!!Os 20 melhores filmes de 2010!! por Rod Castro

19 de jan. de 2011

Deu trabalho, mas foi, como sempre, prazeiroso. Rever a lista que faço de filmes assistidos em um ano – cerca de 175 filmes em 2010 – fez-me lembrar de momentos importantes, bons, tristes e marcantes deste último ano.

Vamos ao que interessa? Eis a lista, divirta-se!

20 - Vício Frenético - de Werner Herzog

Faz tempo que Nicholas Cage se tornou uma anedota. Faz tempo que o diretor Werner Herzog busca se aproximar do público em geral e se reafirmar como um grande realizador. A grande sacada do alemão foi chamar Cage para esta regravação de um filme transoloucado e muito bom do dirtetor Abel Ferrara. Trama coesa, momentos gravados em handcam, trilha estourada e de fundo a reconstrução de New Orleans, recém destruída pelo Katrina. Uma das surpresas do ano.


19 - O Livro de Eli - de Albert e Allen Hughes

Momento redenção: os caras que estragaram uma das melhores obras dos quadrinhos modernos – “Do Inferno”, de Alan Moore – conseguem reverter o caminho de suas carreiras com este filme que mistura faroeste com samurai, abusa de uma fotografia saturada e de um som impressionante, tem Denzel Washington se divertindo a beça e ainda premia o público com um final original. Parece tudo, menos cinema americano.


18 – Direito de Amar - de Tom Ford

Quem diria que um estilista poderia fazer um filme? Quem diria que este estilista, Tom Ford, tornaria-se não somente um diretor, mas um diretor autor – ele produziu, roterizou e dirigiu o filme? Pois “Direito de amar” é uma estréia absolutamente perfeita de Ford e traz uma história que passa longe dos cacoetes já mostrados em filmes que falam sobre homossexuais. É daqueles filmes simples, mas que deixam boas lembranças.



17 – Como Treinar o Seu Dragão - de Dan Deblois e Chris Sanders

Em um ano com um filme da Pixar – “Toy Story 3” – e outro do mestre Myiazaki – “Ponyo” - algo inesperado: “Como Treinar o Seu Dragão” é a melhor animação que vi em 2010. Os motivos são: ótimo roteiro, uma animação sem grandes rompantes artísticos, porém bem feita e um grande número de personagens inesquecíveis. Tudo isso envolto como um filme de aventura para a criançada como os bons e hoje clássicos “Goonies” e “De Volta Para O Futuro”. Pena que o perdi em 3D nos cinemas.




16 – Mother, A Busca Pela Verdade - de Joon-ho Bong

Ele tem apenas 41 anos. Fez somente 04 filmes. Tem um neoclássico em seu curículo – “O Hospedeiro” – um bom policial – “Memórias de um Assassino” – e um futuro imenso pela frente. Joon-ho Bong fez mais em “Mother”: emocionou, dramatizou, fez rir e conseguiu arrancar excelentes atuações de seu elenco. “Mother” mostra até que ponto uma mãe pode ir pelo seu filho e esse caminho não é fácil.




15 – Guerra ao Terror – de Kathryn Bigelow

Com dois bons filmes de ação realizados na década de 90 – “Caçadores de Emoção” e “Strange Days” – a diretora Kathryn Bigelow volta a velha forma ao realizar um filme diferente sobre a Guerra que os EUA travam contra os “terroristas” espalhados pelo Oriente Médio. Há mais mérito no trabalho feito pela diretora e no jeito de contar essa história do que pelo filme e suas possibilidades em si.



14 – Enterrado Vivo - de Rodrigo Cortés

Um enredo simples: um cara enterrado vivo. 1h e 30 minutos de total desespero, dele e de quem assiste ao filme. O risco corrido pelo Diretor Espanhol Rodrigo e o roteirista Americano Chris Sparling – segundo trabalho de ambos no cinema – foi grande, mas com um final como que foi escrito e encenado, como errar? Uma das maiores surpresas do ano, um filme impactante.





