
“O Chinês Americano” – A Companhia das Letras enveredou pelo mundo dos quadrinhos e vem lançando excelentes títulos, um desses é este escrito por um chines que realmente mora nos EUA.
De uma forma limpa, descontraída e até mesmo vanguardista, o autor consegue levar seus leitores à reflexão – temas como preconceito racial e total depreendimento das pessoas com as suas origens são contados com maestria – ao mesmo tempo em que diverte e emociona.
A história se divide em três focos: a lenda do Rei-Macaco – um semideus que desafia os demais e se dá mal – um garoto chinês que se desprende de suas origens para ser aceito entre seus colegas americanos e seu primo, um “china” que representa todo o estereótipo que o personagem principal tenta escapar.

“Superman de Geoff Johns” – Poucos personagens do mundo dos quadrinhos tem sofrido tanto nas mãos de seus roteiristas quanto o Superman. Desde 1993 – a fase logo após sua “morte” – o último kryptoniano tem recebido argumentos pífios ao ponto de alguns autores do mercado americano, que trabalharam em seus títulos, afirmarem que sua idade – mais de 70 anos – é um dos maiores fatores contrário a novas histórias e conceitos.
Mas desde que o ex-roteirista de cinema, Geoff Johns, pôs suas mãos no Superman, a vida do personagem e suas histórias melhoraram 900%. Johns é daquele tipo de redator que conhece a fundo a história de todos os personagens com que interage – o Super, os Titãs, o Lanterna Verde, o Flash e a Sociedade da Justiça – e isso agrada não só veteranos, mas acerta em cheio novos leitores.

As duas primeiras foram escritas em parceria com Richard Donner (diretor da série "Máquina Mortífera" e os primeiros "Superman" – e muitos afirmam que a primeira história seria o pensamento do diretor para “Superman II” – e tiveram desenhistas excepcionais – Adam Kubert e Eric Powel. Já a última citada tem o lápis competente de outro grande desenhista: Gary Frank.
Dois fatores muito interessantes dessas três histórias de Johns: ele recuperou três vilões do Super – General Zod, Bizarro e Braniac – e os seus desenhistas embarcaram na onda nostálgica de seus roteiros e fizeram o personagem com a cara e o jeito de Christophe Reeve. Vá por mim: compre qualquer uma dessas sagas e garanta a sua diversão. Nota 9,0.

Outro ponto em comum: ambos estão a frente das minisséries mais importante de suas editoras – Invasão Secreta (Marvel) e Crise Final (DC) – e também lideram duas importantes obras atuais: Vingadores e Batman.
“Invasão Secreta” mostra que nem tudo é o que parece no universo Marvel. Isso porque a raça de alienígenas Skrull – transmorfos poderosos – infiltrou dezenas dos seus soldados entre os principais heróis da Terra, resultado: ninguém confia em ninguém e o Planeta, pela primeira vez, corre verdadeiramente perigo.

Há excelentes momentos nas duas sagas – a invasão ao centro de Manhattan e a morte de Ajax, o caçador de Marte - e os autores tiraram sorte grande ao terem como parceiros os desenhistas Leinil Francis Yu (Invasão) e J.G. Jones (Crise). Merece sua atenção, mas não total empolgação.
Invasão: 8,5 – Crise, até o momento: 8,5.