Não sei se você sabe, mas os aviões no Brasil já foram maiores. Também não sei se você sabe, mas havia uma companhia aérea chamada Varig. E nela, haviam telões que eram puxados em suas paredes e podíamos ver programações – gravadas – das principais emissoras de TV do país.
Bem, em 1983, minha primeira viagem à São Paulo só, deparei-me com aquele telão e ali, naquele instante, apresentaram-me um ser chamado David Bowie. A música: Let´s Dance. Clipe, hoje clássico, mas que soa cada vez mais surrealista a cada vez que ponho os olhos, hoje adultos, nele.
Pule no tempo. Deixe o 1983, esqueça a Varig – que existe, mas hoje é uma companhia que faz parte do conglomerado da Gol – também deixe de lado os aviões largos e o telão comunitário, são tempos unitários, como falava o personagem principal de o Clube da Luta.
Estou em casa, num sábado, manhã, entro no meu quarto, som ligado no aparelho de DVD, meu filho escolhe um CD solto em cima da prateleira. Põe e para minha surpresa o que roda? Let´s Dance do Bowie. Não o clipe, somente a música. Resultado imediato: com menos de dois anos, Ernesto, meu filho, dança – o tal “passo do sapo”, que consiste em arquear as pernas fazendo movimentos para cima e para baixo – sim, ele já havia dançado antes, com o mesmo passo, a doideira de Star Guitar do Chemical Brothers.
Mas contagiado pelo pop que estourava as caixas, meu filho sentiu nos ouvidos e na pele a sensação de dançar o melhor que esse tipo de música pode oferecer. Sim, para muitos Michael Jackson foi o rei do pop e para muitos David Bowie é o camaleão do rock. É engraçado, mas sempre vi a figura de David Bowie como um mestre em misturar tudo que é tipo de som e entregar algo que você ouve, às vezes não entende, mas que, fatalmente se tornará sucesso com um artista "novo".

Parabéns senhor Bowie. Sua sombra sobre a música mundial é perceptível, o tempo inteiro.
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