13 – A Ilha do Medo – de Martin Scorsese

O maior mérito de Scorsese e Eastwood, em minha opinião, é: sai ano, entra ano, eles lançam um filme, que sempre é muito melhor do que muitos outros que passam semanalmente no cinema. Aqui não é diferente, misturando elementos de filmes de terror/suspense/noir o mestre dos filmes policiais dos últimos anos entrega uma obra complexa que se perpetúa em mais uma excelente atuação de Leonardo DiCaprio.



12 – A Estrada – de John Hillcoat

Filmar o fim do mundo não é novidade. Mostrar a busca pelo que ocorreu, como foi e para onde a humanidade vai depois do desastre é uma estrada que o diretor australiano John Hillcoat deixou de lado e preferiu seguir por um caminho mais dramático, porém, mais humano. Um dos filmes mais bonitos do ano. Merece ser descoberto.





11 – Lunar - de Duncan Jones

O que mais dizer sobre o espaço além do que já foi dito? Que referências não explorar além das que já foram sugadas ao extremo? Como fazer um filme de ficção científica com um orçamento pífio? Duncan Jones, nas horas vagas o filho de David Bowie, responde a todas essas questões em um filme complexo, com uma das melhores atuações do ano – Sam Rockwell – em pouco mais de 1h30 de pura ficção científica. Olho em Jones e pode anotar: este é um filme para se tornar cult.


10 – Onde Vivem os Monstros - de Spike Jonze

Skatista. Fotógrafo. Diretor de vídeo clipes – do melhor de todos os tempos, “Saboatege” dos Beastie Boys – roteirista por opção, ator por diversão (como em “Três Reis”) e namorador de celebridades. Mas acima de tudo: um cara que sabe agarrar uma boa oportunidade. Este é Spike Jonze, que fez um dos filmes mais sensíveis de 2010. Para isso ele contou com uma história pequeníssima, porém bela; um ator mirim fantástico; e uma equipe que deu vida a cenários impressionantes e monstros terrivelmente amorosos. Este é o novo passo na carreira. Promete.


09 – O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus – de Terry Gilliam

Com 70 anos de idade, o veterano diretor americano Terry Gilliam tem somente 11 filmes realizados. Boa parte deles com o grupo de comediantes do Monty Python. Neste, o terceiro nos anos 2000, ele põe em tela todos os maiores elementos já presentes em sua carreira. A diferença está nos novos efeitos que podem ser alcançados nestes tempos de computação gráfica. “O Mundo Imaginário” se tornou o último filme de Heathe Ledger, mas é muito mais que isso. É um dos filmes mais artísticos do ano. Recomendo-o em Blu-Ray, chega a ser embasbacante.


08 – Invictus – de Clint Eastwood

Já falei de Martin Scorsese. Até já falei de Clint. Mas é impossível fazer uma lista de melhores filmes deste ano 2010 e não citar o emocionante e perefeitamente dramático “Invictus”. Arrisco-me a dizer que este é o melhor filme sobre esporte já feito. Assim como arrisco-me a afirmar que está é a melhor interpretação de Morgan Freeman. Uma homenagem a um dos homens mais importantes no nosso século (Nelson Mandela), feita por outro dos mais importantes do atual cinema mundial (Eastwood). Obrigatório.




07 – Atração Perigosa – de Ben Affleck

Ele já foi indicado e saiu vencedor do Oscar – pelo roteiro de “Gênio Indomável”. Foi o “muso” de Kevin Smith no cinema independente americano. Ficou conhecido uma época como o namorado da Jennifer Lopez. Mas hoje ele deve sorrir em algum lugar ao saber que as pessoas já assistiram a dois de seus filmes e os acharam muito bons. Este “Atração Perigosa” é tudo o que se pede de um filme policial, principalmente de um filme de assalto: ação na medida certa, atores com sede de mostrar seus talentos; e uma história com guinadas eficientes. É o novo “Caçadores de Emoção”, com mais a oferecer.



