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“Contatos de 4º Grau, de Olatunde Osunsanmi”
Alguém aqui já assistiu ao subestimado “Fogo no Céu”? Filme de 1993 e que praticamente foi boicotado nos EUA por ser um filme sério que tratava sobre um assunto polêmico e que se baseava em fatos reais – 05 lenhadores haviam entrado em contato com um disco voador, sendo que um deles foi abduzido.
Este “Contatos de 4º Grau” é um filme muito parecido com “Fogo no céu” a diferença reside no que é verdade e no que é mentira. Ou melhor: no que o diretor com nome africano, mas que é americano, Olatunde Osusanmi, nos vende como parte documental e no que ele encena frente as câmeras como o que teria ocorrido.
A história se passa em Nome, cidade com pouquíssimas pessoas, que fica no Alaska. Há mais de 20 anos, algumas pessoas não conseguem dormir e por vezes, traumatizadas pelos sonhos, acabam cometendo suicídio. Uma psiquiatra (Milla Jovovich) especialista em hipnose chega ao local para realizar sessões com outros moradores e acaba perdendo seu marido, misteriosamente assassinado.
O filme não atira para vários lados, pelo contrário, você sabe que o mistério está relacionado a contatos com ETs, mas o desenvolvimento, juntando fitas das sessões de hipnose com as encenações das mesmas sessões provocam o terror em quem assiste ao filme. A edição é elemento importantíssimo em toda a história contada, os atores estão afiados, mas a possibilidade de que a personagem “real” que aparece em vídeo ser uma atriz se portando como a psiquiatra, acaba com o encanto do filme.
Os efeitos especiais estão no local certo: sem chamar muita atenção e totalmente condizente com a história. O roteiro tem contexto interessante e abre muitas possibilidades e deixa o mistério no ar. A direção peca por não mostrar o que é real ou pior: por se prender em algo visivelmente falso, mostrado como algo verdadeiro.
Recomendável, bem realizado, mas podia ser um pouquinho melhor. Nota 7,0.
A maioria dos diretores conta a mesma história de uma forma diferente, de projeto para projeto. Essa teoria tão defendida pelos críticos franceses e confirmada pelo mestre Alfred Hitchcock, em entrevistas feitas pelo renomado François Truffaut, é um paradigma do cinema.
Alguns poucos diretores seguem-na arisca. Primeiro porque há um grande risco de se tornar repetitivo, ainda mais se você criou uma fórmula para contar suas histórias – como M. Night Shyamalan o fez no início de carreira – segundo porque o público pode taxar você de repetitivo e nada original, como é o caso de Roland Emmerich.
Desde que pisou em Hollywood, com o interessante filme pancada “Soldado Universal”, o diretor alemão praticamente se obcecou por filmes que de alguma forma acabam ou destroem a humanidade, como: “Stargate”, “Independence Day”, “Godzilla”, “O Dia Depois de Amanhã”, “10.000 anos Antes de Cristo” e agora “2012”. A exceção se faz presente no seu único filme de época e que merecia um pouco mais de prestígio: “O Patriota”.
Além de serem filmes com grandes orçamentos e ter em seus elencos estrelas internacionais, o diretor priva por efeitos especiais embasbacantes que foram realmente criados para ganhar reprodução em grande escala, como na tela de um cinema, nada que o Blu-Ray não compense, quando você os assiste em casa.
“2012” não é muito diferente dos filmes catástrofes já tantas vezes realizados mundo a fora: um sujeito da ciência descobre que o planeta está em total risco de extinção. Ao contrário das outras vezes, não há uma solução plausível para o pause dessa situação, assim: tomam-lhe cenas impressionantes dos mais diversos locais do mundo indo pras cucuias, cenas de ação de tirar o fôlego e algumas sacadas visuais que ficam na memória dos espectadores durante alguns minutos.
Outros elementos marcantes dos filmes do diretor alemão também estão lá: o cara comum que se torna um grande herói com o passar do filme – no caso, John Cusack – uma família deteriorada que se junta em um momento tão avassalador como esse e um final quase feliz, mas nada de o mundo acabou e viva a dor de um futuro próximo.