!!Dá uma chupada que vale a pena: “Suck It And See” o novo do Arctic Monkeys!!

25 de mai. de 2011


Uma banda nova, com raízes no velho rock dos anos 60/70. Garotos com aquela falta de compromisso com o sucesso, mas ao mesmo tempo com a imensa sombra dos já reconhecidos referenciais que os cercam a cada disco lançado. Este é o Arctic Monkeys. Um quarteto poderoso, inglês e com mais um disco diferente e ao mesmo tempo igual aos anteriormente lançados.

Aqui um parêntese deste escriba: o Arctic é uma das poucas bandas novas que me faz comprar seus CDs físicos. É necessário estabelecer outro tipo de relação com essa banda, pois sei que o que eles propõem está a frente de muitas bandas de hoje em dia e o “hype” que tentam, erroneamente, associar a banda, um dia cai e novos fãs, com peso de ser fãs de grandes bandas, recairá sobre o poder do Arctic. É questão de tempo.

Mas antes, nada como aquele resumo sobre a banda: eles dominaram o mundo da internet com um lançamento de músicas via exibições ao vivo e que foram reproduzidas ao infinito no You Tube. Fato que chamou a atenção de algumas gravadoras e uma delas fechou um álbum com eles, o já conhecido e único não adquirido por este escriba: “Whatever People Say I Am”.

De lá ficaram na mente dos “conhecedores” de rock, músicas como: “I Bet You Look Good On The Dance Floor”, “Fade Tales of San Francisco” e “Mardy Bum”. O estilão de rock puro, sem frescuras e com apresentações diretas – a característica que mais gosto deles – são as primeiras (boas) impressões que ficam.

O segundo disco, “Favourite Worst Nightmare”, tem mais peso, melhor produção, apesar de ser o mesmo comandante e mostra que o Arctic tem um potencial inesperado. Deste disco saem músicas, como: “Brainstorm”, “Teddy Picker”, “Balaclava”, “Flourescent Adolescent”, “Do Me A Favor”, “Old Yellow Bricks” e a subestimada “This House Is A Circus”.

Ao invés de enfiar um disco no outro, como eles fizeram entre “Whatever...” e “Favourite...” o Arctic decidiu dar um tempo e voou para os EUA para gravar seu terceiro disco, com produção do líder do Queens Of Stone Age e Them Croocked Vultures, Josh Homme. “Humburg” é o que acontece quando os Macacos do Ártico se encontram com o Black Sabbath. O resultado? O melhor disco.

E olha que “Favourite...” é figura fácil entre os melhores discos de rock dos anos 2000. Mas “Humburg” é um passo adiante. De lá, algumas músicas sensacionais e que estarão em qualquer Best Of futuro da banda: “Crying Light”, “Dangerous Animals” – uma das melhores músicas de 2009 – “Potion Aproaching” e “Dance Little Liar”.

Mas vamos ao que interessa. Aqui começa “Suck It And See”.

De volta a Inglaterra, com experiência em gravar no meio do deserto lá nos EUA, os Arctic Monkeys parecem querer voltar ao que a banda era em seu início: um descompromisso com os fãs e uma diversão para os seus integrantes. E o mais interessante desta afirmação é ver que isso faz bem, ao contrário do que seu sentido parece sugerir.

Talvez por isso eles comecem seu novo CD com uma baladinha ao bom e velho estilo rock para salão, com direito a palminhas ao fundo, na marcação da bateria. E “She´s Thunderstorms” cumpre seu papel de ambientar o ouvinte ao que se propoem: rock de primeira.

“Black Treacle” é outra baladinha um pouco mais animada, assim como “Reckless Serenade”, “Piledriver Waltz” e “Love Is A Laserquest” - todas deste mesmo disco. Mas que mantém as mesmas características da canção anterior e outras tantas já gravadas pelos AM. Ela é a ponte que leva a paulada: “Brick By Brick” ao estilão Cream e The Who de se fazer rock – pesada com refrão suave. O disco suaviza de novo com “The Hellcat Spangled Shalalala”, mistura de Beatles com Suede, se isso é possível.