06 – Tropa de Elite 2 – de José Padilha

Um erro. “Tropa de Elite” foi um erro. Essa continuação é um pedido de desculpas. E é bem aceito pore este escriba. Tudo de errado que o diretor José Padilha cometeu em seu policial facistóide é desfeito com cinema de primeira categoria, como ele já o tinha feito no documentário “Ônibus 174”. A coisa mais importante do filme não é o acerto de contas com o que é certo, mas sim mostrar o que há por detrás de um pensamento unilateral – algo que parece prolíferar na internet. Mostrando que os maiores culpados do sistema existir não são os políticos, os filhinhos de papai, ou a corrupção na polícia, como muitos ainda não entenderam, somos nós, eu, você e muitos outros que aceitamos certas coisas como normais.

05 – Scott Pillgrim Contra o Mundo – de Edgar Wright

Agora ainda não. Mas daqui uns dois ou três anos, vários que não tiveram a oportunidade de ver Scott Pilgrim o colocarão em um patamar maior do que neste momento em que eles veem que o filme ocupa aqui a quinta colocação. Mas falo do agora e agora não há melhor adaptação de quadrinhos, quando o assunto é diversão que “Scott”. Fracasso de público? Bobagem. Falta de empresas para distribuir? Calma, todos os Cults começaram assim. É uma lição de como se adaptar uma obra estática em outra em movimento, respeitando seu contexto e seu texto.


04 – O Segredo de Seus Olhos – de Juan José Campanella

É inegável: os argentinos fizeram um maravilhoso filme. Clássico no seu estilo de contar. Belo no contexto do amor que não se concretiza. Engraçado pelos personagens que o compõem. Emocionante em momentos singelos, com imensos detalhes e com frases marcantes. E genial em um plano sequência que está ao lado de outros maravilhosos do cinema moderno - como em “Desejo e Reparação” e “Filhos da Esperança”. Campanella (o mesmo diretor de “O Filho da Noiva” e “Clube da Lua”) merece: é um "cucaracha" que venceu preconceitos em solo americano (fez séries como “House”, “Law & Order” e “30 Rock”) e entrega uma excelente adaptação de um grande livro argentino. Parabéns hermanos.


03 – A Origem – de Christopher Nolan

Eu me lembro quando Clint Eastwood era chamado de carrancudo. De quando Alfred Hitchcock era o gorducho, Chaplin era o judeu, Allen o baixinho e Scorsese o o sombrançelhas grossas. Será que Nolan é o “boca mole” ou o “calvo de um lado”? Explico: há no mundo dos apreciadores do cinema, uma perseguição a quem faz bons trabalhos e ganham a aclamação do público sem precisar se afirmar inteligente em entrevistas. Há um ranço, bobo, de quem gosta de cinema em perseguir pessoas que fazem cinema bom do jeito que o cinema foi criado: popular. Esse problema atingiu a vida desses que eu falei acima e que hoje são considerados pelos mesmos detratores como gênios, ícones e blá-blá-blá. A hora de Nolan vai chegar, não é com este excelente “A Origem”. Mas vai chegar.


02 – A Rede Social – de David Fincher

Não se engane. Não se deixe levar. A maioria dos blogs que hoje endeusam o trabalho de Fincher frente a “A Rede Social” é escrito pelas mesmas pessoas que dia desses o chamavam de mero fazedor de clipes e comerciais – mesmo erro cometido com Fernando Meirelles. Eles também diziam que Fincher fazia filmes escuros e subverssivos, vivia de picotar seus planos e o mais importante: eles são os mesmos que riram - apesar de hoje não admitirem - ao saberem que ele faria “um filme sobre o Facebook”. Este é o melhor trabalho de David Fincher, um cara que fez três dos melhores filmes da década de 90 – “Se7en”, “Vidas em Jogo” e “Clube da Luta” – e que despreza a pencha que adoram jogar em cima dos novos “gênios” do cinema – de diretor autoral – pra longe, como ele mesmo afirmou em seu discurso no “Globo de Ouro”. É o melhor filme do ano? Não, por muito pouco.

