
Antipatia. Boa parte das bandas pelas quais você tem este sentimento serão suas bandas preferidas em algum momento na sua carreira de roqueiro. E isso não é uma praga, é uma constatação. Puxe pela memória que você vai ver que não há exagero da minha parte. Tenta lembrar aí, que te dou até um tempo... pensa..., viu, é verdade?
Isso já aconteceu comigo com três das bandas que mais gosto: Led Zeppelin – aos doze anos – Radiohead – aos catorze – e The Strokes – aos 23. E o único conselho é o mesmo de sempre: não tire aquele som como uma verdade imutável e ao mesmo tempo tenha certeza absoluta de que você também pode acordar outra pessoa depois de dormir esta noite.
Os seus conceitos auditivos de dois dias atrás podem mudar e evoluir, assim como o som do “imprestável e medíocre” que você se dispôs a ouvir. E com este pensamento que declaro que mais uma “banda horripilante” – no meu gosto, certo? – passou-me uma rasteira certeira com seu novo disco: “Because Of The Times”, do Kings Of Leon.
Este é um disco que merece sua atenção por carregar tantos elementos e ter tanta coragem de ser o que é. Em nenhum momento, faixa, há algo que corrompa o que desde o primeiro play tenha chegado aos seus ouvidos. Há sim, uma sonoridade de vanguarda que prima por uma qualidade e uma importante rede de detalhes que o motivam a pressionar a tecla repeat de seu MP3 player ou CD player dezenas de vezes.
Para ser bem sincero, minha marra com a banda surgiu após assistir seu primeiro clip na MTV ao lado de mais dois amigos. O programa que passava os apresentava como originais e donos de um som a ser seguido. Mas como? Se o que eu via era uma imitação do estilo de uma banda que eu havia aprendido a gostar ouvindo os vinis de meu pai, o Creedance Clearwater Revival?
Ali morava a razão principal para minha antipatia: comparações.
Alguns anos depois, fui ao Tim Festival 2005 e assisti ao show do Kings antes do principal, o dos Strokes. Naquele dia, parte de minha ojeriza com a banda começou a desaparecer. A fórmula: simplicidade, solos de guitarra bem feitos, cozinha – baixo/bateria - bem azeitada e vocalista com timbre diferenciado, assim como Jullian Casablancas (Strokes) e Rodrigo Amarantes (Los Hermanos).
Falo: está difícil de ter um CD tão bem feito, sem pular uma música sequer, em 2007. São músicas diferentes e tão próximas que as disparidades se realçam e tornam-se únicas a cada acorde, batida ou levada. O único porem: a ausência total de uma música que possa ganhar mais destaque que as demais.
Mas... Entenda: “Because...” é para ser ouvido de cabo a rabo. Sem paradas, entendimentos ou buscas. O que está tocando tem suas razões, e todas servem para você se desculpar com os caipiras e descobrir que eles têm mais a oferecer do que se imagina – me inclua nessa.
Isso já aconteceu comigo com três das bandas que mais gosto: Led Zeppelin – aos doze anos – Radiohead – aos catorze – e The Strokes – aos 23. E o único conselho é o mesmo de sempre: não tire aquele som como uma verdade imutável e ao mesmo tempo tenha certeza absoluta de que você também pode acordar outra pessoa depois de dormir esta noite.
Os seus conceitos auditivos de dois dias atrás podem mudar e evoluir, assim como o som do “imprestável e medíocre” que você se dispôs a ouvir. E com este pensamento que declaro que mais uma “banda horripilante” – no meu gosto, certo? – passou-me uma rasteira certeira com seu novo disco: “Because Of The Times”, do Kings Of Leon.
Este é um disco que merece sua atenção por carregar tantos elementos e ter tanta coragem de ser o que é. Em nenhum momento, faixa, há algo que corrompa o que desde o primeiro play tenha chegado aos seus ouvidos. Há sim, uma sonoridade de vanguarda que prima por uma qualidade e uma importante rede de detalhes que o motivam a pressionar a tecla repeat de seu MP3 player ou CD player dezenas de vezes.
Para ser bem sincero, minha marra com a banda surgiu após assistir seu primeiro clip na MTV ao lado de mais dois amigos. O programa que passava os apresentava como originais e donos de um som a ser seguido. Mas como? Se o que eu via era uma imitação do estilo de uma banda que eu havia aprendido a gostar ouvindo os vinis de meu pai, o Creedance Clearwater Revival?
Ali morava a razão principal para minha antipatia: comparações.
Alguns anos depois, fui ao Tim Festival 2005 e assisti ao show do Kings antes do principal, o dos Strokes. Naquele dia, parte de minha ojeriza com a banda começou a desaparecer. A fórmula: simplicidade, solos de guitarra bem feitos, cozinha – baixo/bateria - bem azeitada e vocalista com timbre diferenciado, assim como Jullian Casablancas (Strokes) e Rodrigo Amarantes (Los Hermanos).
Falo: está difícil de ter um CD tão bem feito, sem pular uma música sequer, em 2007. São músicas diferentes e tão próximas que as disparidades se realçam e tornam-se únicas a cada acorde, batida ou levada. O único porem: a ausência total de uma música que possa ganhar mais destaque que as demais.
Mas... Entenda: “Because...” é para ser ouvido de cabo a rabo. Sem paradas, entendimentos ou buscas. O que está tocando tem suas razões, e todas servem para você se desculpar com os caipiras e descobrir que eles têm mais a oferecer do que se imagina – me inclua nessa.
Nota 9,0.