Lembra do peso de “Humburg”? Ele praticamente se ausenta neste disco, quase. Porque a quinta faixa de “Suck It & See”, “Don´t Sit Down ´Cause I´ve Moved Your Chair” é um petardo direcionado e propositalmente pensado para dominar mentes ao redor do mundo por curtos três minutos. Aliás, após esta faixa o disco dá uma guinada e assume o rock sujo e repleto de referências ao bom rock setentista e com mais peso nas faixas “Library Pictures” e “All My Own Stunts”.  Mas após estas três ele volta a calmaria.

Se há um destaque neste disco é este: o Arctic pôs o pé nos freios em suas canções, o que na verdade é bom, não excelente, mas uma boa decisão. Assim seus poderosos shows ganham mais momentos de respiro e consequentemente a banda tem mais abertura nas rádios e canais de televisão voltados para música. 

Veredicto: bom disco, o mais calmo da banda. Vale tê-lo na prateleira, mas a força daquele desejo de conquistar o mundo via riffs de guitarra é raridade. Se você é fã daquelas músicas calmas do Arctic Monkeys e que são uma maravilha de ouvir para lembrar o tempo em que você era adolescente ou a época em que visitava uma prainha, este é o melhor disco deles.

Como aprecio as duas partes, rock/calmaria, mas prefiro o peso, dou um 8,0 – a mesma nota dada ao CD de estreia da banda. Ainda assim, melhor que muita coisa de hoje em dia.

!!Nois foi no Natura Nós!!

24 de mai. de 2011


Não estava em meus planos. Nunca - desde que meus ouvidos encontraram com a voz inusitada e o estilo louco de tocar - pensei que iria assistir ao show de um artista como é Jamie Cullum – que parece ter saído do túnel do tempo da boa música, algo que raramente ocorre hoje em dia, ainda mais com gente nova, não só na música, mas em idade mesmo.

Pois bem, tive um compromisso inadiável em São Paulo este mês, o casamento da minha irmã – Daniela Ianni – e a pergunta veio a cabeça: porque não ver o Cullum ao vivo? A resposta foi: óbvio que sim, pois vale muito a pena. Até porque sempre faço o seguinte cálculo quando me arrisco em um festival: quantas atrações vão tocar? Pego o valor do ingresso e divido por essa quantidade e vejo quanto realmente estou pagando por cada, para ver se vale. 

Esse “Natura Nós” já chamou minha atenção ano passado quando duas de suas principais atrações muito me interessavam: Móveis Coloniais de Acaju e Jamiroquai. Neste ano, somente uma, mas que já vale por essas duas, o já falado Cullum.

Mas e o Festival? Organizadíssimo. O local escolhido foi a Chácara do Jóquei – o mesmo em que assisti ao Festival Maquinária em novembro de 2009 (com Deftones, Janes Adiction e Faith No More) já postado aqui no A Sétima e Todas as Artes (dá uma busca que vale os artigos).

Local distante e que tem o seguinte, melhor, esquema para se chegar: vá de metrô até a Consolação, pegue um táxi e vá ao Shopping Eldorado, dê uma voltinha, lanche no Burguer King, pegue outro táxi para a chácara e troque os ingressos no balcão de entrada (compre seus ingresso pela Net, é mais fácil e seguro) – ah, outra dica: não leve nada, pois tudo fica na entrada, incluindo chicletes, bebidas, e até mesmo presentes.

A Chácara fica em um antigo campo de futebol, logo após uma boa subida. Mas aqui começa os diferenciais desse festival: antes da subida, um funcionário dava as boas vindas e já entregava amostras grátis de produtos da Natura, uma banca de revista da Trip presenteava o público com os mais diversos exemplares, recentes ou não, da revista. E uma funcionária híper solidária tirava as tão famosas fotos em frente ao portal do evento.

Havia quatro imensas tendas diferentes logo no portão de entrada, logo ao lado do Palco das Atrações Nacionais – o azul – eram eles: o de alimentação, o de vendas de roupas feitas por comerciantes e que eram estilosas – nada a ver com roupas do show – uma área para comer – ou seja, numa você comprava, na outra você comia, sossegado – e outra para se tirar foto em uma promoção de um novo perfume da Natura.

Ok, vamos ao que interessa: os shows.

