!!Show Cachorro Grande: você não viu o que aconteceu!!

9 de ago. de 2011


Meu primeiro trabalho na área de comunicação foi ser produtor, principalmente na área de rock e internet, do mestre Joaquim Marinho. Ali aprendi muita coisa, desfiz muitos conceitos, conheci alguns dos artistas que mais apreciava, seja via telefone - como o Lobão - ou até mesmo ao vivo – como os Los Hermanos.

Neste mesmo ambiente conheci um dos meus melhores amigos na área: Marcoantonio Ribeiro, o “Marco Animal”. Dentro do circulo de roqueiros manauaras um dos caras que mais conhece de rock e principalmente de música. Em uma das várias viagens de Marco ao Rio Grande do Sul trouxe uma novidade em CD: “Cachorro Grande, aqui seu moleque de merda. Isso que é banda de rock, não essas porcarias que tu ouve”.

Esse tipo de frase vinda do Marco pode parecer depreciativa, mas na verdade é uma forma carinhosa dele te indicar algo. Como sempre, devo ter dado de costas para o que ele me indicava – só para provocar – e alguns dias depois, quando fiz um curso em São Paulo, advinha o que tocava o tempo inteiro na rádio que eu mais gostava? Cachorro Grande. E as palavras ressoavam na minha cabeça: “Isso que é banda de rock!”.

Gostei, procurei conhecer mais e vi uma coisa: a influência de Beatles é notável, apesar de eu sempre ver muito The Who e até mesmo Mutantes no estilo de som que os gaúchos levam – está última anotação mental deve ser resquício do jeito que o Beto Bruno canta.

Mas o que eu mais ouvia falar do Cachorro é que “ao vivo eles são muito bons, é muito doido, cara”. Ainda em São Paulo tive a oportunidade dupla de assisti-los em uma casa local, não tive tempo. Anos depois, eles se apresentaram aqui em Manaus, mas o valor do ingresso não deixou que eu os visse mais uma vez.

Daí surge a oportunidade de vê-los pagando R$ 30, nesses sites de venda coletiva, nem pensei, comprei. E eis que apareço à frente do teatro em que rolaria a apresentação. Encontro dois ou três amigo, pouquíssima gente uns 250 pagantes no máximo, banda cover do Oasis no palco, eis que os donos do canil entram rasgando tímpanos. Som cristalino, energia nos 220 volts.

De música em música o público enlouquecia, as pessoas sorriam, os músicos não se entregavam e muitos foram os momentos em que os backing vocals eram feitos em rodinhas de amigos – que eram elogiados por um Beto feliz e entusiasmado. Aqui vale uma anotação: o Cachorro Grande soa ao vivo como na gravação dos seus discos, perfeito. 

Baixo e bateria são uníssonos. O teclado estava com um som acima do esperado, como disse o Markeetoo: "tá lindo o som do teclado, hein?". Marcelo Gross com certeza é um dos melhores guita heroes do rock tupiniquim atual e ele tem uma característica que eu gosto e sempre está presente nos meus guitarristas favoritos, ele sorri enquanto faz alguma coisa impossível de ser feita, pelo menos para um leigo.

A banda encerrou o show, que contou com todas as músicas mais bacans de todos os seus discos, inclusive uma, mais moderninha e com arranjos eletrônicos, do seu novo disco - que está mixando - com um cover de "My Generation" do The Who. Melhor impossível.  Ah, não tem como não dizer: "Você não sabe o que perdeu!".

Um comentário:

Bárbara Dália disse...

Realmente não sei o que perdi e, por isso, gostaria muito que eles viessem pra cá mais uma vez, pro Ceará! Eu adoro o Cachorro Grande e também ouvi muitos elogios da apresentação deles ao vivo.