!!Um Supertime do Rock em um clássico do novo século…ou Them Crooked Vultures!! Por Rod Castro!

16 de nov. de 2009

Este ano de 2009 foi repleto de bons lançamentos no mundo do rock. Entre tanta coisa boa, como os discos do Yeah Yeah Yeahs, o do Arctic Monkeys, o do Muse, entre outros, um se destacava por ter em sua formação um time de vencedores na categoria rock pesado com estilo: Chicken Foot.

A banda formada por dois ex-Van Halen (o baixista Marc Anthony e o vocalista Sammy Haggar), um super guitarrista solo (Joe Satriani) e o atual batera dos Red Hot Chilli Peppers (Chad Smith) é muito boa, festiva, possui boas músicas, mas faltava algo. Talvez, com o projeto seguindo, eles acabem com uma sonoridade real e as várias pontas soltas acabem se unindo.

O problema consiste no seguinte: por termos grandes artistas, distantes de suas bandas, você, fã, acaba tentando escutar o destaque de cada um e mesmo em momentos que eles soam como uma banda, algo acaba remetendo as suas origens. Enfim, o som não soa coeso.

Mas o motivo real para se falar tanto de Chicken Foot em uma resenha sobre o disco mais esperado do ano, o do Them Crooked Vultures – banda que junta Josh Homme (líder do Queens Of Stone Age, A BANDA de rock dos últimos 20 anos), David Grohl (eterno batera do Nirvana e vocal do Foo Fighters) e John Paul Jones (o melhor multi instrumentista da história do rock) – é que este projeto consegue desfazer de praticamente tudo o que foi dito do Chicken.

Assim eu te deixo atordoado e confuso?

“Gunman” e “Interlude With Ludes”, são músicas do Led Zeppelin, do Foo Fighters ou do Queens Of Stone Age? De nenhuma das bandas citadas, mas sim de uma nova banda. A capacidade dos três integrantes é tamanha que em certos momentos você se pergunta porque dezenas de roqueiros – que ainda tocam algo – não largam algumas bandas mais ou menos ou em franca decadência e juntam-se a outros com a mesma capacidade e formam uma (nova) boa banda, como essa.

Soltem os cachorros pretos: isso é roque em rou!!!

O baixo preciso de Jones, influenciador de toda uma geração – incluindo aí os dois membros do Them Crooked – dita o ritmo da banda em vários momentos, como em “Warsaw or The First Breath You Take After You Give Up” (com uma pegada no estilo do bons tempos de The Doors), na ritmada “Elephants”, na competente “Scumbag Blues” e na paulada “Reptilles” (Queens com Led Zeppelin, ou será que é esta canção é a mais digna prova de que o Queens sempre tentou soar como o Led e ninguém nunca percebeu?).

Jones também mostra sua maestria – ele já escreveu dezenas de óperas – e faz o clima sinitro ou alegre necessário em um par de canções, ao piano ou orgão, como: “Caligulove” (com direito a solo de orgão e mistureba indiana), a já citada “Gunman” e a derradeira “Spinning in Daffodils”.

E há cancões como a dos imigrantes?

Em um disco repleto de boas músicas, fica difícil citar três ou quatro que você deva por num repeat até porque, este é um dos poucos discos do ano que há uma obrigação real de se ouví-lo do início ao fim. Mas entre essas canções preparadas para um Best Of no futuro, destaco as interessantes e bem próximas de um hit “Bandoliers”, “New Fang” e as roqueiras “Dead And Friends”, “Mind Eraser, No Chaser” e a faixa de abertura, dona de um título impagável, “No One Loves Me & Neither Do I”.

Esses abutres curvados não se alimentam de carniça, ou se o fazem, regurgitam filé. Obrigatório, como poucos discos. Uma lição de como se fazer boa música, sem esforço, mas com vontade. Nota 9,0!

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