01 - Sede de Sangue – de Chan-wook Park

Há histórias que se perpetuam no imaginário popular. Bram Stoker fez a sua: um homem que se torna sugador de sangue ao romper com suas crenças, em Drácula. Mas como recontar mais uma vez o que já foi dito infinitamente pelo cinema? Como ousar onde outros já o fizeram? E principalmente: como se utilizar de recursos de imagem que pareçam originais e inéditos? Chan-wook Park, o melhor diretor de cinema da Coreia do Sul nos diz como. A história respeita o clássico: um padre serve de cobaia para o teste de uma possível vacina para um vírus mortal. Ele quase morre, mas volta a vida com sede de sangue. Há tantas coisas para se falar deste grande filme, que seria injusto da minha parte comentá-las. Pois todas envolvem o inesperado. Daqueles filmes que transformam alguns minutos da sua vida em momentos inesquecíveis. Este é o melhor filme que vi em 2010.

21 comentários:

markeetoo disse...

Só não vi 7 desses. Os que vi concordo que merecem estar na lista.
Quando vamos fazer um intercâmbio de arquivos?? rs

bruna. disse...

E The Ghost Writer, não curtiu?

Srta. Tuppence Beresford disse...

Olá!!
Vi pouquíssimos filmes ano passado, mas concordo com os poucos que vi e vc listou aqui: Direito de Amar, Ilha do Medo, Doutor Parnassus, Tropa de Elite 2, O Segredo de seus Olhos, A Origem. Quero muito ver Lunar!!
bjim
Mari

Rod Castro disse...

Fala grande Markeeto. Então, diga-me quais foram e os que eu tiver te passo com certeza! Bru, vi onteontem o Escritor fantasma do Polanski, muito bom, mas preferi o Vício frenético, mas vale muito o do Polanski, recomendo tbm. E ai Mari, Lunar é sensacional, brilhante mesmo. Valeu pelos comentários pessoal!

Rod Castro disse...

A Jezi Alecrim faz um comentário sobre esta lista dos melhores de 2010 em uma postagem anterior, que foi a seguinte: “Rod, vc não colocou Toy Story 3 na sua lista. Pq? Tá certo que eu não assisti a todos os filmes que vc lista aí, mas Toy Story 3 é muito bom!”

Então Jê, acho que este ano foi um dos mais fracos em termos de animações. “Ponyo” do Miyazaki é bom, mas não tem aquela qualidade que o tornou lenda… Toy Story é uma série que nunca me emocionou muito. Revi os dois primeiros antes de ver esse 3 e continuo achando bom, mas a Pixar fez filmes bem melhores que ele.

Mas é assim, lista é pra isso mesmo, para sabermos de filmes que não vimos e questionar os filmes que achamos que deveriam estar. Repito: bom filme, bom mesmo, Ernesto então, viu 03 vezes seguidas lá em casa. Mas faltou alguma coisa.

Marcos Magalhães disse...

Da lista eu ví 8 filmes e todos os 8 que eu ví são ótimos, vou destacar "A Origem" que pra mim foi o melhor filme que já ví no cinema. A parceria do Di Caprio e Scorsese novamente rendeu um ótimo filme em "A Ilha do Medo", dos mais recentes "A Rede Social" e o "Scott Pilgrin" (que eu ví em casa heheh) me surpreenderam bastante. De resto são os filmes de "arte" que só o Rod gosta! :P (mas depois me passa esses filmes? heheh)

Rod Castro disse...

Hehehe, Marcos não sabia que dava para comentar aqui no blog, mas tá liberado desde o dia em que ele foi criado. Então, "A Origem" realmente é um excelente filme do Nolan, fala de algo importante e que as pessoas de hoje em dia deveriam prestar mais atenção: transforme os momentos com as pessoas que você realmente ama em únicos, eles podem não acontecerem mais.