G-Love: a primeira atração do dia, ainda com sol. O norte-americano entrou com seu violão, tambores engatilhados pelos pés e uma gaita, presa aos ombros, próxima a boca. Tocou dezenas de músicas ao velho estilão country e bluseiro. Detalhe: o cara é letrista de diversas músicas do Jack Johnson. Um dos melhores do dia. Cantou com o sol na cara e pareceu se divertir. Recomendo: 8,0.

Roberta Sá: perdi a apresentação dela na praça de alimentação de um shopping local. A mistura de musica pop com samba de raiz caiu bem à moça que parece gostar bastante do que faz. Sua banda é composta praticamente de senhores e todos, ali, calmos e tranquilamente, mostram que são capazes de fazer vários paulistas sambarem, daquele jeito desengonçado que só eles possuem, por alguns minutos. Legal, mas apenas isso: 7,0.

Laura Marling: a inglesa indie mandou bem em sua estreia em São Paulo. Com uma banda bem eclética e um estilo meio Radiohead de tocar – aqui uma explicação: aquelas músicas tristes da banda do Thom Yorke, ok? – a moça, que possui uma voz inesperadamente diferente do seu jeito de ser, mostrou que tem potencial, mas em vez de esquentar o clima local, que já se mostrava ser mais uma atração (congelante) do festival, deixou tudo ameno para uma apresentação normal, que viria em seguida. Para a Laura? Nota 7,0.

Maria Gadú: conheço pouco dessa moça. Já li muita gente, importante, elogiando-a. Mas do que vi ao vivo, cheguei as seguintes conclusões: ela tem uma boa banda, seu repertório esfriou mais ainda a noite local, ela realmente parece com um miquinho daqueles de cheiro – e aqui nenhuma reprovação, mas sim uma constatação, ok? – e se ela não tivesse aparecido por ali, quase certeza que ela não faria falta. O público gostou... eu: Nota 4,0.

Jamie Cullum: eu já tinha lido em algum lugar que os shows desse britânico eram espontaneamente loucos. Ler é uma coisa, ver pela internet outra, mas ao vivo, o impacto é muito grande, mesmo. Ele entrou no palco de terno e gravata e a cada canção tocada, uma peça ia sendo tirada – detalhe: exatamente quando o clima estava intensamente frio. 

Cullum tomou guaraná com whisky – oferecendo um pouco de guaraná “para o santo” – arriscou-se nos atabaques, mostrou que sua banda é polivalente – é baixista tocando violoncelo e piano, é guitarrista tocando tambor, saxofone e trompete – louco – subiu no piano e de lá se jogou duas vezes – e tocou inesperadamente, com um arranjo que privilegiava as vozes que vinham da plateia um clássico da tristeza do rock dos anos 90: “High & Dry” do Radiohead. Perfeito. 

Nota 10. Uma das melhores apresentações que vi ao vivo em minha vida. Volte seu Cullum, nós merecemos.

Bid e Convidados – li pouco sobre essa atração, senão me falha a memória ele é o produtor do momento, mas não me interessei e logo em seguida a apresentação do JC, já citado acima, começaria a última e mais importante atração da noite, a do Jack Johnson. Então, senhor Bid e seus amigos, nada de nota.

Jack Johnson – não aprecio muito as músicas do havaiano – tempo para você me xingar, dizendo que não sabe o que eu fui fazer lá então  e blá,blá,blá. Bem, vamos ao que interessa: tava frio, muuuuito frio, de sair fumaça da boca. Mas o show foi bom, ele emendou quase todos os grandes sucessos no início do show e parecia não acreditar que o público delirava a cada acorde puxado ou em guitarra ou no violão. Bom show, mas nada mais que isso, bom. Nota 8,0.

Um porem final: recomendo o Natura Nós, principalmente para as meninas e a moçada que não curte um som mais pesado. É tranquilo, tem segurança, gente legal e educada e o mais importante: a organização é de primeira. 

É isso, abraços!

!!Homens ao Bar - Osama It´s Alive!!

19 de mai. de 2011

Eis a segunda tirinha do "Homens ao Bar". Uma parceria minha com o Leonardo "El Manchez", o Mancha! Espero que gostem!

!!Os Hermanos tão dando aula de cinema: ”Abutres”!!

16 de mai. de 2011


Arriscar tudo. Aprender que a hora de fazer seu melhor não é a esperada, mas sim a que surge a sua frente. Arriscar em uma história não convencional. E descobrir que escrever com a câmera é bom, mas com um roteiro interessante, é melhor ainda.

