rádios de rock do mundo. O sucesso bateu a porta da banda? Nops.

É com essa “falta” de prestígio, com fãs devotos – como aqueles que saíram dos mais longes cafundós do país e foram assistir à primeira, e até agora única, apresentação da banda (no Nokia Trends ano passado) – e tendo um bom reconhecimento da mídia especializada, que o Bravery lança seu mais novo rebento: “The Sun and The Moon” (O Sol e a Lua, lembra o nome dos discos do Wando ou do finado Agepê, mas não é!).

Um resumo sincero do que se pode falar deste novo CD, então lá vai: parece com o primeiro, mas não parece. Sei que é difícil compreender o que se quer dizer com isso. É quase como dizer que o que foi produzido pelos Beatles em “Revolver”, soava parecido em algumas faixas de “Magic Mistery Tour”, entende? Lógico que sem comparar os garotos desta banda com os monstros sagrados da outra. Mas está é a única explicação concisa que consigo fazer.

Além disso, dá para tecer comentários, como: eles amadureceram, pouco; o som tem um estilo meio que próprio, agora; o baixo dá um show em diversas canções, que não dá nem para enumerar; Robert Smith encarna no vocalista umas cinco faixas; e as outras seis ficam por conta do “fantasma” de Simon; e a banda tem um enorme potencial para arrebentar nos próximos discos.

Caso você queira ir direto as “hits” deste novo disco, nem precisa procurar muito. Tirando duas faixas (“This Is Not The End” e “Tragedy Bound”) todas as outras dez arrebentam.

Seja com sucessos instantâneos, como: “Believe” (ô baixista bom!), “Every Word Is A Knife In My Ear” e “Angelina” (praticamente tiradas do segundo disco, “Rio”, do Duran), “Time Wont Let Me Go” (candidata a canção pop do ano ao lado de mais duas dos Klaxons) e “Fistful of Sand” (atenção: refrão grudento ao extremo!).

Ou com músicas mais trabalhadas e que soam um pouco diferentes das demais, como: “Split Me Wide Open”, “Above And Below” e até a lenta, com direito a cordas, “The Ocean”. Este novo CD propicia boas perspectivas para os fãs e até para quem não conhece o Bravery direito. Bendito segundo disco!

Nota: 8,5 (as duas músicas, citadas acima, são chatas e tiraram 1,5 pontos do dsico!).

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