!!Um disco do Queens feito pelo Arctic ou um disco do Arctic Monkeys influenciado pelo QOSA?!! Por Rod Castro

13 de ago. de 2009

O que inspira uma grande banda hoje em dia? A liberdade que a internet garante para que o seu trabalho seja conhecido no mundo inteiro com apenas um click? A vontade de fazer trabalhos cada vez mais interessantes e que possuam a sua assinatura? Ou uma grande vontade de soar como outra grande banda do seu tempo, mas que não é a sua?

Perguntas como essas devem ter inspirado os Arctic Monkeys, que: já usaram a net para divulgar o seu primeiro disco; gravaram um dos melhores segundo disco dos últimos 10 anos; e agora convidaram o líder (Josh Homme) da melhor banda surgida nos EUA no finalzinho dos anos 90, o Queens Of Stone Age, para produzir o seu terceiro e mais diferente trabalho.

O novo disco se chama “Humburg” e recentemente chegou às lojas de CDs do mundo inteiro. É um disco do Arctic, mas com o peso da mão de Josh, que teve participação em 7 das 10 faixas escolhidas para o resultado final – as outras três foram produzidas por James Ford, o mesmo dos discos anteriores da banda.

A sombra projetada pelo loiro que manda no Queens Of Stone Age se sente no clima pesado das faixas, no baixo preciso, nos descompassos da bateria e até mesmo no jeitão mais sinistro de cantar e de se tocar guitarra da banda. E isso é bom ou ruim? Bem, o resultado final é bem melhor do que se poderia imaginar.

É Arctic sim, mas com um amadurecimento sonoro que talvez só com mais uns seis anos de carreira os jovens membros da banda apresentariam. Determinadas horas, parece outra banda tentando soar como os verdadeiros Arctic (“My Propeller”, “Crying Lightining” e “Potion Aproach”), mas com o passar das músicas você percebe, em notas e assinaturas artisticas, que são eles tentando se afastar do que já foram (“Dangerous Animals”, a melhor do disco e “Dance Little Liar).

Se o caminho para o futuro do rock & roll passa pelos acordes do Arctic Monkeys, como afirmo a amigos e pessoas que me perguntam a opinião sobre as novas bandas, esse “Humburg” botará os fãs em Xeque, já que o som mudou, não muito, mas mudou. E invitavelmente resultará em uma nova pergunta: esse é o futuro deles como banda ou é apenas uma (boa) influência e passará?

Mais um excelente disco de “rock bretão”, para ficar ao lado de outros do estilo, ou ao lado dos demais CDs do Queens? Boa dúvida, não? Nota 9,0.

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