Estávamos na calçada em frente ao estúdio que ensaiávamos. Do outro lado da rua havia uma enorme fila para assistir ao filme de terror B, chamado Black Sabbath. Naquele momento, encostei
A originalidade do pensamento de Osbourne, durante anos foi corrompida por dezenas, senão até centenas de bandas “malévolas” que endeusavam o capeta em suas melodias. E aquele conceito de deixar os ouvintes temerosos, deu vez para uma indústria do medo que ano após ano bancava jovens revoltados a montar suas bandas, que lançavam, com sucesso, seus discos apelativos.
Indústria e arte na mesma linha não dá certo. E isso não é uma afirmação, é uma constatação. Durante a década de oitenta Ozzy não se sentia bem. Todas as pessoas afirmavam que seu reinado só era grandioso por ele ter se voltado para o mal.
A celeuma era tamanha em torno de Ozzy que em um show, foi dito que ele havia tido um acesso de loucura e decapitara um morcego em pleno o palco – a verdade é que a platéia, em êxtase, jogou animais de plástico e de carne e osso no palco e Ozzy, fanfarrão como sempre, pegou um morcego e largou a dentada (o erro: o bicho era de verdade e o rockstar ainda levou anti-rábica).
O que tudo isso tem haver com os excelentes suspenses “O Zodíaco” e “O Hospedeiro”? Muito: durante anos, desde que os alemães W.F. Murneau rodou “Nosferatu” – adaptação não autorizada do livro “Drácula” de Bram Stoker – e Fritz Lang filmou o soberbo “M, o Vampiro de Düsseldorf”, os estúdios americanos, que industrializaram a sétima arte, desembestaram a produzir filmes em série de monstros e matadores seriais.Uns piores que os outros, tanto que quando surgia uma pérola entre esse segmento, como “Alien, o Oitavo Passageiro” (de Ridley Scott) e “Se7en, os sete crimes capitais” (de David Fincher), a mídia e os demais estúdios pegavam a sua fórmula, e às vezes até mesmo seus títulos, e rodavam mais obras que tinham o mesmo estilo ou seguiam a mesma linha de realização.
Graças a dois excelentes diretores, o próprio David Fincher e o coreano Joon-ho Bong, dois dos melhores filmes desses segmentos foram rodados ano passado e infelizmente não chegaram aos cinemas de Manaus, mas podem ser alugados agora mesmo em uma locadora próxima da sua casa, os já citados “O Zodíaco” e “O Hospedeiro”.
O elenco foi escolhido com pinça por Fincher: para o papel do melhor jornalista a cobrir o caso do assassino Zodíaco, um Robert Downey Jr compenetrado e humano; para o papel do cartunista do jornal e principal personagem do filme, um curioso e excelente Jake Gyllenhaal; e para o papel do detetive durão que não consegue resolver o caso, um estupendo e verdadeiro Mark Rufallo.
“O Hospedeiro” não fica atrás. Poderia ser só mais um filme de monstros que atacam um lugar na Ásia e toma-lhe explosões, militares e gritos proferidos por pessoas desesperadas com olhinhos puxados. Mas em nenhum momento isso ocorre.
Pelo contrário: este talvez seja um dos filmes que aborda vários temas ao mesmo tempo e possui cenas interessantíssimas. Fala sobre consciência ambiental, retrata as diferenças de idades, mostra como as coisas ocorrem em um estado a parte de tudo e de todos, como é a Coréia do Sul.
Ao mesmo tempo em que passeia por todos esses temas com maestria, o diretor ainda consegue arrancar atuações brilhantes de seu elenco e tem tempo para aterrorizar e até mesmo divertir o público, no caso você oras!
Dois incríveis filmes e que merecem sua atenção. Pode ser que soem esquisitos, mas não são. Nota 9,0 para ambos e direto para a minha coleção de DVDs!



O filme tem bons diálogos – todos quando um ator de peso serve de “escada” para Ryan Phillips – boas cenas – como a final em que é montado um esquema especial para a prisão do agente traidor – e questionamentos antigos, mas que ainda servem de argumentos graças à administração Bush no comando do império ianque.
Vale a construção dos personagens, outra característica marcante na filmografia do ator, assim como a boa e sempre firme direção de atores e as cenas que retratam o surrealismo que é estar preso na cadeia sul coreana para mulheres.
Como fazer um excelente filme?
Vai dar tudo certo. Pois não deu. História: um antigo informante americano (Clooney em versão “pose”) que morava na Alemanha, antes da Segunda Guerra Mundial, é convocado para assumir a direção de um jornal local. O motorista (Maguire em versão “olhos exagerados”) encarregado de levá-lo a todos os lugares é um camarada bem safado e faz parte de todos os esquemas sujos que comandam a nova Berlim.
Adoro aquelas capas de DVDs com dizeres entre aspas com algo bem vendável. Do tipo: “O filme mais polêmico do ano nos EUA!”. Será que isso realmente funciona para um filme que vai falar sobre o artista plástico Andy Warhol – criador do conceito Pop Arte e da frase “No futuro todos terão seus quinze minutos de fama”, entre outras?
Filme interessante, mas com final abrupto. Nota 6,5!

E o “Julgamento do Diabo” o que tem haver com isso? Simples: Alec Baldwin certo dia recebeu um roteiro de uma comédia de humor negro, achou-o interessante e resolveu bancar as filmagens – como Cruise de vez em quando se arrisca. E? E o filme é ruim que dói. Nem os atributos abaixo do queixo de Jennifer Love Hewitt e o talento de Anthony Hopkins salvam.
Alguns anos se passaram e, após ser indicado ao Oscar como ator principal este ano, Gosling conseguiu novamente: fez uma escolha de personagem que remete a sombra projetada por Norton sobre sua carreira. Explico: com “Crime de Mestre” Ryan praticamente fez dois filmes do seu perseguido exemplo de categoria em um só.
No filme, o personagem de Gosling é um advogado jovem (como o de Ed em “O Povo Contra Larry Flint”) e ambicioso, que se envolve em um caso intrigante no qual um engenheiro (Anthony Hopkins) assassinou sua infiel esposa e por razões, inicialmente não explicadas, acaba por se entregar a polícia.
Bem, antes que haja a condenação por total persuasão dos meus argumentos, recomendo que você vá à locadora mais próxima, alugue os filmes acima citados - assista primeiro os do Ed - e aperte o play do seu aparelho de DVD após colocar o disquinho de o “Crime de Mestre”.