Esses são conceitos básicos de se fazer um bom cinema, afinal, qualquer bom diretor que se preze irá atrás de um bom roteiro para fazer um filme. Ele também se arriscará a contar histórias que a maioria dos gênios ignora por não serem convencionais ou muito menos de acesso geral.

Mas este risco, o de tatear no escuro, de entender que o que (ainda) não foi mostrado é melhor do que chover no molhado é algo novo para cá dessas bandas do cinema latino. Meirelles apostou nisso quando fez “Cidade de Deus” – afinal, quando que um filme que traz a história de uma rede criminosa faria sucesso entre os cultos e os populares? – o argentino Juan José Campanella também mostrou um olhar diferenciado ao realizar comédias dramáticas como “O Filho da Noiva” e “Clube da Lua” e ao apostar suas fichas no excelente filme “O Segredo dos Seus Olhos”, no ano passado.

O que faz este artigo andar entre Brasil e Argentina é o fato de os Hermanos saírem do lance popular, ao contrário de nossos trabalhos tupiniquins. Não há tanta gana em se utilizar de “astros da TV” – até mesmo porque, na Argentina a televisão dá mais prioridade a informação que a ficção – para chamar o público.
Essa função é exercida pelo hábito – algo que adormece e acorda por essas nossas bandas. Que o cinema brasileiro cresceu, isso ninguém nega, mas a abertura para trabalhos diferenciados, com histórias não convencionais e que preferem ser aceitas em um nicho ao invés de agradar a uma maioria, praticamente não existe, isso é fato.

É por isso que um filme como “Abutres” deve ser visto por você. Um filme duro na temática – uma rede de advogados que vive de explorar pessoas mais carentes e que sofreram acidentes de trânsito, uma verdadeira máfia – que explora seus personagens de forma mais real que dramática – as cenas de improviso são notáveis – e que por meio de vários planos-sequência, cria um labirinto que você torce para achar a saída, junto ou não daquelas pessoas.

 “Abutres” incialmente deixará você confuso, mas é uma sensação agradável, como nos filmes do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu (“Amores Brutos”, “21 gramas” e “Babel”). O impacto do final da história é que é mais avassalador que no dos filmes do mexicano. É fulminante e marcante para os seus personagens. 

Com certeza, um dos melhores filmes que vi este ano. Recomendo, nota 9,0!

A Sétima e Todas as Artes: !!Por Odin, Thor é muito bom!!

9 de mai. de 2011

A Sétima e Todas as Artes: !!Por Odin, Thor é muito bom!!: "Li tanta coisa a respeito da adaptação do personagem Thor para as telas de cinema que pensei que o filme seria um horror, como aqueles fami..."

!!Depois de 07 anos eles voltam: Beastie Boys – “Hot Sauce Committee Pt.2”!!

Tá, um dia você acorda, em plena a década de setenta e contagiado pela nova onda chamada punk rock, decide juntar dois amigos seus e mais uma moça e muda seu dia a dia fundando a sua banda de punk rock.

Menos de um ano, você percebe que a coisa soa bem, mas não é aquilo que quer para si. Aí? “Já sei!”. Pega a mesma banda, põe a moça para fora da formação, adota o apelido depreciativo que puseram em sua banda “Beastie Boys” e surfa em outra onda que começa a quebrar a margem da praia chamada “Música”, o hip-hop.

Problemas? Vários. Os mais notados: você e seus outros dois parceiros de banda são branquelos, ascendentes de judeus e tão mamando numa onda criada pelos negões – mas quando isso não foi assim? Ou você pensava que o rock que tanto amava era criação de quem?

Ok, o tempo passa, seus discos vão amadurecendo com o tempo. Do festivo “Lincesed I´ll”, em que você e os amigos esbravejavam sobre o direito de fazer sua festa, seu trio engata um disco – “Paul´s Boutique” - repleto de referências às músicas “universais” e que praticamente é ignorado pela crítica. Isso tudo ainda nos anos 80.

Com a chegada dos anos 90 tudo muda. O mundo se torna grunge e você e seus amigos decidem “amadurecer”, tá certo que a presença de um brasileiro na produção do seu novo disco – “Check Your Head” – traz novas cores, bases e até jeito de tocar para os seus garotos bestas e isso é bom.

