A Sétima e Todas as Artes: A volta da melhor banda dos anos 2000: The Queens ...
23 de mai. de 2013
A Sétima e Todas as Artes: A volta da melhor banda dos anos 2000: The Queens ...: Poucas bandas podem se orgulhar de sua discografia. Se formos jogar esse paradigma para as bandas que surgiram no fim dos anos 90 e con...
A volta da melhor banda dos anos 2000: The Queens Of The Stone Age... Like Clockwork

Aprendi uma coisa, com o passar do tempo e após ouvir
dezenas de bandas: as boas, de verdade, fazem discos tão diferentes entre si,
que seus fãs vão do céu – quando eles ouvem mais do mesmo – ao inferno – quando
se deparam com um som experimental ou algo que vai de encontro ao que eles,
ouvintes, achavam que era o som daquela sua banda favorita.
Diferente de muitas e com este orgulho acima citado, temos o
Queens Of The Stone Age, que em minha opinião, é a melhor banda dos anos 2000. O
percurso iniciado com o excelente “Queens Of The Stone Age” (1998), ganhou mais
estrada com “Rated R” (2000) e “Songs For The Deaf” (2002), mas teve
alternâncias em sua viagem, como em “Lullabies To Paralyze” (2005) e “Era
Vulgaris” (2007), ainda assim, boas viagens.
Pois o QOTSA, como os fãs conhecem, apostam no diferente,
mesmo tendo um som característico. É com a eterna aposta em: tocar rock “de
macho”, aliado a mudança de tom de faixa para faixa, é que eles lançam seu novo
petardo: “...Like Clockwork”.
De cara posso dizer aos fãs e admiradores da banda: este é o
disco mais diferente que eles fizeram. As músicas não são conectadas, pelo
contrário, tem distâncias gigantes, de estilo, pegada e até temas das canções.
Todos sabem que a maior influência do dono do QOTSA, Josh
Homme – o homem de mil projetos, assim como Dave Ghrol – é o Led Zeppelin, e
quem conhece Led sabe que seus discos tinham essa característica: tocar o que
eles queriam tocar, só que na maioria das vezes, mais pesado do que se deveria
tocar, seja funk, reggae e demais estilos.
“... Like Clockwork” começa com três músicas diferentes
entre si: “Keep Your Eyes Peeled” (balada sinistra, eles já fizeram algumas,
mas esta é bem diferente); “I Sat By The Ocean” (parece aquela levada stoner,
mas será?); “The Vampyre Of Time And Memory” (balada triste, iniciada no piano
– participação de Sir Elton John -
saída de algum disco dos anos 60/70).
O disco ganha corpo com “If I Had a Tail” que é rock dos
anos 80, com vocal solto – parecidíssimo com o que David Bowie fazia no tempo
em que morou em Berlim – e batida pop. Até aqui nada do QOTSA que você conhece,
certo? Não: “My God Is The Sun” surge no horizonte arrebentando tudo e se
tornando uma das melhrepeat eterno para ela,
seja no mp3 player ou outro aparelho.
ores músicas feitas por eles e com sua assinatura –
prepare um
A tranquilidade com a impulsividade é trabalhada com afinco
e desprendimento - é isso mesmo, bem dicotômico - em “Kalopsia” – outra visível
influência de Bowie. “Fairwather Friends” é a música mais distante do estilo da
banda, parece pop, parece experimental, merece ser ouvida algumas vezes para
ser apreciada.
Este é o CD com mais participações que o QOTSA realizou.
Assim prepare-se para a participação de Trent Reznor e do vocalista do Scissor
Sisters, Jake Shears: “Smooth Sailling”, a faixa mais dançante, mesmo sendo stoner
e tendo aquelas variações interessantíssimas de sempre. Talvez esta seja a
música que mais chame a atenção para positivo (uma novidade sonora adquirida) ou
negativo (os fãs radicais devem odiar).

Vale a audição? Com certeza. Vale o desafio? Esse vale
muito. Prepare-se, o CD não é o que você esperava, mas é muito interessante e merece
ser ouvido muitas vezes para ser absorvido.
Toda esta situação me lembrou o dia em que ouvi “Ok
Computer” do Radiohead. Eu não estava preparado para aquilo, será que você está
preparado para “... Like Clockwork”? Nota
8,5.
Assinar:
Postagens (Atom)