!!Parabéns Xará... ou X-Men Origens: Wolverine!! por Rod Castro

26 de mai. de 2009

“Wolverine”: em 1983, lendo alguma edição da então revista de quadrinhos Marvel no Brasil, a excelente Superaventuras Marvel, me deparei com uma carta enviada por um fã que afirmava que os X-Men – maior sucesso dos quadrinhos na época, que tinha no comando a mais criativa dupla de artistas: John Byrne e Chris Claremont – teria um filme realizado pelo mesmo autor de Superman (1978), o talentosíssimo Richard Donner.

É claro que o editor da época tentou abrir os olhos do cidadão, falando que o cinema da década de oitenta não teria tecnologia suficiente para realizar um filme desse porte. Ele estava certo, mas minha imaginação foi traçando um filme em cima do que eu já tinha lido até aquele momento, mas a coisa só não se concretizou por completo em minha mente por um motivo: quem encarnaria o mais novo herói – faz tempo isso! - que fazia fãs e mais fãs se deliciarem com suas aventuras, quem mais Xará?

O baixinho canadense invocado, que havia surgido nas histórias do Incrível Hulk, e que a cada nova história contada por Claremont e Byrne se tornava uma das maiores máquina de matar dos quadrinhos: Wolverine.

Muito além dos efeitos necessários para que suas garras rasgassem suas mãos (SnikT!!!) e fatiasse os inimigos, o que a minha imaginação exigia de verdade era um ator que conseguisse ser tão brutal quanto carismático.

E naquela época realmente não havia um cidadão capaz das duas façanhas. A década de 90 passou, os boatos sobre o filme com os filhos do átomo ganhou força e durante um tempo foi falado que um desses três atores encarnariam o Carcajun nos cinemas: Gary Sinise, Mel Gibson ou Russel Crowe. Todos excelentes, mas não eram o Wolverine que os fãs realmente pensavam.

Com a chegada dos anos 2000, o excelente diretor Bryan Singer – mesmo de obras-prima “Os Suspeitos” e “O Aprendiz” – foi convocado pela 20th Century Fox para adaptar os “Homens X” e o maior desafio encontrado por Bryan: achar um Wolverine.

Após dezenas de testes, quase todos realizados por atores menos conhecidos – Synger queria fazer o mesmo que Donner fez em Superman: escalar um desconhecido para o papel principal, na época Christopher Reeve – e acabou escolhendo o escocês Dougray Scott.

Mas o destino se fez presente e Dougrey que gravava “Missão Impossível 2” sofreu um acidente e não pode rodar o filme de Synger a tempo. A segunda opção, o então desconhecido, o australiano Hugh Jackman, fez mais um teste e levou o papel. Ele não sabia, mas Wolverine faria mais por ele, do que Superman fez por Reeve.

Bem, três filmes dos “X-Men” depois, Jackman ganhou força e teve os melhores convites para filmes dos últimos anos. É nesse momento que chegamos ao primeiro filme derivado da série X: “Wolverine”.

O lado selvagem do personagem o fez diferente dos demais da sua época e ainda hoje é uma marca frequente em suas histórias em quadrinhos e principalmente no cinema. Mas como Logan se tornou o que é?

Esse é o maior acerto do filme: o roteiro conseguiu mostrar toda a mística dos quadrinhos da mesma forma que conceitua a rivalidade/irmandade que existe entre Wolverine e Dentes-de-Sabre – encarnado por um alucinado Liev Schreiber e que estranhamente é chamado apenas pelo nome (Victor Creed) em vez de seu codinome.

As brigas foram bem rodadas e todo o segmento de efeitos especiais merece respeito, ambos detalhes parecem melhores que os da última parte da trilogia X.

Hugh Jackman continua cada vez mais louco no papel de Logan, conseguindo dar vida a desenhos estáticos de importantes obras dos quadrinhos, como “Arma X” e toda sequência desenhada por Marc Silvestri e escrita por Larry Hamma no gibi solo do personagem.

O único pecado da película resvala no monte de personagens que surgem na tela, às vezes se tornando até mais importante que o protagonista. Aqui a falta do diretor do filme é sentida – o diretor Gavin Hood brigou com os executivos da 20th Century Fox até o estúdio convocar o diretor Richard Donner, marido da produtora dos filmes dos alunos do Xavier, para refilmar pedaços inteiros do filme.

Enfim, entretenimento garantido, que tem melhor resultado que “X-Men 3:O Confronto Final” e que deve render o suficiente para os boatos espalhados por Jackman - de que o segundo filme do personagem se basearia na obra escrita por Chris Claremont e desenhada por Frank Miller “Eu, Wolverine” (que mostra a época em que Logan conhece o Japão) - chegue aos cinemas nos próximos dois anos.

Nota 8,0 – direto para a estante de DVDs, no setor de adaptações de quadrinhos, que cada vez mais cresce lá em casa!

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