Tanto, que a parceria continua por mais dois discos, os já consagrados “I´ll Communication” e “Hello, Nasty!”. Os anos 2000 batem a porta, a parceria com o brasileiro – Mario Caldato, conhecido nas músicas da banda como “Mario C” – é desfeita, mas sua banda segue firme com “To The 5 Boroughs”.

Dois anos depois vocês se arriscam em um disco com músicas instrumentais “All Mixed Up” – algo planejado com o ex-parceiro Mario – e até pensam em relançar o disco com a participação de vocalistas conhecidos. Mas isso não rola.

A década virava e você sabia: temos que lançar algo ao bom e velho estilo de rimar. A ideia vem, o disco é gravado. Mas um dos membros de sua banda descobre ter câncer na glândula salivar. Tudo para, o disco é remixado. E eis que os Beastie Boys chutam a porta das paradas com mais um petardo, não tão poderoso como antigamente, mas rápido e inteligente como todos os CDs já aqui citados.

Senhora e senhores: “Hot Sauce Committee Pt.2”    

Sai disco entra disco o grande segredo da qualidade do trio nova-iorquino está nas bases. As bases escolhidas para cada música é sensacional, gostosa e contagiante. Na maioria, músicas de bandas – de reggae, rock, rap, pop e hip-hop - das décadas de setenta e oitenta. Este resgate nunca acaba e abrange não somente os músicos americanos chegando até nossas praias, com bandas como Mutantes – ou você esquece de “Eu vou sabotar, você vai se amarrar...” que virou uma homenagem, já reconhecida pelos Beastie no clássico “Sabotage” – e artistas como Jorge Bem Jor.

Neste novo CD nada de diferente. Afinal, em time que está ganhando, para que mudar? O disco abre com a sensacional “Make Some Noise”, passa por uma interessante “Non Stop Disco Powerpack” e chega a uma excelente “Ok” – todas gravadas naquele estilo de que um canta um trecho, outro membro mais uma estrofe e o último amarra a ideia antes do refrão – fórmula inventada pelo Run-DMC e seguida com afinco pelos Beastie Boys.

As bases pesadas ficam para a parceria com NAS na crítica “Too Many Rappers”, também se apresentam na rocker “Say It” e na punk rock “Lee Majors Come Again”, nas oitentistas “Here´s A Little Something For Ya” – de longe uma das melhores do CD - “Long Burn The Fire” e “Tadlock´s Glasses” que tem um efeito chato de distorção no refrão.

Há tempo para festa, como nas reggaeira “Don´t Play No Game That I Can´t Win” em parceria com Santigold e as hip-hop de raiz “Funky Donkey” e “Crazy Ass Shit”. Assim como temos aquele respiro dos discos da década de 90 e que foi resgatado em “All Mixed Up”, na faixa “Multilateral Nuclear Desarmament”.

O veredicto: bom disco. Longe de ser o melhor dos melhores rappers em atividade desde a década de 90. Mas ainda assim merece ser ouvido em alto volume ao caminho do trabalho. Afinal, é um produto com a marca e qualidade dos Beastie Boys. Nota 8,0.

!!Homens ao Bar - Deus!!

5 de mai. de 2011

Eis a tirinha pensada através de Gtalk entre eu e Leonardo Mancini, mais conhecido como Mancha - um dos sócios do sempre interessante Pula Pirata (www.pulapirata.com).

Essa é a primeira! Espero que gostem!

!!Por Odin, Thor é muito bom!!

4 de mai. de 2011


Li tanta coisa a respeito da adaptação do personagem Thor para as telas de cinema que pensei que o filme seria um horror, como aqueles famigerados feitos na década de 90 por estúdios menores e com orçamentos ridículos – afinal, a Marvel estava falida e precisava de todo e qualquer dinheiro para se restabelecer.

Tudo porque as pessoas se prendem a seguir modelos. Como assim? Porque não fazem mais filmes seguindo o estilo que já deu certo, como em “Homem de Ferro”, “Batman, O Cavaleiro das Trevas” e até mesmo a série dos “X-Men”? Porque cada personagem, mesmo que ele faça parte de um universo repleto de outros seres maravilhosos como ele, tem o seu jeito, sua história, seus conceitos. 

