!!Por Odin, Thor é muito bom!!

4 de mai. de 2011


Li tanta coisa a respeito da adaptação do personagem Thor para as telas de cinema que pensei que o filme seria um horror, como aqueles famigerados feitos na década de 90 por estúdios menores e com orçamentos ridículos – afinal, a Marvel estava falida e precisava de todo e qualquer dinheiro para se restabelecer.

Tudo porque as pessoas se prendem a seguir modelos. Como assim? Porque não fazem mais filmes seguindo o estilo que já deu certo, como em “Homem de Ferro”, “Batman, O Cavaleiro das Trevas” e até mesmo a série dos “X-Men”? Porque cada personagem, mesmo que ele faça parte de um universo repleto de outros seres maravilhosos como ele, tem o seu jeito, sua história, seus conceitos. 

Exemplo: há uma diferença gigante entre o universo DC e o da Marvel: magia e ciência. Enquanto a casa do Superman, Mulher Maravilha e Batman aposta em super poderes – apesar de Batman ser um reles mortal – a Marvel acredita nos acidentes científicos para dar cria aos seus personagens, como Hulk, Quarteto Fantástico, Homem Aranha e o já comentado Thor – este a exceção entre os marvelóides por ser um Deus.

E como diferenciar um mutante, um cientista de um Deus? Fácil, chamando um diretor que trata o clássico com respeito e melhor, que aposta em trabalhar o roteiro e seus conceitos de forma moderna, mas sem perder a origem. Por isso, o primeiro acerto de Thor foi Keneth Branagh.

Um diretor que trabalhou  as tramas cheias de bons diálogos e conflitos entre familiares que o mestre William Shakespeare tão bem escreveu e que hoje se tornaram clássicos – “Henrique V”, “Muito Barulho Por Nada” e “Hamlet”.  Com um detalhe: na maioria das vezes apostou suas fichas em transformar a adaptação, com escolhas polemicas, mas que traziam um novo elemento ao filme, como quando escolheu Denzel Washington para ser o irmão de Keannu Reeves em “Muito Barulho” ou quando decidiu gravar o texto na integra de “Hamlet” – dando mais de 03 horas de duração ao filme.

Em “Thor” Branagh traz toda a mitologia nórdica para a tela. Sem as falas rebuscadas – a primeira opção correta e arriscada – e aposta na união, inicial, entre Thor e seu irmão Loki. As adaptações que sempre marcam seus filmes, estão lá e merecem destaque: a ponte de arco-íris está lá, bem mais elaborada que nos quadrinhos, e o guardião da ponte, Heimdall, é o ator negro Idris Elba. 
O elenco foi escolhido a risca. Odin é um Anthony Hopkins que impõe respeito. Tom Hiddleston é a revelação e deve se firmar em filmes mais dramáticos e com elementos de prêmio por seu desempenho como Loki. E Chris Hemsworth tem seu valor como Thor.

Muita gente fala da trama passada na Terra – sim, porque Thor desafia a autoridade de Odin, quebra um pau com os gigantes de gelo e por isso é banido, vindo para o nosso planeta, Midgard – e ela funciona sim, sem os elementos mágicos e trazendo humor, sem exageros. Três bons atores tem responsabilidade nisso: Stellan Skarsgard e Natalie Portman como cientistas pesquisadores de tufões e furacões e a engraçada, porque não linda, Kat Dennings em um papel que não existe nos quadrinhos da Marvel.

É lógico que Thor voltará a sua querida Asgard. É óbvio que Loki não parece ser o que é. E que os elementos que completam o universo Marvel pipocam de 05 em 05 minutos na tela - destaque para o ataque a base da Shield com direito a aparição de um dos meus personagens favoritos da editora, o “reles” mortal Clint Barton (Jeremy Renner), mais conhecido os quadrinhos como Gavião Arqueiro, também para as participações especiais de  J.M Straczynski (roteirista dos quadrinhos do personagem e roteirista do filme) e do mestre Stan Lee (criador do personagem nos quadrinhos)

Thor conquista pelos riscos corridos por Branagh. Pela história bem contada - mesmo repleta de elementos e mais elementos a plateia se diverte e ao final sai contente pensando em um novo filme – você ouvirá das mulheres: como assim eles não ficam juntos? É isso mesmo, Thor e sua amada não ficam juntos e a batalha em que isso acontece, travada entre ele e seu irmão Loki, é de cair o queixo.

Ah, três últimos detalhes: durante o filme, em uma cena de bar, toca ao fundo a última música do excelente CD do Foo Fighters, “Walk” e a mesma toca nos créditos do filme; apósas letrinhas temos, como sempre, uma cena extra em que o primeiro pontapé para o filme dos Vingadores é dado, não perca; e é impossível que a americana Jaimie Alexander, a “Sif” do filme, não ganhe destaque nas telas de cinema nos próximos anos, além de linda ela sabe atuar, olho nela marmanjos – já que as meninas suspiram por Thor!

Excelente adaptação. Deve render o bastante para um novo filme solo. Nota 8,5!

7 comentários:

Emerson disse...

Um filme cujo enredo se desenrola com inteligência e diversão. Faz você não querer desgrudar o olho da tela nem para pegar a pipoca que caiu no chão. ;) Gostei do filme e gostei da crítica bem explanada por este amante e crítico de cinema que é meu amigo Fox. Valeu.

Rod Castro disse...

Faaaaaala Fox! Finalmente, por Odin! Ele surge! Mano concordo plenamente contigo, filmão. Espero que o filme do Capitão seja no mesmo patamar - confesso que tô pé atrás com este filme, mas vamos lá!

Brigado pela participação e comente mais! Você manja!

Rod Castro disse...

Ah, algo importante: li num monte de sites de que o filme não tinha praticamente ação, o que é no mínimo um absurdo. Cenas de ação na medida certa.

Kalyua disse...

Ainda não assisti Thor..você consegui me fazer ficar com vontade de assisti-lo. Por enquanto so tenho a dizer que a marvel so estraga seus hérois com histolias mirabolantes e sem nexo... :p
Parabéns pelo blog!

Kalyua disse...

Seria interessante se você excluísse essa verificação de palavras dos comentários.

Rod Castro disse...

Opa, valeu Kalyua. Então, não disgosto muito das adaptações da Marvel não, apesar de não achar "Homem de Ferro" tão bom quanto tanta gente acha e ao mesmo tempo achar bem melhor o "Incrível Hulk" do que muitos críticos. Brigado pelo elogio e vou ver como faço para tirar essa verificação!

Loop disse...

Comentário tardio mas pertinente: o filme é bom mas no nível do primeiro Homem de Ferro que axei bem melhor que o segundo. O cuidado em apresentar um personagem não muito popular foi equilibrado com a necessidade em dar dinâmica a história na medida para os fãs antigos. Mas como a Marvel tá produzindo os últimos filmes há o perigo de se criar um padrão preguiçoso para se seguir, o de roteiro com bilheteria certa. Oremos...