DiCaprio com Scorsese hoje em dia está se transformando num selo de qualidade dos anos 2000, assim como o diretor o fez tendo como astro o sempre competente De Niro.

"A Rede" é outro filmão e o "Scott" divertido demais. Os outros de "Arte" tu pega lá em casa seu puto, hehehhe. valeu pela participação!

Mayara Sakiko disse...

ei, vad bibe não ter Zombieland aí. assisti 8 desses filmes, e plz, quero uma visita com um pendrive cheio de filmes porque quero entender o porquê dessa ordem. para mim, Scott Pilgrim foi o filme mais divertido que assisti esse ano, seguido por Zombieland. e quero ver agora esse Sede de Sangue. :)

Beijos!

May

Rod Castro disse...

Fala May, Zombieland é muito engraçado, mas o vi em 2009, por isso não entrou nessa lista. Quanto aos filmes, lista os que você não viu e me passa, os que eu tiver com certeza te passarei e "Sede de Sangue" é mais um filme do Park, ele é o mesmo diretor de "Oldboy" esse, você tem que ver! Abraços!

Rod Castro disse...

Não sei o que ocorreu com o comentário do meu caro amigo Eduardo Lemon, mas ele não conseguiu postá-lo, mas eu consigo ver na parte administrativa do blog, aqui vai: “Existem referências em tudo na vida, é claro. Pode-se determinar (através da experiência) pontos de Start para interesses em diversos momentos e pessoas. Tenho refêrencias de meu velho pai, referências de rock com André, um brother em sampa… por aí vai. Aqui no seu site Rod, tenho referências de filmes, já acompanho o site há algum tempo e sempre foram boas dicas. Parabéns!”

Então Lemon, valeu pelo post, não sei pq não ficou registrado, mas como consigo ler postei-o. Que bacana o A Sétima ser uma referência para você, recomendo outros blogs que aqui estão ao lado e que também falam de cinema. São outros olhares, outras pessoas e boas outras dicas. Valeu pelo comentário e corre atrás dos filmes que aqui estão e você não viu, são muito bons!

Thiago Henrik disse...

Dos filmes da tua lista que eu assisti, o mais bem colocado é o Scott Pillgrim, que é sensacional! Sabe o que ele me lembrou (apesar de não ter nada a ver)? O nosso futuro curta. No sentido de que eu adorei, mas as poucas garotas com quem conversei a respeito, não se mostraram muito fãs... Pq será??

Thiago Henrik disse...

Ah, o primeiro da lista me intrigou tanto que já estou baixando haha...

Rod Castro disse...

Fala grande Thiago, cocordo em parte. Acho nosso curta mais um lance meio como "Go, Vamos Nessa" do que para o "Pilgrim", acho que o mundo masculino que ali está parece sim com o nosso.

Quanto ao excelente "Sede de Sangue" assim que o meu primo me devolver te repasso. Filmão cara, aliás, tudo do Park é no mínimo nota 8,5 - como o Lady Vingança, que pra mim é o mais fraco dos filmes dele, mesmo assim, um bom filme.

Breno Yared disse...

Como eu comentei lá no meu blogue, Rodrigo, no post dos melhores de 2010: assisti a pouquíssimos filmes ano passado. Acho que mais da metade dos da tua lista eu não vi. “Vício Frenético” estava doido para ver, mas perdi. “Mother” eu tenho aqui, só falta ver. “Enterrado Vivo” passou nos cinemas e eu burramente perdi. “A Estrada”, “Scott Pillgrim...”, “O Segredo de Seus Olhos” e “Sede de Sangue” quero muito ver.

Dos que tem na tua lista e eu vi adoro todos, inclusive entraram na minha lista dos 5 melhores que fiz. Só uma coisa: a melhor forma de entender a Hollywood atual é olhar para a Hollywood antiga. Na atual, Fincher nunca foi um diretor autoral, quando o rotulam assim, é de forma equivocada. Fincher é um diretor de grandes estúdios, que consegue alternar projetos de encomenda e mais pessoais. No estilo de como o King Vidor fazia na antiga: a cada sucesso num projeto de encomenda, como “Duel in The Sun”, ele conseguia financiamento para projetos mais pessoas.

