!!A Sobra do Oscar: “127 horas” de Danny Boyle!!

11 de mar. de 2011


Filmes de superação sempre estão na lista de premiações importantes, como o Oscar, por exemplo. Eles são grandiosos, mostram as dificuldades de uma pessoa ou grupo e no momento de virada, estoura as caixas de som dos cinemas para glorificar o sacrifício.

Essa escola “clássica”, com menos cortes, com mais ação em cena, às vezes me incomoda. Não sou a favor do videoclipe, principalmente quando ele não tem nada demais a oferecer (né, senhor Michael Bay?), mas como bem fala David Mamet em seu livro “Sobre Direção de Cinema”: você conta as histórias de um filme através do passar dos seus planos, não somente neles.

Aqui então, vejo o grande desafio de Danny Boyle, diretor desse imperdível e porque não, visceral, “127 horas”. Como não se utilizar de um estilo de direção, no caso dele centenas de cortes, e ao mesmo tempo contar uma história fixa em um só cenário, por mais de 80% do filme?

Inovando e buscando no seu protagonista tudo o que os espectadores precisam ter. Ele também pode mudar de uma cena para a outra o jeito de filmar, não fixando somente no cenário, neste momento Boyle mostra quem é e qual sua principal característica como diretor de cinema: apostar no imaginário surrealista de seus personagens principais.

Todos os seus filmes têm essa “viagem sensorial e imagética”. As mais lembradas são a “cena da privada” em “Trainspotting” e as “lindas cenas quentes” de “Sunshine”. Em “127 horas” ele se utiliza desse jeito de contar histórias e traz certo humor e até mesmo desespero para quem assiste ao filme.  

Mas tudo ocorre a partir da esplendida atuação de James Franco. Um cala boca em centenas de críticos que viam no ator somente um rosto charmoso e que eternamente se tornaria mais um “escada” para um astro maior, como visto na trilogia de o “Homem Aranha”. Franco, aqui, se mostra dono de um repertório imenso e intenso.

Sua alegria é grande em viver aquela vida de liberdade. Seu cuidado é muito por se arriscar em algo maior que ele. Seu descuido é encarado com naturalidade. E a pressão que o tempo exerce sobre o seu personagem, maior até que o da pedra sobre o seu braço, é encarada com maestria e com grandes nuances psicológicas – aliás, aqui cabe um pensamento: será que aquele rosto de agonia realmente era necessário em sua atuação Natalie? Um olhar não bastaria?

A história, verdadeira, de um rapaz que ficou exatas 127 horas preso pelo seu braço em um vão, próximo a um ambiente de escalação é intensa do início ao fim e tudo isso ocorre pela visão impressa por Boyle. Econômico em todos os aspectos e dono de uma câmera ágil, apesar de fixa – não só nos ângulos propostos, mas nos estilos de captação empregados.

É uma história que marca o espectador. Não é tão claustrofóbica como tentaram vendê-la. E a cena em que o personagem decide por um fim aquela prisão em que se encontra de uma forma radicalrealmente impressiona. Mas a força, permita a repetição, de toda essa impressionante saga vem dos trabalhos do diretor e do ator.

Mais um filme pra estante, pra ficar na prateleira Boyle, que tem “Trainspotting”, “Por Uma Vida Menos Ordinária”, “Extermínio” e “Sunshine, Alerta Solar”.
Nota 8,5!

2 comentários:

bruna. disse...

"Por Uma Vida Menos Ordinária" é um dos meus filmes favoritos até hoje...

Rod Castro disse...

Este talvez seja o mais louco de todos... apesar de ter uma edição bme mais rápida que os demais citados, é um filme muito bom. E louco!