
Não que esse tempo não exista mais ou que tenha se tornado um passado “tão, tão distante”, mas após assistir a três filmes, ainda em janeiro desse ano, acabei avaliando-os pela mesma ótica: ficaram datados e não (e)levaram suas fórmulas a outros patamares.
“Revolver” e “Rock ‘n Rolla”:
Acredite, um dia Guy Ritchie adquiriu um sobrenome estranho: “Marido da Madonna”. Mas, apesar de um resumo bobo como esse, ele era bem mais do que isso: era o diretor que trouxe um pouco de inspiração e inovação ao cinema “esquecido” inglês, antes da virada do século, com o excelente e original: “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”.
Filme que tinha uma combinação de “tiros + diálogos rápidos + edição multifacetada + enredo cortado e ao mesmo tempo repleto de sacadas imagéticas que resultava em = uma explosão criativa, que acabou gerando um segundo filme, melhor que o próprio “Jogos...”: “Snatch, porcos e diamantes”.
Depois de um sucesso atrás do outro, Ritchie tropeçou, duas vezes.
A primeira quando cometeu o crime rodado em película, intitulado “Destino Inóspito” – talvez um acordo com a sua futura ex-mulher na época – a segunda quando desfez sua parceria com o seu produtor fera (dê uma olhada nos extras de Snatch e entenda a química entre os dois) e agora diretor Matthew Vaughn – que dirigiu o ótimo “Nem Tudo É o Que Parece”, o bom “Stardust” e dirige a adaptação do gibi sensação do ano, da Marvel: “Kick-Ass”.

Robert Downey Jr no papel principal.
Mas antes disso ele fez “Revolver” e cometeu “Rock ‘n Rolla”.
Ambos se parecem, tem algumas sacadas visuais, passam por tramas entrecortadas, de personagens que possuem ligações com a máfia e ao final resultam na mesma coisa: um filme muito abaixo da qualidade que ele sempre teve.
Uma pena que um dos mais talentosos diretores do mercado se tornou vítima de uma fórmula e pior: a indústria o vê dessa forma. Agora é torcer para que ele acerte a mão no “Sherlock Holmes”. Mas por enquanto é 6,0 “Revolver” e 4,0 pro “Rock ‘n Rolla”.
“Arquivo-X, eu quero acreditar”:

É interessante ver os dois personagens icônicos para os nerds que viam televisão a noite na década de 90, mais uma vez reunidos em uma aura de mistério. Mas, assim como nos últimos anos da série, o filme se arrasta em certos momentos e você até torce para que o fim chegue logo.
É como “Free as a Bird”, boa música, legal ouvir aquelas pessoas juntas de novo, mas não tem a mesma razão. Nota 6,0 e eu não acreditei.