Por isso não achei surpresa nenhuma o Fincher ter dito o que disse no Globo de Ouro. É o mesmo que o Michael Mann faz, que também tem um estilo bem pessoal de filmar, mas abomina o rótulo de “diretor autoral”. O Clint Eastwood é a mesma coisa. Essa “tática” dos diretores de Hollywood que fazem um cinema, digamos, com estilo mais pessoal, mas ainda assim em filmes de gênero e populares, é parecida com o que John Ford, Hawks, Vidor, Nicolas Ray e Douglas Sirk faziam: em entrevistas faziam-se de diretores “pragmáticos”, que eram apenas contratados para dirigir o filme e mais nada, fingiam não saber sobre questões de estilo e temática.

Breno Yared disse...

Naquele doc do Scorsese, sobre o cinema norte-americano, tem até um exemplo hilário disso: o Peter Bogdanovich tentando fazer perguntas mais conceituais e aprofundadas sobre o estilo fordiano e o Ford só dizia que não sabia sobre o que ele estava falando. Quem conhece o cinema do Ford sabe que o Bogdanovich fez excelentes perguntas e conhecia profundamente – o próprio Ford sabia -, mas era a tática do Ford de deixar os estúdios de longe, para acharem que ele fazia os mesmos faroestes de sempre, que dessem lucro, nada de complexidade. E, na verdade, cada vez mais Ford apurava seu estilo de direção e fez um retrato contundente das mudanças na América, tudo em “simples” filmes de gênero.

O único diretor na Hollywood atual que realmente é e adora o rótulo de diretor autoral é o Shyamalan. Igual ao Welles na Hollywood Antiga. E igual a ele, paga o seu preço por isso. É uma faca de dois gumes. É isso. E espero que o desentendimento lá no meu blogue tenha passado e seja esquecido. Eu tenho tentado dar a minha opinião e sempre levar em conta a dos outros, mas nem sempre acertamos na dosagem. Abraço, mano!

Rod Castro disse...

Rapaz, tô rindo muito aqui ó? Esse David Letterman é doido, hehe. Então, vamos lá: este ano também vi pouquíssimos filmes. Dei uma corrida para ver os imperdíveis neste meio de dezembro, quando entrei de férias. Cansei, mas valeu a pena. Desses que você citou que quer muito ver, todos são muito bons, mas “Scott” e “O Segredo…” estão muito acima da média, assim como o “Sede”.

Essa parte do autoral na verdade é uma pontada em sites especializados em cinema atuais. Desde os de fora, quantos os nacionais. Há uma necessidade em se mitificar os novos produtores, como se isso realmente fosse necessário, que nem aquela época de Cristo e a busca pelo messias, saca? Isso me deixa realmente chateado.

Fincher nunca foi autoral, eu sei, sou um apreciador do seu cinema. Acho que essa pencha ele nunca vai querer adquirir. E quanto ao lance do Globo de Ouro gostei muito dele não ter se levantado e ido de encontro aos produtores agradecer. Assim como o seu discurso ter tocado num assunto que Bergman uma vez disse para o David Lean senão me engano. Lean o perguntou como ele fazia um filme por ano e Bergman respondeu: fácil eu filmo com um bando de amigos.

Acho que é o caso de Fincher. Scorsese também mantém uma base senão me engano. O Nolan também usa a mesma equipe. Eles participam do roteiro, fazem parte da produção e obviamente dirigem. Mas não são semi-deuses, essa busca pela tentativa de impor que eles são artistas – e eu me pergunto: como não são, ainda precisa afirmar? – é isso que me deixa consternado.

Não discordo do Shyamalan, acho o foda. Mas se perdeu. E acho que hoje há vários caras com trabalhos autorais sim, mas longe de Hollywood, como: Woody Allen e o Alfuonso Cuarón.

