
“Alice No País das Maravilhas, de Tim Burton”
Sejamos francos? Tim Burton é um excelente diretor. Tem um domínio de câmera e cria possibilidades artísticas, através dos seus excelentes diretores de arte, que encantam e tomam conta da tela e do deslumbre de seus fãs e espectadores.
Mas, tirando o subestimado “Peixe Grande” e o bom “Sweneey Todd”, nesses anos 2000 Tim não acertou a mão em seus filmes, principalmente por dois fatores: roteiros visivelmente feitos sem grande inspiração e a total confiança de que ter Johnny Depp em cartaz é a garantia de que o público vai gostar do filme.
Em “Alice” Burton mistura o primeiro e o segundo livro do lisérgico senhor Lewis Carroll e tenta dar um toque pessoal a aventura tantas vezes vista em desenho e tantas vezes recontada

Os efeitos são sensacionais. O 3D é muito bem feito, não tão bem explorado. As atuações – da própria Alice (Mia Wasikowska), do Chapeleiro Louco (Depp disfarçado de Madonna), da Rainha de Copas (Helena Bonham Carter) e da Rainha Branca (Anne Hathaway) – estão perfeitas e até mesmo bem contidas, nada de exageros para compensar o fraco roteiro.
Como tanto falei para as pessoas que eu conheço e queriam minha opinião sobre o filme: é um filme do Tim Burton – cheio de boas referencias visuais, dono de boas interpretações – mas que peca no contexto de desenvolvimento de trama, ou seja, um erro de direção. Nota 7,5!

Grandes marcas do cinema merecem sim um recomeço. Sou a favor e sempre espero uma surpresa durante este processo de reinício. Os que são contrários e sempre perguntam minha opinião, respondo: e o que você acha de “Batman Begins” e “O Cavaleiro das Trevas”?
O detalhe da minha pergunta reside no pensamento por de trás da ideia. Ou seja: Chris Nolan tem uma equipe gigantesca de pré-produção e total liberdade para dar o caminho desejado. Mas será que este novo Freddy passou por este tipo de posicionamento. Pelo que vi, não.
A ideia de praticamente filmar o clássico de Wes Craven nos seus mínimos detalhes – o original – foi uma boa tática, pois o apresentava para os virgens deste tipo de terror, ao mesmo tempo em que fazia os velhotes, como eu, sorrir com os sustos já pré-programados.
Mas o iniciante em cinema e repleto de trabalhos em videoclipes e comerciais, Samuel Bayer, meteu as mãos pelos pés e não inovou em nada. Não se utilizou dos modernos efeitos especiais a sua disposição e muito menos buscou um caminho diferente para contar a mesma história, uma pena.

O filme conta a mesma história do clássico que tinha Johnny Depp entre os jovens perseguidos em seus sonhos por um homem com garras de metal, corpo queimado e usava um chapéu no estilão década de setenta.
Mas o filme não prende, nem produz um efeito interessante que os demais “Hora do Pesadelo” conseguia imprimir em sua platéia: a vontade de ver Freddy estraçalhando em um novo filme. Por esses fatores, positivos e negativos, nota 6,5. Esperava mais.
3 comentários:
Ótimas resenhas. Alice é OK, mas me decepcionou. Filme bobinho, superficial. Podia ser bem melhor.
A Hora do Pesadelo assisti ontem. E mesmo sabendo que tinha tudo pra ser trash, ainda assim esperava mais... algum tipo de inovação, ou sacada diferente. O que salva o filme é o Jackie Earle Haley.
Alice é um lixo! Chato, longo, com final boboca e demagogo!
:D
Mancini safado, concordo plenamente. Thiago, certeiro seu comentário sobre ambos os filmes. hoje posto sobre mais dois filmes, senão três, olhos abertos!
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