Lembro-me que em 1984 “Alien, o oitavo passageiro” era lançamento na locadora próxima a minha casa, sendo que o filme havia chegado aos cinemas do mundo em 1979. Faça os cálculos e verá que absurdos cinco anos se passaram para a sua sinopse estar pendurada em um porta-arquivo – daqueles que ficava nas paredes - das locadoras da década de oitenta, e na sessão “Lançamento” hein?
Assim, segue o review, do pior para o melhor, dos filmes vistos por esse chato que aqui escreve:
“O Passado”
Hector Babenco nunca recebeu uma linha de elogios da minha parte. Ainda não consegui ver um filme dele que pudesse fazer um grande elogio. E nisso incluem-se filmes como “Pixote: A Lei do Mais Fraco”, “O Beijo da Mulher Aranha” e o tão falado “Carandiru”.
O acho presunçoso, superestimado e principalmente: um falso bom diretor de atores. Mas é impressionante como bons atores entram em seus projetos e conseguem entregar grandes atuações, como William Hurt o fez em o “Beijo da Mulher Aranha” – em que venceu o Oscar na categoria de Ator – como Jack Nicholson em “Ironweed” – indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro - e Rodrigo Santoro em “Carandiru”.
Talvez esse tenha sido o motivo para que o sempre competente, mas neste filme distante de comentários, Gael Garcia Bernal estrelasse esse pífio filme sobre relacionamentos que é escrito e dirigido por Babenco.
Filme fraco, arrastado, com pouquíssimos bons momentos e que não merece mais comentários que isso. Nota 4,5 e olhe lá!
“Os Donos da Noite”
James Gray deve ter fotos impublicáveis de Joaquin Phoenix, Robert Duvall, Mark Wahlberg e Eva Mendes, para ter conseguido um bom elenco desses para rodar um filme tão arrastado e no mínimo normal como esse. Mas dando uma pesquisada, você verá que os dois astros mais novos, só assinaram porque teriam a chance de trabalhar com Robert Duvall.
Boa desculpa, mas injustificável. A história de dois irmãos que estão em lados diferentes da lei é mais batida que milk shake e quando cai em mãos erradas aí que o caldo entorna, ficando tão grosso que nem um canudo daqueles que estão nos quiosques da Bob’s, hoje em dia, faz você engolir.
Filme meiote, arrastado e que nem merece comentários – mesmo tendo uma cena interessante na chuva e só. Nota 4,5.
“O Reino”
Peter Berg foi um ator mediano, que fez pouquíssimos filmes e que é mais conhecido pelos ratos de TV que adoram seriados de médico, por ter feito o papel de um deles em “Chicago Hope” (que passava tempos atrás na Record) série rival do “E.R.”.
Pois bem, no mesmo seriado, o jovem ator deu início a sua carreira de diretor, mas sua vida nesse estilo de trabalho tomou forma e “respeito” ao dirigir a aventura descerebrada “Bem Vindo À Selva”, com The Rock como ator principal. Além disso, ele dirigiu o “esportivo” “Tudo Pela Vitória” e rumou para esse “sério” “O Reino”.
Elenco azeitado – os vencedores do Oscar: Jamie Foxx e Chris Cooper, os competentes atores israelenses Ashraf Barhom e Ali Suliman (do excelente “Paradise Now”), a bela Jennifer Garner e o mequetrefe que veio dos seriados americanos Jason Baterman. História atual – um grupo de agentes especiais do FBI vai ao Reino da Arábia Saudita para matar uns líderes do Riyadh. E um início surpresa e um final porrada garantem a diversão.
Mas o estilão de filme sério que tem conteúdo, mas com ação, emperra pelos diálogos vagos e uma cena de ação, em minha opinião, toda copiada do excelente “Falcão Negro Em Perigo”, dão ao filme um quê de “Diamante de Sangue” em que a história não se posiciona como ação, drama ou aventura.
Filme interessante, mas que deixa o gosto de “o diretor quis abraçar o mundo e não buscou um caminho mais verdadeiro ao seu propósito inicial” fica martelando na cabeça todo o tempo. Nota 6,5 e vamos ver como Berg se vira com a regravação do cultuado “Duna”.
“Superbad”
Sou fã de “Porky’s” – série de filmes que retratava o que um grupo de jovens (praticamente só homens) fazia para se aproximar do sexo oposto e conseguir no mínimo um beijo, senão até, e como eles torciam pelo “senão”, levar umas das meninas do seu colégio/faculdade para a cama.
Mas sinceramente não suporto “American Pie” – que foi rotulada como o “Porky’s” da nova geração e sinceramente esta nova leitura não raspava nem a superfície do que foi a antiga série. Faltava uma coisa na nova que sobrava na antiga: simpatia por personagens tangíveis e que tivessem o mínimo de proximidade com a realidade que cerca os jovens de hoje em dia.
“Superbad” é assim: simples, próximo do que os moleques atuais pensam, tem um trio de personagens principais muito bons – o incrível e carismático McLovin (seria ele o novo Piui?) – e dois coadjuvantes (os policiais) engraçadíssimos.
Pena que foi detonado pela cri-crítica e tenha sido motivo de ridicularizarão por pessoas que “conhecem cinema”. Diversão garantida e com a sensacional possibilidade de nunca passar na Sessão da Tarde como “Juno”, por exemplo. Nota 8,5!
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