!! A volta dos que já foram, mas sempre estão na ativa... ou: CD novo do Filter!! Por Rod Castro

15 de mai. de 2008

O que o Nine Inch Nails, o “Exterminador do Futuro 2” e a trilha sonora, de sucesso, do filme da tele série “Arquivo X” têm em comum? Um sobrenome: Patrick.

Logo no início do Nine Inch Nails, Trent Reznor ao formar sua banda chamou um cara de entradas longas na testa, nariz pontudo e bem versátil para ser o seu guitarrista. Seu nome? Richard Patrick.

Poucos anos depois o irmão do tal guitarrista, Robert Patrick, se tornou conhecido pelos fãs de cinema do mundo por seu papel – bem representado – de vilão principal do novo filme de James Cameron e que tinha o andróide encarnado por Arnold Schwarzenneger, agora bonzinho, em “O Exterminador do Futuro”.

Pouco tempo depois, Richard deixava de lado as colaborações com o NIN e partia para um projeto que parecia com a própria banda de Trent, mas que transformava o estilo industrial em algo mais palatável – talvez pelo bom vocal (Richard) e programações feitas pelo excelente Brian Liesegang – chamada de Filter.

Logo em seu primeiro disco “Short Bus”, de 1994, o Filter ganhou as paradas de sucesso e a atenção dos roqueiros sedentos por novidades, com a pancada “Hey Man Nice Shot”, que muitos afirmavam ser uma mórbida homenagem ao suicídio de Kurt Cobain – boato esse sempre desmentido por toda a banda. AS demais canções tinham mais peso e base eletrônica por faixa, do que os mestres do Ministry um dia fizeram.

Em 1996 o Filter daria mais uma acelerada ao sucesso ao regravar a música “One”, da banda Cheap Tricks para o filme da série de maior sucesso na televisão dos EUA – e no mundo – “Arquivo X”. “One” não tinha mais aquele lado singelo e alegrinho, a pancada e os “berros calculados” de Richard deram outra cara à canção, que se tornou uma das mais pedidas do ano não só nas rádios como em clipe pela MTV – clipe esse que contava com a participação do personagem “Canceroso” e com Richard mostrando que os dotes interpretativos não era um talento somente de seu irmão.

A pista estava bem asfaltada para o Filter, mas um dos elementos para esta guinada se retirou da trajetória: Brian Liesegang, deixou o cargo de co-piloto vago. E Richard ralou no estúdio para fazer mais algumas canções para outras trilhas sonoras (“Spawn” com a canção “Trip Like I Do”) e saiu convocando o maior número possível de músicos de estúdio para compor o novo álbum da banda, o competente “Title Of Record”.

E se a maioria dos entendidos falava que a banda iria precisar de uma revisão antes de pegar a já tão falada estrada para o sucesso, Patrick calou a todos por optar por um estilo mais pop e conceber um CD matador – seus berros estão infernais, a afinação de sua voz está no ponto, as programações são mais loucas ainda e uma música colocou a banda entre as melhores do ano de 1998: “Take A Picture”.

Após os shows, as aclamações, o horizonte com o sucesso escrito mais próximo, Richard pisou no freio ao realizar o disco Nu Metal “Algamut” em 2002. A banda tinha uma formatação acertada, conseguiu ficar na mídia pela boa canção “Where Do You Go From Here” e só. A partir daí foram quase dois anos de excursão no OzzyFest, mais algumas colaborações para outras trilhas de filme menores e fim.

Patrick deu um ponto final ao Filter na metade de 2006 e em dezembro do mesmo ano se unia aos irmãos DeLeo – guitarra e baixo do também extinto Stone Temple Pilots, e que por coincidência, também está de volta – para montar a competente Army Of Anyone.

O “Army Of Anyone” arrebentou em apresentações pelos Estados Unidos, conseguiu por três músicas nas paradas de sucesso – principalmente no mote rock – fez clipes interessantes e pelo que se tem idéia também já subiu no telhado. Já que essa semana saiu no mundo todo o novo disco do Filter, “Athems For The Damned”.

Bom disco. O melhor do Filter? Nops. Mas num mar de bandas que se prendem a uma fórmula de sucesso – e disso pelo que você leu até aqui percebeu que é sim um dos objetivos de vida de Patrick – o Filter trás tudo o que já tinha feito anteriormente com uma nova roupagem.

Se pudesse posicionar entre um “Top 4” dos melhores discos, estaria em terceiro – atrás de “Title Of Record” e “Short Bus”. Mas longe do que você possa pensar, a distância de qualidade entre esse disco e o quarto lugar (“Amalgamut”) seria bem maior do que parece.

“Athems For The Damned” tem tudo o que você espera de um CD da banda: música bem feita (“Soldiers Of Misfortune” e “I Keep Flowers Around”), canções pesadas que só o Filter sabe fazer (“Whats Next”, “The Take” e “In Dreams”), transições entre o pop e o industrial (“The Wake”, “Hatred Is Contagious” e “Kill The Day”) e boas, e bonitas, baladas com base no violão (“Cold”, “Lie After Lie” e “Only You”).

Disco para a volta – seja ela a terceira ou quarta, isso não importa – derradeira dessa banda de um homem e mais alguns. Nota 8,5.

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