!!O desafio do segundo disco... do Cansei de Ser Sexy!! Por Rod Castro!

30 de set. de 2008

Falei aqui, nessa semana, sobre como o “descompromisso” no rock é fundamental. Há dois anos tive a compreensão desse pensamento ao ouvir o primeiro disco do Cansei de Ser Sexy.

Mas que tal voltarmos ao passado? A primeira vez que ouvi falar da banda, estava em São Paulo, fazendo dois cursos – um de cinema e outro de redação publicitária – ao entrar na Fnac da Avenida Paulista, me defrontei com um guia de programação e um banner que falava que dali a poucas horas a tal banda de nome engraçado faria um pocket show no andar superior da loja.

Eram 17 e 30 da tarde. Menos de 20 minutos me separava da experiência, mas como bom roqueiro “experiente”, repeti o mantra: “mais uma bandinha brasileira que quer ser engraçada, vou ver não”. E assim parti para o Espaço Unibanco de cinema, a poucos metros dali.

Perdi. Arrependo-me. E hoje o Cansei nem se chama mais assim, de tanto que foi sua fama fora do país nos anos seguintes. Poucos meses depois da pisada de bola, eu ouvia o primeiro CD da banda e me crucificava por ter tomado tal decisão.


E agora em 2008, após o CSS ter virado sensação de centenas de festivais fora do Brasil, recebo em mãos o novo lançamento da banda. O eterno desafio de se fazer um segundo disco estava em minhas mãos, antes de ouvir tentei tirar os referenciais do primeiro e muito bom disco da cabeça.

E apertei o play...

“Donkey”:
Ao contrário do que a maioria afirma, não acho que este segundo CD seja mais comercial que o primeiro disco. Pelo contrário, é um caminho percorrido após o pavimento pop posto na via que os leva ao sucesso.

E se antes no primeiro e independente disco, que depois foi bancado por uma gravadora nacional, eles pareciam ser originais e deliciosamente imaturos, nesse novo trabalho é reconhecível a evolução sonora da banda, assim como as várias influencias que fazem parte do que os membros do Cansei mais gostam: como B52’s, New Order, Elastica, Devo e até mesmo Joy Division.

O pop continua batendo mais alto. Os arranjos continuam simples, mas eficazes, Fox continua cantando com uma despretensão incrível e você, em nenhum momento, sente falta do elemento que saiu da banda, pelo contrário: elas/ele parecem mais coesos e conscientes do que realmente desejam. Como na rocker e pulante “Rat Is Dead (rage)”.

Mas se eu pudesse escolher só uma faixa para indicar a você, ela seria: “Give Up”. Uma mistura de introdução de Joy Division, com a levada do B52’s e a repetição de palavras que o Devo sempre fez e bem. Música daquelas que você põe no Repeat até o infinito no MP3 player.

Bom disco, não é o melhor do ano, porque o Kings Of Leon fez o improvável ao gravar o excelente “Only By The Night” que vou comentar qualquer dia desses.

Nota 8,0!

Um comentário:

Alexandre Nogueira Santana disse...

Fala, sÊo Rod! Então, né... Alforria decretada antes do segundo round. Mas já me pescaram de volta, pois que férias de pobre é na enfermaria do hospital e olhe lá. Vê se manda uma foto da tua cria por e-mail, só assim pra eu ver a cara dele... Abração!