Exemplo: há uma diferença gigante entre o universo DC e o da Marvel: magia e ciência. Enquanto a casa do Superman, Mulher Maravilha e Batman aposta em super poderes – apesar de Batman ser um reles mortal – a Marvel acredita nos acidentes científicos para dar cria aos seus personagens, como Hulk, Quarteto Fantástico, Homem Aranha e o já comentado Thor – este a exceção entre os marvelóides por ser um Deus.

E como diferenciar um mutante, um cientista de um Deus? Fácil, chamando um diretor que trata o clássico com respeito e melhor, que aposta em trabalhar o roteiro e seus conceitos de forma moderna, mas sem perder a origem. Por isso, o primeiro acerto de Thor foi Keneth Branagh.

Um diretor que trabalhou  as tramas cheias de bons diálogos e conflitos entre familiares que o mestre William Shakespeare tão bem escreveu e que hoje se tornaram clássicos – “Henrique V”, “Muito Barulho Por Nada” e “Hamlet”.  Com um detalhe: na maioria das vezes apostou suas fichas em transformar a adaptação, com escolhas polemicas, mas que traziam um novo elemento ao filme, como quando escolheu Denzel Washington para ser o irmão de Keannu Reeves em “Muito Barulho” ou quando decidiu gravar o texto na integra de “Hamlet” – dando mais de 03 horas de duração ao filme.

Em “Thor” Branagh traz toda a mitologia nórdica para a tela. Sem as falas rebuscadas – a primeira opção correta e arriscada – e aposta na união, inicial, entre Thor e seu irmão Loki. As adaptações que sempre marcam seus filmes, estão lá e merecem destaque: a ponte de arco-íris está lá, bem mais elaborada que nos quadrinhos, e o guardião da ponte, Heimdall, é o ator negro Idris Elba. 
O elenco foi escolhido a risca. Odin é um Anthony Hopkins que impõe respeito. Tom Hiddleston é a revelação e deve se firmar em filmes mais dramáticos e com elementos de prêmio por seu desempenho como Loki. E Chris Hemsworth tem seu valor como Thor.

Muita gente fala da trama passada na Terra – sim, porque Thor desafia a autoridade de Odin, quebra um pau com os gigantes de gelo e por isso é banido, vindo para o nosso planeta, Midgard – e ela funciona sim, sem os elementos mágicos e trazendo humor, sem exageros. Três bons atores tem responsabilidade nisso: Stellan Skarsgard e Natalie Portman como cientistas pesquisadores de tufões e furacões e a engraçada, porque não linda, Kat Dennings em um papel que não existe nos quadrinhos da Marvel.

É lógico que Thor voltará a sua querida Asgard. É óbvio que Loki não parece ser o que é. E que os elementos que completam o universo Marvel pipocam de 05 em 05 minutos na tela - destaque para o ataque a base da Shield com direito a aparição de um dos meus personagens favoritos da editora, o “reles” mortal Clint Barton (Jeremy Renner), mais conhecido os quadrinhos como Gavião Arqueiro, também para as participações especiais de  J.M Straczynski (roteirista dos quadrinhos do personagem e roteirista do filme) e do mestre Stan Lee (criador do personagem nos quadrinhos)

Thor conquista pelos riscos corridos por Branagh. Pela história bem contada - mesmo repleta de elementos e mais elementos a plateia se diverte e ao final sai contente pensando em um novo filme – você ouvirá das mulheres: como assim eles não ficam juntos? É isso mesmo, Thor e sua amada não ficam juntos e a batalha em que isso acontece, travada entre ele e seu irmão Loki, é de cair o queixo.

Ah, três últimos detalhes: durante o filme, em uma cena de bar, toca ao fundo a última música do excelente CD do Foo Fighters, “Walk” e a mesma toca nos créditos do filme; apósas letrinhas temos, como sempre, uma cena extra em que o primeiro pontapé para o filme dos Vingadores é dado, não perca; e é impossível que a americana Jaimie Alexander, a “Sif” do filme, não ganhe destaque nas telas de cinema nos próximos anos, além de linda ela sabe atuar, olho nela marmanjos – já que as meninas suspiram por Thor!

Excelente adaptação. Deve render o bastante para um novo filme solo. Nota 8,5!