!!Onde havíamos parado? Ou...: “Bloc Party – Intimacy”!! por Rod Castro!!

1 de dez. de 2008

Digamos que você faça do seu primeiro disco uma verdadeira obra-prima do rock moderno. Em um momento tão interessante, senão até mesmo único hoje em dia, o que você faria em seu segundo trabalho?

Muitos ouviriam os “fãs”, outros tentariam firmar sua fórmula – algo que eu acho mais correto, afinal você é um novato que acertou uma verve e é bom provar que ela é sua, somente sua – e alguns poucos se arriscariam a criar algo tão novo quanto foi o seu primeiro disco.

O Bloc Party em 2007 resolveu apostar na última afirmativa. E “Another Weekend In The City” é um disco para ser deixado de lado. Abaixo de tudo o que a banda poderia fazer. O espanto causado nos ouvintes foi tamanho, que conheço gente, que me apresentou o Bloc, que ao ouvir
“Another..” retrucou dizendo que aquilo não eram eles nunca!

Tá certo, não há possibilidade de se criar um novo “Silent Alarm”, mas há sim como fazer algo tão inusitado/criativo em um estúdio. Nem que seja mais moderninho, descolado e até mesmo mais rock – até porque rock não é somente som, mas definitivamente passa pela atitude.

É com tudo isso em mente que o Bloc Party lança seu novo disco: “Intimacy”. Um disco moderno, com batidas ao estilo “Chemical Brothers” e muita guitarra, bateria e vocal diferenciado – o verdadeiro ás na manga da banda.

“Ares” e “Mercury” são o diferente. Começar um disco com duas canções que parecem ter sido mixadas, mas na verdade foram feitas – gravadas – para que o ouvinte realmente pensasse que foi sampleada é uma grande sacada, ao mesmo tempo em que a banda mostra que é muito mais do que aparentava. E vou ser mais claro agora: “Mercury” é tudo o que uma banda que se julga moderna quer fazer e o que Kanye West tanto persegue.

“Halo” é a cereja de todo o bolo. É Bloc em essência: guitarras rápidas, sendo que uma faz um solo, baixo preciso e eletrificado e uma bateria rápida e precisa. Para completar a fórmula:
vocalista cantando displicente e ao mesmo tempo saudosista. Uma das melhores do ano.

“Biko” é o momento político – algo bem freqüente no primeiro disco. Lenta e com alguns elementos eletrônicos para continuar no diferente. “Signs” e “Zepherus”: a primeira emula uma canção do Radiohead (ou seria do Thom Yorke?). E ambas seguem lentas em cima de uma base com efeitos ao estilo Massive de se fazer música.

“Trojan Horse” e “One Month Off”, seguem o estilo do disco: bases ritmadas, bateria em caixa, guitarra em riffs, homenagem a canções politizadas – como “Spanish Guittar” do The Clash – vocal com efeito “reverb” em momentos chave. Seria o novo Bloc Party? Se for, vai bem!

“Better Than Heaven” e “Ion Square”, são canções de um Depeche Mode sem o vocal grave de Dave Graham. Com direito a solinhos de piano. Muito bom. Repito, se o Bloc rumar para esse estilo de fazer música não terá ninguém com nível, a não ser os jurássicos e que inventaram o estilo: Depeche e New Order por exemplo.

Moderno? Ousado? Diferente? Rock? Discão? Perguntas com uma só resposta: sim! Nota 8,5.

E um viva pela volta do Bloc Party!

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