!!Dois dos melhores filmes do ano em um só post: “Zona Verde” e “Scott Pilgrim Contra o Mundo”!! por Rod Castro!

9 de dez. de 2010

Como é bom fazer um post assim: com nenhuma possibilidade de falar sobre um filme ruim. Apenas bons filmes e que devem estar na lista de melhores do ano, sem dúvida, ao lado de “A Rede Social” e “A Origem”.

Também é bom ver dois excelentes diretores pondo rédeas curtas em sua produção e apostando muito em seus atores – engraçado que os dois filmes possuem um grande elenco, afinado e na perfeita inteiração com seu tema – até os exageros foram bem-vindos.

Um já passou por Manaus e saiu recentemente em DVD (“Zona Verde”). O outro (“Scott Pilgrim”) por ter entrado em circuito com poucas cópias deve ser confeido na sua versão pirata descida por algum nerd que não aguenta esperar - o mesmo chegando aos cinemas merece mais uma conferida! Vamos ao que interessa.

“Zona Verde” – Paul Greengrass é um dos meus diretores favoritos dos anos 2000. Muitas pessoas me perguntaram porque nenhum de seus filmes se destacou na lista de melhores dos anos 2000-2009. Simplesmente porque acredito que estes filmes são apenas o início de uma carreira prolífica – mas que me doeu muito deixar “Domingo Sangrento” e “Voo United 93” de fora, ah isso doeu.

Mas barco que segue: este filme é a nova parceria do diretor com o ator Matt Damon. A dupla comandou com maestria os últimos dois filmes do espião desmemoriado Jason Bourne. E nesta nova empreitada faz um pouco do que já fazia, mas com temática realista.

“Zona Verde” é a área tranquila de Bagdá. Aquela que os americanos estabeleceram como sua base, para tentar mostrar ao mundo que tudo estava dominado e que eles tinham total segurança do que faziam – no caso, procurando as nunca encontradas ameaças químicas que Saddam planejava jogar por todo o Planeta.

E onde se encaixa Damon? Aqui: ele lidera um grupo de soldados que busca as tais armas. Nunca as acha, põe as informações “certas” em questionamento e em um belo dia se defronta com um Iraquiano que “dedura” onde alguns dos homens mais importantes de Saddam encontram-se, as escondidas, tramando uma possível revolução.

Daí para frente o filme entra em um turbilhão de mascaras caídas, confrontos nos bastidores - para derrubar a missão do personagem de Damon - e em mais de 30 minutos ficamos sabendo

o que hoje sabemos, mas que na época ninguém nem sonhava ser mentira: um homem de Saddam deu a informação (mentirosa) para os americanos após um acordo para se ver livre do que o seu país se tornaria.

O roteiro de Brian Helgeland (o mesmo roteirista do excelente “Los Angeles: Cidade Príbida”) não poupa ninguém. Este é o atestado de que Greengrass deve, com o passar do tempo, tornar-se uma espécie de Sam Peckinpah do nosso tempo. Excelente filme, com as eternas boas cenas de ação que permeiam as obras da dupla já citada.

Pena que o filme não teve a renda esperada e foi praticamente abandonado a sorte nos cinemas mundiais. Nota 8,5.

“Scott Pilgrim Contra o Mundo” – Uma das missões mais difíceis do cinema é transformar séries de video game em filmes de sucesso. Ainda não há uma grande franquia do segmento que mais arrecada com diversão no mundo – vai falar que você pensava que era o cinema? – com total aprovação do público e de seus fiéis seguidores.

Bem, não havia, pois a receita para que a mesma exista é esta adaptação de quadrinhos. Engraçado né? Um diretor conseguiu puxar de um segmento (games) as referências necessárias para adaptar outra arte (quadrinhos) em outra (cinema).

Mas se permitir misturar é um hábito na carreira de Edgar Wright. É dele um dos melhores filmes de zumbis destes anos 2000: “Todo Mundo Quase Morto”. O trabalho feito pelo diretor, então estreante, é um belo exemplar de como misturar estilos cinematográficos. Sempre tirando o melhor da experiência e fazendo com que o espectador se divirta e ache as referências mais que homenagens.

Em “Scott” ele acerta a mão e entrega sua melhor obra. A diversão está em todos os lugares, espalhados nos recordatórios (elemento natural dos quadrinhos e que tem destaque na série de Scott em HQ), nas onomatopeias espalhadas e chupadas de séries glams (como a do Batman de 60 a 70) e nos pensamentos transformados em elementos gráficos - como a vida (1up) que Scott ganha ao vencer uma de suas batalhas.

O plot: Scott (Michael Cera, inicialmente morno e depois no ponto certo) é o baixista de uma banda de rock menor; que foi chutado por uma, hoje, famosa cantora de outra banda; que divide um cubículo com seu amigo gay (Kieran Culkin, irmão de Macaulay, em seu melhor papel); que namora uma colegial chinesa (Knives Chau, interpretada pela ótima Ellen Wong,); e que numa festa se apaixona por Ramona (a linda Mary Elizabeth Winstead).

O que Scott não sabe, nem nós, é que Ramona teve sete ex-namorados. Eles formaram uma superliga de vilões que vivem a detonar todo e qualquer novo candidato amoroso da moça de cabelos coloridos. Cada ex é um capítulo a parte, assim como as batalhas pelo amor de Ramona.

Duas importantes características deste filme e que devem ditar moda nos próximos do mesmo segmento: ação desenfreada, colorida e com edição frenética – acho impossível as maiores premiações do mundo do cinema fecharem os olhos para o trabalho de direção de arte, figurino e a já citada edição. Ah, cuecas: que elenco feminino, hein? Nota 9,0.

2 comentários:

Breno Yared disse...

Eu perdi "Zona Verde". Nem lembro quando passou por aqui. E foi um tremendo fracasso nos EUA, de público e crítica.

Rod Castro disse...

Verdade, mas isso não quer dizer nada. Também perdi o filme e é muito bom. 19,90 na Americanas do Plaza.