
E posso dizer com todas as letras algo que afirmo há anos: o melhor vocalista de rock que eu já ouvi é Mike Patton. Não é coisa de fã ou de cara que não consegue ver um palmo a frente da cara, não, não. É total certeza.
Patton consegue cantar qualquer tipo de música e sabe como poucos fazer vozes diferentes e de tons cada vez mais difíceis – e nem vou tocar no assunto de que ele já cruzou as 4 décadas de vida, algo que compromete um pouco a voz de vários, mas não a do Patão.
Conheci o Faith No More em 1991 - no Rock In Rio II – e assim como um monte de brasileiros, fiquei boquiaberto com a apresentação da revelação que ofuscou várias estrelas da noite. O som era uma grande novidade em meio ao pop deletável da época e a porcaria do heavy farofa: baixo constantemente presente, guitarra repleta de riffs grudentos, bateria pesadacomo só uma banda de heavy metal tinha, teclado para dar clima e harmonia a bagunça e um vocalista com carisma acima da media e que cantava muito.

No Brasil, após a memorável apresentação, era impossível assitir ou ouvir qualquer programa de música que não tocasse um dos seus dois grande sucessos, “Epic” e “Falling To Pieces”, e melhor: a banda se apaixonou pelo Brasil de maneira tal que visitou as principais capitais tupiniquins com o mesmo show do grande festival.
Foi com o cabelo igual ao de Patton que vi o show do “Fé Nunca Mais” – como dizia minha mãe – no Studio 5: algo fora do normal, cheio de improvisações e loucuras cometidas por um insano vocalista, que deu um mortal sobre a platéia, jogou-se contra a bateria quase no fim da apresentação e mais uma vez terminou seu “número” mandando um beijo para a esposa do então presidente Fernando Collor – algo que ele fazia constantemente.

Passa pelo subestimado, na época e hoje perfeito terceiro disco – lançado somente em CD pela Epic – King For A Day, Fool For a Life Time e o derradeiro lançamento, com nome sacana: Album of The Year – aqui ninguém mais se entendia e os conflitos constantes em pouco tempo minaram a possibilidade da banda continuar seu trabalho.

No ano passado, Mike recebeu com certo agrado a idéia de se reunir aos demais companheiros de banda para um retorno, algo que ele sempre descartou a ponto de não responder a perguntas de jornais importantes. Alguns falam que o dinheiro moveu a banda, ele disse: “Estamos velhos e precisamos de uma boa aposentadoria, a hora é agora!”
Mas ao assistir o show que desceram pela internet e me passaram, posso afirmar que dúvido muito se o Faith No More não fica junto pelo menos por mais uns dez anos. Tudo está no seu devido lugar: baixista mostrando quem manda, baterista com improvisações cavalares, guitarrista centrado e fazendo bem o seu trabalho, tecladista na harmonia e efeitos e um vocalista magro, mal vestido e cantando como nunca.
Dizem que o Faith aporta no Brasil em outubro para um festival que reuniria várias bandas da mesma época – um 90´s festival – se isso for verdade terei que ver as economias pois estarei lá. E vale uma busca pelos videos espalhados no Youtube dos shows que a banda vem fazendo!
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