!!New Order + Everything But The Girl = The XX e isso é muito bom!! Por Rod Castro!

17 de fev. de 2010

O que mais me deixava pensativo quando ouvia qualquer novo ou antigo disco do New Order não eram as músicas eletrônicas ou os hits instantâneos imaginados por Bernard Summer e seus demais companheiros, mas as canções meio que acústicas que eles faziam e jogavam entre uma batida dançante e uma canção composta para o rádio.

Exemplo: digamos que você se deparava com um dos melhores discos do quarteto: “Brotherhood”, aquele da capa cinza que tinha o hit “Bizarre Love Triangle” e de uma faixa para outra, você se deparava com algo louco e totalmente deslocado, como a canção “Every Little Counts” que de tão diferente tinha uma risadinha constrangida de seu interprete, logo no seu início.

Era louco, mas ao mesmo tempo trazia um certo charme e mostrava que o NO tinha mais nuances do que somente tomar as pistas do mundo todo. As letras eram mais trabalhadas, os efeitos em som eram mais de composição do ambiente do que um destaque que ficava entoando na sua mente durante algumas horas após ouvir a canção.

Era diferente e em cada álbum do quarteto você esperava por uma canção, senão até duas, como essa citada. Era uma característica arriscada, pois o NO já havia largado o lado experimental para ser mais popular após o fim do Joy Division, mas a tal canção estava lá, era só procurar, na agulha ou no fast foward.

Pois dando uma conferida na lista de melhores discos do ano passado de algumas publicações do gênero, me deparo com um nome em comum a todas elas: The XX e seu álbum XX. Após uma conversa com uma amiga de internet, recebo no e-mail o disco para ouvir.

Ouvi uma, duas, três, quatro, sei lá quantas vezes no total, mas foram muitas. E o disco já havia se tornado um eterno irepeat em minha lista de músicas, tanto no computador da empresa quanto no MP4 e o The XX se tornou uma das mais belas surpresas do ano.

A primeira característica boa é: eles sabem fazer excelentes canções, com arranjos especiais, tem um par de vocalistas acima da média e devem ter trabalhado bastante para compor um disco tão bom quanto este.

Mas há algo a mais para ser dito deles: eles sabem encerrar suas canções e isso é uma característica de bandas que se eternizaram em minhas listas. Não há abuso do que é bom, pelo contrário há a expansão do conceito sonoro até o ponto exato em que ele podia se tornar monótono ou repetitivo.

“XX” é daqueles discos para ser ouvido durante os próximos dez anos sem a preocupação de tê-lo esgotado. Um disco como este nem o NO possui – eu posso falar isso com tranquilidade, sem medo de ser repreendido. O disco tem de tudo, apesar de carregar nas canções lentas e belas, como “Islands”, “Heart Skipped A Heart”, “Shelter”, “Infinity”, “Stars” e a mais linda de todas: “Night Time”. Tem uma singela introdução a viagem proposta pela banda - “Intro” – uma canção pronta para uma noite de romantismo -“VCR” – e a homenagem “Crystalized” – ouça “Crystal” do NO e veja como se parecem, principalmente em estrutura.

Um dos melhores discos de 2009 e está talvez seja a banda que pode reerguer o caminho do pop/rock/dançante desta nova década. Confira e prepare-se para uma (boa e) grande surpresa. Nota 9,0!

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