Lá em Hollywood ainda me lembro de outro, que sofre demais por se afastar dos grandes estúdios e pena para lançar seus filmes mundo a fora e isso sem dar entrevistas ou posar de mídas – é isso que me irrita no Shyamalan, essa necessidade de se reafirmar - esse diretor é o Darren Aronofsky.

Ah, falando nisso, assisti a primeira adaptação do Shyamalan e gostei muito, mas muito mesmo. E já recomendo a todos: assistam ao muito bom “Último Mestre dos Ares”, acho que ele falou algo certo sobre o filme: é um bom filme para crianças e aqui me permito uma “refraseada” no que ele disse e transformo para É um muito bom filme para crianças.

Quanto aos desentendimentos tranquilo. Só não gosto de pessoalismo no quesito opinião. Quando levamos para o pessoal o que nos é falado, acaba criando ruído e esses ruídos comprometem até mesmo laços de amizade.

E se você quiser ler sobre cinema, mas algo mais técnico e até mais detalhado, principalmente sobre a arte de filmar, recomendo o blog do Breno, está aqui ao lado nos blogs que sempre dou uma oiáda.

May disse...

oldboy realmente é fantástico! meu namorado que me mostrou. e depois te dou a listinha dos filmes. :**

Breno Yared disse...

Eu fui com toda boa vontade do mundo assistir a "O Último Mestre do Ar" - até a série animada assisti a primeira temporada toda. Apesar de realmente ser para crianças e adolescentes, para mim, o Shyamalan fracassou, principalmente, no roteiro. Fraquíssimo no desenvolvimento das personagens e no enredo. Isso ficou ainda mais evidente por ele ter perdido direito ao corte final – teve que tirar mais de 30 minutos – e adaptar o filme para o 3D, que ficou inócuo, já que não foi filmado para ser 3D.

O Shyamalan tem que aprender com o Clint a fazer filmes de encomenda tão bons quanto os mais autorais.

Rod Castro disse...

Cara gostei muito de "O Mestre" muito bom filme para crianças. Quanto ao lance dos personagens eu acredito que ele ainda vai desenvolve-los nos próximos filmes da série. Quanto ao lance do 3D eu acho que foi uma imposição do estúdio para ganhar mais grana na bilheteria - já que o ingresso em 3D é mais caro.

Duas coisas: isso é o lance que falo sempre do Shyamalan, ele posa como autor, como independente ou capaz de tudo alone e chega numa hora dessas e mostra que é um diretor como vários, não tem ainda essa força mercadológica, ainda e isso não é ruim, apenas é a realidade.

E quanto ao lance do Clint acho até injusto comparar a força do Shya com o ele, um cara já consolidado no mercado e que escolhe o que fazer sem se preocupar com grana ou público.

Dani Ianni disse...

Maninho, maninho!!!
Tentei comentar aqui neste post já 3 vezes e nada... vamos ver se consigo desta vez...
Lá vai: pode parecer uma bomba, aliás nem vou me explicar...rsrs Não gostei do filme onde vivem os montros... acredito que esperava mais dele, concordo com o ator mirim, concordo mais ainda quanto ao cenário e aos monstros OTEMOOOOOS, até ai perfeito!! Mas faltou muito mais... eu juro que tento, e tento, encontrar um "Q" a mais no filme, mas não rola...
Quanto aos outros vi mais da metade e não tiro uma virgula de seus comentários... preciso agora correr pra ver os 9 que ainda não vi rsrs

Te amo, bejokas!!!

Rod Castro disse...

Onde Vivem é um filme que passa bem perto do que foi encenado em "O Labirinto do Fauno", este eu desgosto, acho o muito "intelectual" acho o "Onde Vivem" um filme bonito e muito bom para se lembrar da infância. Gosto é gosto. Fala quais são os outros 09 que em Maio eu levo pra ti de presente! Beijos!